"A DOAÇÃO FEMININA"

“A DOAÇÃO FEMININA”

Pr. Alexandre Augusto

Redigida em: 28/04/09

Quadrangular - Itajubá/MG

“ESTA MENSAGEM MUDARÁ A SUA VIDA”.

Êxodo – 35

04. Falou mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou, dizendo:

05. Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR: ouro, prata e cobre,

06. Como também azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos de cabras,

07. E peles de carneiros, tintas de vermelho, e peles de texugos, madeira de acácia,

08. E azeite para a luminária, e especiarias para o azeite da unção, e para o incenso aromático.

10. E venham todos os sábios de coração entre vós, e façam tudo o que o SENHOR tem mandado;

11. O tabernáculo, a sua tenda e a sua coberta, os seus colchetes e as suas tábuas, as suas barras, as suas colunas, e as suas bases;

Ø INTRODUÇÃO

Esta mensagem é dedicada às mulheres valorosas de todo o Brasil em homenagem ao dias das mães, que será comemorado pelo comércio no dia 10/05/09, e por isso eu orei a Deus e pedi uma mensagem que pudesse pregar na igreja onde pastoreo em homenagem a esta figura tão importante em todos os tempos, nesse dia tão importante para nós.

Eu perdi minha mãe aos dezessete anos de idade, mas aos vinte e um anos, Deus me contemplou com uma outra mãe, minha esposa, seu nome é ROSE, que vem de rosa, e verdadeiramente ela é uma rosa em minha vida, e como se não bastasse, ela ainda me deu dois botõeszinhos, Pedro Augusto e Luiz Gustavo, nossos filhos. Então após as orações, fomos presenteados com esta mensagem. Por isso quero que abra seu coração e compartilhe desta palavra.

Durante a mensagem você verá o nome do Eterno sendo escrito da seguinte forma “D’us”. Esse é ainda hoje o costume judeu, pois eles aprenderam a reverenciar o nome do Eterno, assim escrevendo para que não concorram em blasfêmia, e eu, como um simples servo do Senhor, concordo com essa atitude, pois segundo alguns historiadores, quando era necessário se escrever o nome de D’us, eles lavavam as mãos e a pena usada deveria ser guardada, jamais sendo usada novamente. E hoje muitos têm banalizado o nome de D’us, isso é pecado.

Ø A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

O povo Judeu havia sido libertos por D’us, da escravidão do Egito e após viverem cerca de 430 anos escravos em uma nação cujo deuses somavam a quantia de 2.000 (pseudos deuses), eles precisavam ter um lugar onde se curvassem à Soberania Suprema de J’ová. Então o Eterno manda que se construa o Tabernáculo da adoração, dando a Moshé todas as coordenadas.

Era chegado o momento de construir o Tabernáculo. Após ter ouvido as longas instruções diretamente do Criador, Moshé reuniu o povo para pedir as contribuições necessárias à execução da tarefa. Os principais materiais que deveriam ser utilizados eram, o ouro, a prata, o bronze, pedras preciosas, madeiras e tecidos nobres, couro e lã. O empenho do povo foi tamanho que Moshé, em determinado momento, ordenou-lhes que parassem de trazer suas doações, pois já possuíam o suficiente. Acho fantástico esse momento de o povo ter um coração cedente em dar.

Dentre as várias doações e os doadores, há uma peculiaridade no que diz respeito à doação feita pelas mulheres. Em dois diferentes lugares, a bíblia relata especificamente o donativo feminino, veja:

Ex 35: 25 e 26 - “E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as suas mãos, e traziam o que tinham fiado em lã azul, púrpura, carmesim e linho fino. E todas as mulheres, cujo coração as moveu em habilidade fiavam, nos próprios pêlos das cabras” Ex 38:8 - “Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se reuniam, para servir à porta da tenda da congregação”.

Conforme os versículos citados acima, foram duas as doações especiais das mulheres: os fios tramados e os espelhos de cobre. Tais oferendas, aparentemente simples, escondiam em si um profundo significado e, para entendê-los melhor, analisaremos o texto bíblico.

Ø A OFERENDA DA LÃ

A primeira citação fala sobre a fabricação do tecido a partir dos fios de lã de cabra, que neste contexto se trata da ovelha, que (literalmente, está expressa em Ex-35:25, 26) certamente seria difícil “fiar as cabras”, foi subentendido que as moças “fiavam os pêlos das cabras”. Porém, fiéis ao texto bíblico, os sábios judeus ensinaram que as mulheres do deserto tinham grande sabedoria e habilidade nesta arte e conseguiam fiar o pêlo das ovelhas estando a lã ainda presa à pele do animal. Somente após tramarem os fios numa tessitura, esta era cortada e doada ao Santuário. Por isso, o versículo enfatiza que elas “fiavam as cabras”.

