Referência Bíblica: Marcos 8:1-21

INTRODUÇÃO: Na passagem Bíblia em apreço, Jesus esperava que os discípulos tivessem uma atitude ousada, repleta de fé, que resultaria em benefício para atender às necessidades da multidão que estava com Cristo, mas, a atitude deles foram de total pessimismo. Se não houvesse intervenção de Jesus, o fracasso seria certo; porque nossas atitudes determinam os resultados. O nosso futuro será determinado pelo nosso estilo de vida no presente. Tudo o que você faz no agora, há uma repercussão no seu futuro. Este episódio Bíblico envolvendo Jesus Cristo, os discípulos e uma grande multidão, revela-nos quatro atitudes que o crente em Jesus deve eliminar de sua vida, pois elas conduzem ao fracasso. Vejamos quais são estas quatro atitudes.  

I. TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE.

Quando Jesus proferiu estas palavras para os discípulos: “Tenho compaixão dessa gente. Estão aqui comigo três dias e não têm mais nada para comerSe eu os mandar embora com fomedesmaiarão no caminho. Alguns vieram de longe (vv,2,3). A intenção de Cristo era que os discípulos tivessem atitudes que iria contribuir para alimentar a multidão faminta. Mas, imediatamente, eles transferem a responsabilidade que haviam recebido para Cristo dizendo: "Como conseguiremos comida suficiente neste lugar deserto para alimentá-los?" (v,4). Observe que em vez de assumir uma postura ousada, os discípulos imediatamente assinalaram a dificuldade prática de que estavam em um lugar deserto, e que em quilômetros quadrados não havia onde obter mantimentos. Porém, nós, não estamos em condições de criticar os discípulos, constantemente transferimos responsabilidade e terceirizamos a culpa de nossos erros. Herdamos este comportamento inapropriado de nossos primeiros pais. Quando Deus perguntou a Adão se ele havia comido do fruto da árvore proibida, em vez de confessar, transferiu a culpa de seu pecado para Eva, e esta, transferiu para a serpente (Gn 3:11-13). Como é fácil justificar-se culpando outras pessoas ou circunstâncias. Lamentavelmente agimos assim em nosso viver diário. Se faltamos aos cultos, colocamos a culpa na chuva, no frio, no porteiro porque não nos cumprimentou, no pastor porque pregou sermão de exortação, nos hinos que não gostamos e outras infinidades de desculpas. Mas Deus conhece a verdade e nos responsabiliza por cada ato nosso. Admita suas atitudes erradas e não tente se livrar terceirizando sua culpa ou transferindo responsabilidades para outro.  Transferência de responsabilidade é a primeira atitude que conduz ao fracasso que os discípulos de Jesus teriam que eliminar de suas vidas.

II. TOMAR  DECISÕES DEIXANDO JESUS DE FORA

Os discípulos começaram a discutir entre si porque não tinham trazido pão (v,16). Discutir "entre si" indica o fato de Jesus não ter sido incluído na conversa entre os discípulos. Eles estavam desorientados, mesmo assim, continuavam discutindo entre eles sem a participação de Cristo. Excluir Jesus do diálogo foi a segunda atitude que conduz ao fracasso dos discípulos. Conosco também não é diferente. Com frequência viramos as costas para o Senhor tomando decisões sem consultá-lo; a consequência é perdas e sofrimento. A vida de Ló ilustra  as perda de uma pessoa que toma decisões sem levar em consideração a vontade do Senhor. As decisões que um crente toma deixando Jesus de fora é consequência de ausência da visão espiritual. Não encontramos registro de Ló pedindo orientação ao Senhor para suas decisões. A decisão tomada por Ló foi com base no que seus olhos viram. Primeiro, olhou para Sodoma (Gn 13:10); depois, partiu para aquela região (Gn 13:11, 12) e, por fim, mudou-se para Sodoma (Gn 14:12), onde sofreu perdas irreparáveis. Perdeu a liberdade quando foi levado prisioneiro (Gn 14:12); Perdeu o senso do perigo; não deveria ter retornado para Sodoma após ter sido resgatado por Abraão (Gn 14:16).  Warren W. Wiersbe diz: "Ao se ver livre, voltou direto a Sodoma. Aquela experiência dolorosa deveria ter servido para adverti-lo de que estava fora da vontade de DeusMas se ouviu o avisocertamente não lhe deu atenção". E por fim, pedeu os genros, a esposa, e todos os bens adquiridos em Sodoma (Gn 19:14, 24-26). A vida de Ló é sua família foi usada por Jesus como advertência para os seus discípulos, e obviamente nós, de que decisões tomada fora da vontade de Deus terminam em tragédia (Lc 17:32). Quantos lares estão desorientados e destruídos porque um dos cônjuge excluiu Jesus de suas decisões diárias. Os discípulos só não tiveram um fim trágico, com exceção de Judas, porque quando eram advertidos, como foram neste episódio da multiplicação que alimentou quatro mil pessoas (Mc 8:17-21), ao contrário de Ló, voltavam para o centro da vontade do Senhor. 

