A Doutrina do pecado.  αμαρτια + λογία

Introdução

          Pecado, palavra conhecida tanto no meio popular como em meio acadêmico conhecido como “erro primevo” ou hamartis no grego que trás consigo uma ideia de algo fora do rumo, fora do alvo, como um alvo a ser alvejado e agora o atirador ao falhar joga a fecha fora do alvo.  A hamartiologia é a ciência que estuda o pecado e suas contribuições ao longo da historia humana, ela tem se delongado em apresentar o pecado como meio pelo qual o homem perdeu o paraíso, perdendo o contato, antes mais pertinho de seu criador, mas agora devido a esse erro ou afastamento proposital da parte do homem para com Deus, o homem se ver a mercê de seu destino nefasto e horendo, caso ele não encontre a tempo um antídoto para todo esse mal.

1. Origem.

          É de conhecimento de quase todos a história do Édem, mas o que tira o sono de muita gente é querer saber como o pecado surgiu e, porque ele aparece no Edem já que eram tudo flores e a inocência reinava livremente, como esse pecado penetrou no jardim? Como ele teve acesso a mentes santas e inocentes como as de Adão e Eva? São perguntas recorrentes, que parece não ter resposta, porem é preciso lembrar que o homem é um produto criado por Deus, isso faz do homem um ser sem muitos apetrechos divinos, apenas a imagem e semelhança em nível de amizade, amor, companheirismo e bondade, porem sem a capacidade de rejeição imediata ao pecado, pois se assim o tivesse criado não seria um humano e sim protótipo automatizado, foi aí a entrada do pecado, pois o pecado sempre existiu só estava desconhecido do casal original e sendo manipulado pelo inimigo que é (satanás a antiga serpente) obteve êxito ao tentar encontrar um hospedeiro livre e desimpedido, e encontrou em Eva, toda essa receita para um bolo maligno que nascera no coração do inimigo, já que uma vez lançada à semente do pecado, essa semente brotaria e seria replicada a toda a humanidade em todas as Eras trazendo destruição e morte.  Sendo esse o intuito maior do inimigo (Jo 10.10), arrebanhar quantas pessoa forem preciso para a perdição, pois ele já dantes conhecera as maravilhas do céu, mas agora peleja para as pessoas comuns não conheçam.  

         2. Um Questionamento.

           Nesse sentido ainda nos detalhando sobre o pecado, chegamos ao outro ponto, questionável que todo ser humano gostaria de saber que é sobre sua liberdade, será que o homem estar verdadeiramente livre, para Reny Junior em seu artigo “verdadeiramente livres?” ele nos dar um panorama sobre a consequência do pecado: “Desde sempre, o inteligível em matéria de liberdade é a condição que achamos que temos de deliberar acerca de nós mesmos, nossos meios e propósitos para objetivar algo, nossas ânsias, medos, desejos, compreensões e escolhas, tudo voltado à confiança da nossa própria capacidade, e tendo como amparo a tão almejada liberdade para ser, estar, fazer, querer, sentir, proceder por si só e sem chances ao pitaco alheio”.

          Sobre isso, continua: “Quanto ao conceito de LIBERDADE, não foi diferente. Enquanto elaboramos nosso próprio conceito (pecaminoso) de “liberdade”, na forma como já exemplificamos inicialmente, a Palavra de Deus faz separação entre a liberdade comum e a liberdade verdadeira, relatando que há entre nós aqueles que são livres, mas há aqueles que são verdadeiramente livres. Aqueles presos à esfera mortal, enquanto estes, transcendentes à eternidade e mortificando as obras do corpo sob este prisma! (Romanos 8:13).

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.