Durante o exílio Egípcio, as mulheres judias tinham pouco tempo para fazerem algumas tarefas costumeiras como à de tecer fios, pois o trabalho escravo tomava a maior parte de seus dias na construção do império Egípcio. Sendo assim D’us as capacitou, e então estas mulheres desenvolveram a habilidade de fiar a lã ainda presa ao animal, com isso não dependiam que seus maridos tivessem de tosquiar os animais, pois estes faziam o serviço pesado e ao anoitecer estavam exaustos. Ainda é sabido que o povo Hebreu se multiplicava e as mulheres precisavam de tecido para enrolar seus filhos, para mantê-los aquecidos. Sendo assim, a vida de uma criança estava atrelada a lã retirada das ovelhas. Não bastasse O Tabernáculo foi dividido por um véu ou cortina pendente em duas câmaras, e ainda Os objetos mais interiores para o Santo dos Santos foram construídos de metais preciosos e tecidos. O Tabernáculo foi coberto por uma tenda, e revestido de tecidos adicionais, tecidos estes que foram trazidos pelas amaveis. Por isso é impossível ver o Tabernáculo e não glorificar a D’us pelas duas oferendas trazidas pelas mulheres.

Após ter sido fiada toda a lã, o tecido era tingido, o que o deixava ainda mais valioso, e com as cores usadas por reis, sendo o azul, a púrpura, o carmesim e o linho que seria da cor amarela (este é o Evangelho Quadrangular), que depois era levado como uma oferta, para serem usados no Tabernáculo.

Aprove a D’us que as mulheres fossem as responsáveis por trazerem ao Tabernáculo a anunciação profética da realeza que envolveria o Messias, pois o tabernáculo mostra Yeshua Mishiashi da porta até ao Santo dos Santos. Por isso vejo a presença feminina com sua sensibilidade de ver, notar e perceber coisas que nós homens não percebemos. Sim elas foram e são indispensáveis na atitude de ofertarem para construção do Tabernáculo.

Ø A OFERENDA DOS ESPELHOS

Os espelhos – a outra oferenda – causaram um dilema moral a Moisés. O Midrash conta que, quando o líder da construção recebeu os espelhos de cobre para fazer com eles o lavatório, não quis aceitá-los. Ele alegou que aqueles espelhos eram usados para fins fúteis, não sendo, pois, apropriados para uma tão nobre e grande ação, como na construção do Tabernáculo. Deus ponderou para Moisés que os espelhos haviam sido fundamentais para a continuidade do povo judeu, pois, durante os anos de escravidão no Egito, quando os homens estavam sob opressão faraônica, as mulheres usavam esses mesmos espelhos para se enfeitarem e seduzir seus exaustos maridos, pois, dessa forma, não cessaria a procriação do povo hebreu (fato que incomodava profundamente o faraó, que não suportava ver o crescimento da população dos Hebreus). Por fim, o próprio Criador ordenou a Moisés: “Receba delas os espelhos e use-os para fazer o lavatório de purificação e santificação dos sacerdotes”. Reparem que é o único artefato no Tabernáculo que não é citado suas dimensões. Talvez pelo infinito significado, que adquiriu através da oferenda feminina.

Agora posso entender o que o Apóstolo Paulo quis dizer em, II Timóteo 2.15, “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar...”, pois Pia de Cobre era para Aarão e seus filhos lavarem suas mãos e seus pés em água limpa quando entravam na tenda da congregação, ou quando chegarem ao altar para ministrar. Eu precisaria de muito tempo para lhes descrever o significado da Pia de Cobre, que teve a colaboração da mulher.

Aqui novamente vejo a grande importância das mulheres no contexto bíblico, pois bem sabemos que a mulher tinha um valor muito pequeno na sociedade judaica da época, sendo vista somente como uma procriadora, mas foram elas que através de uma estratégia feminina, fizeram com que o povo crescesse.

Ø CONCLUSÃO

Os dois presentes femininos tinham como denominador comum a premissa básica da manutenção da vida e dos seres criados por D’us e a glorificação do nome de Yeshua Mashiash. O Tabernáculo foi o primeiro exemplo de uma construção comunitária bem sucedida. Lá os judeus teriam suas atividades religiosas e fariam sacrifícios para a remissão dos pecados. Durante o tempo que o povo esteve no deserto até a construção do Templo Sagrado, o Tabernáculo se manteve como uma referência do povo judeu.

Hoje muitos não têm mais o coração voltado para a edificação da casa de D’us. Deixaram de lado o amor em fazer oferendas, pois, é necessário ter sempre pessoas envolvidas dedicando seu tempo, sua contribuição e sua vida, para que os Templos de hoje se mantenham “vivos”.

Mas eu aprendi que eu não posso dar aquilo que eu não tenho. Está faltando amor no mundo para contribuírem com a casa do Senhor.

E às mulheres de todos os lugares eu digo, continuem a servirem ao Senhor, pois cada uma de vocês tem um valor inestimável diante de D’us.

Pr. Alexandre Augusto

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