III. NÃO TIRAR PROVEITO DAS EXPERIÊNCIAS DO PASSADO AO ENFRENTAR DIFICULDADES NO PRESENTE. 

Durante a travessia para o outro lado do mar (Mc 8:13) os discípulos discutiam a respeito de terem esquecido de levar comida. Tinham no barco apenas um pão (Mc 8:14), quantidade insuficiente para alimentá-los. Mas como se preocuparam por não ter levado pães estando o pão da vida com eles? Jesus já havia multiplicado pães e peixes diante dos discípulos em duas ocasiões. Mesmo assim ficaram desorientados ao perceberem que a necessidade deles eram imensamente maior que a provisão. Ficaram desesperados porque tinham memória curta. Foi necessário Jesus os repreender dizendo: Vocês têm olhos, mas não veem? Têm ouvidos, mas não ouvem? Não se lembram de nada? Quando reparti os cinco pães entre os cinco milquantos cestos cheios de sobras vocês recolheram?". "Doze", responderam eles. “E quando reparti os sete pães entre os quatro mil, quantos cestos grandes cheios de sobras vocês recolheram?" "Sete", responderam"E vocês ainda não entendem?”, perguntou. (Mc 8:18-21). O cristão costuma ter a péssima tendência de esquecer as bênçãos recebida. Não tirar proveito das experiências do passado ao enfrentar dificuldades no presente, é uma tendência a ser eliminada de nossa vida, pois esta conduz ao fracasso. O problema dos discípulos era lidar com a escassez de alimento. Mas o que fazer quando a necessidade é maior que a provisão que temos? Quando o dinheiro não é suficiente para pagar o aluguel, fazer a compra, pagar a fatura do cartão de crédito é comprar medicamentos, nos desesperamos ou confiamos no Senhor? Quando nos esquecemos das obras de Deus e não confiamos nEle, devemos nos repreender severamente, assim como Cristo repreendeu os seus discípulos. Concordo com Matthew Henry que diz: "Cristo conhece e considera  nossas necessidadesA generosidade de Cristo está sempre preparada; para mostrar isto, repete o milagre da multiplicação. Os seus favores se renovamcomo ocorre com as nossas carências necessidadesAquele que tem a Cristo,  e vive por não deve temer a escassez, deve viver pela com ação de graças."

IV.  NÃO APLICAR NA VIDA PESSOAL O QUE MINISTRA A OUTROS.

Então Jesus mandou todo o povo sentar-se no chão. Tomou os sete pães, agradeceu a Deus os partiu em pedaços. Em seguidaentregou-os aos discípulos, que os distribuíram à multidão (Mc 8:6). Tanto na primeira, como na segunda multiplicação, os discípulos foram usados por Jesus para alimentar duas multidões (ver Mt 14:15-21; Mc 8:1-9). Eles receberam pães e peixes das mãos do Senhor para abençoar outros. Todavia, quando perceberam que eles tinham apenas um pão no barco (ver Mc 8:14), ficaram preocupados. Deveriam ter entregado para Jesus o único pão que tinham para ser multiplicado. Mas a incredulidade prevaleceu entre eles. Atualmente o mesmo vem acontecendo com mensageiro do Senhor; que após ministrar, transmite paz aos corações das pessoas que ouvem, mas desce do púlpito angustiado, porque não aplica na própria vida o que ministrou a outros. Anuncia que Jesus cura, mas anda desesperado porque encontra-se enfermo. Aplica o medicamento certo para curar o enfermo, mas não faz uso do mesmo medicamento para ser curado. A postura de quem se propõe ministrar a outros deve ser semelhante à do apóstolo Paulo que disse: Continuamos a pregar porque temos o mesmo tipo de mencionada nas Escrituras"Cri em Deuspor isso falei(2 Coríntios 4:13). Quer seja por meio da pregação ou do louvor, a mensagem  deve primeiro ser aplicada ao coração de quem ministra. Não aplicar na vida pessoal o que ministra a outros é a quarta atitude que deve ser eliminada, pois conduz ao fracasso.

CONCLUSÃO: Quando comparamos a vida dos Apóstolos nos Evangelhos e no livro de Atos, vemos uma mudança radical. Após serem cheios do Espírito Santo (At 2), não encontramos eles cometendo atitudes que conduz ao fracasso. Esta mudança radical tornou-se possível pela ação do Espírito Santo no interior deles. Todo cristão, independente da época, Precisa ter a mesma experiência que os Apóstolos tiveram com o Espírito Santo, para eliminar da vida  atitudes que conduz ao fracasso. 

AUTOR: Pr Antônio Pacifico - Contato: 44991099356