          Apartir dessas declarações podemos ver que a liberdade já se foi, devido à ocorrência do pecado primevo, não obstante nos vemos enclausurado numa redoma de vidro como pensam alguns desavisados com suas teorias da conspiração, contudo o homem ainda sem sua liberdade original maculada pelo pecado tem sim, a liberdade de dizer se quer ou não a única opção que lhe resta, pois ele sabe involuntariamente que se rejeitar já estar condenado  porquanto não crê no filho de Deus  (Jo 3.17), aparentemente parece ser uma loucura pois se não existe liberdade nem uma segunda opção, onde estar meu Livre arbítrio, é essa visão que os calvinistas tem quando trata dessa questão, para solucionarmos essa questão, nos recorremos a teologia dispensacional e a visão arminiana que tem como premissa a liberdade dessa escolha que muitos já não acredita, o pecado trouxe muitos malefícios, como um rolo compressor que compacta tudo, deixando tudo amassado sem a chance de ver as peculiaridades  dos  seres humanos, o  pecado  mancha  a natureza e a essência do ser humano, jogando à esfera do mero produto danificado, o pecado não é reconhecido diante de Deus, pois a bíblia declara que ele é santo não podendo ser contaminado pelo pecado, todavia reitero por que o pecado não é reconhecido ? parece uma pergunta obtusa quando se fala em Deus, entretando esta ação, mal, chamada por Espinosa (filósofo de origen Judeu, Século XVII como uma ação inadequada o qual não tem uma decodificação positiva por parte divina mas sempre negativa, o que leva o homem a se afastar de um propósito maior.

          3. Uma busca.

          A busca desta resposta tem se tornado objeto de estudo de varias vertentes teológicas, todos querem uma resposta plausível, todos passam a usar de artifícios para obter essa tão grande resposta, então vemos grandes nomes da teologia nacional e internacional descritas nas suas teologias sistemáticas como “berkof, Finney, Norman Geisler Hernandes dias Lopes, Augustos Nicodemos”.  Porem sem sucesso, não chegam ao um denominador que traga aceitação da maioria acadêmica.

          Pois essas teologias seguem uma teologia pactual, teologia que despreza o chamado celestial da igreja e incorpora uma serie de interpretações que não se encaixam nas escrituras, o pecado estava desde o principio com Eva que através da indução da serpente só precisou dar ouvidos e se deixar levar pela curiosidade do momento, momento esse que traria desgraça a todos de sua raça.

         Aceitar que o pecado já estava com Eva, é colocar por terra a teoria que diz que Deus é o autor do pecado, teoria desenvolvida sob vias calvinistas, pois uma vez o pecado já pré-determinado, como prefigura os pré-deterministas, torna Deus o incitador e causador do pecado, isso deixa Deus em desvantagem, porem para alguns não, porque ele tem soberania sobre tudo e todos, até mesmo sobre os eventos que culminaram no pecado.  

          Porem esquecem que os eventos que levaram ao pecado não estava no escripte, uma vez que a narrativa criacionista cria um ambiente para a vida eterna e não para uma vida frágil e afastada de Deus, caro leitor não se desespere, Deus é e sempre será soberano, uma vez o pecado consumado, os dois levam a repressão e passam a fazer parte de um sistema muito maior e mega representativo,  expressando sim a soberania e a mente brilhante de  Deus que não esquece os mínimos detalhes, para poder redimir e salvar o que se havia perdido, não pense que foi proposital, Deus na sua onisciência já previa, não pelo escripite mas pelo seu poder, Deus não criou o pecado, Deus criou o homem, e esse utilizando-se de suas prerrogativas deixou-se que o pecado a penetrasse em seu coração, assim como fez o querubim ungido que fazia parte das hostes celestes, mas nasceu em seu coração(mente) a inveja, cobiça, sentimentos esses ainda que negativos, mas nutridos em ambiente celestial demonstrando de um vez por todas que esses sentimentos sempre existiram, seja lá aonde for, e que quando alimentados geram um tsunami de horror, infelizmente ainda que pertencente a um Ser com prerrogativas celestiais.

Conclusão

          E agora, quem poderá resolver para sempre esse problema, ora, você lembra-se do plano maior que eles acabaram causando e se envolvendo, esse plano é o da salvação. Que agora estava a cargo de alguém superior a anjos, superior a tudo e a todos, ao filho de Deus, Jesus Cristo de Nazaré, apontado para ser literalmente o salvador da humanidade, uma tarefa aparentemente fácil porém não, já que incluia sessões de tortura e no final um calvário nada interessante, é obvio que tudo isso renderia livros, artigos e centenas de outras publicações, contudo o pecado de certa forma se fez presente no passado longínquo e ainda assombra a humanidade ainda hoje, a pessoa de Jesus é e sempre vai ser o Redentor e Salvador, sem dúvida alguma resta-nos acreditar que tudo isso que passou foi uma forma de Deus chamar atenção dos pecadores para a Redenção.