A Viuvinha – José de Alencar 

 

 

Biografia do autor:

José de Alencar, nasceu em Ceará em 1829. Antes de ter iniciado a carreira literária chegou a atuar em diversas profissões, tais como:   advogado, jornalista, deputado e ministro da justiça. Sendo somente aos 26 anos de idade publicado a sua primeira obra: “CINCO MINUTOS”. Alencar pode ser considerado como um dos precursores do romantismo no Brasil, criou uma literatura nacionalista, empregando um vocabulário e uma sintaxe típicos do Brasil. Ele  valorizava a linguagem falada no Brasil, coisa que até então ocorria na época afinal, os romancistas escreviam como se vivessem em Portugal. Os seus romances costumam ser classificados em quatro categorias: urbanos, históricos, indianistas, e regionalistas. O que iremos apresentar agora para vocês se enquadra no romance urbano, e foi publicado em 1860.

Enredo:

“QUEM NÃO SABE A HISTÓRIA SIMPLES E ETERNA DE UM AMOR INOCENTE, QUE COMEÇA POR UM OLHAR, PASSA AO SORRISO, CHEGA AO APERTO DE MÃO ÀS ESCONDIDAS, E ACABA FINALMENTE POR UM BEIJO E POR UM SIM, PALAVRAS SINÔNIMAS NO DICIONÁRIO DO CORAÇÃO”?

Pois bem, quem nunca teve o prazer e a emoção de conhecer uma história como essa, passará a conhecer agora através do relato da história de amor entre dois jovens, Jorge e Carolina.

A história começa com a morte de um velho e rico negociante, que acaba deixando um filho ainda jovem órfão, esse garoto, chamado Jorge, acaba ficando sob a responsabilidade, de um velho amigo de seu pai, o senhor Almeida, esse honrado homem acaba por zelar pela educação e principalmente pela da fortuna do inexperiente garoto. Jorge quando atingiu a maioridade passou a cuidar do seu próprio patrimônio, o problema, no entanto estava no fato de que ele começou a torrar toda a fortuna deixada por seu pai em festas, mulheres, luxo enfim gastar o dinheiro de sua herança virou quase que uma profissão. Se ele soubesse o que isso mais tarde de causaria! Se passado três anos dessa vida totalmente desregrada de orgias e mais orgias ele começou a ser cansar, a sentir o tédio e o aborrecimento, tudo que antes lhe parecia cor de rosa agora lhe soava monótono.

E algo contribuiu ainda mais para mudar a sua existência. Numa bela manhã depois de uma longa noite de insônia ele acordou e abriu a janela do seu quarto, minutos depois começou a ouvir o som do sino da igrejinha, isso foi quase que como um chamado. Jorge então rapidamente se arrumou e resolveu partir rumo à igreja, chegando lá ele se ajoelhou, não rezou por que não sabia, mas como o próprio narrador diz ele lembrou-se de Deus e elevou o seu espírito até o Criador. Depois dessa longa cerimônia Jorge se ergueu sentindo-se bem mais leve, livre da opressão que o tanto incomodava.   Sendo que foi justamente nesse momento que ele avistou do outro lado da igreja uma bela jovem, ajoelhada, uma menina graciosa de apenas 15 anos de idade, se tratava da jovem Carolina. Foi amor a primeira vista, Jorge começou a contemplar Carolina como se ela fosse uma santa. É quando chegou a hora dela se retirar com a sua mãe, ele as seguiu  até a casa. Dois meses depois desse primeiro encontro, eles começaram a namorar não esse tipo de namoro que conhecemos hoje em dia, mas sim aquele namoro de visitas ao fim da tarde, aquela conversar a sombra de uma árvore, quase sempre sob o olhar atento de Dona Maria a mãe de Carolina. Jorge esperava esquecer, apagar toda a sua vida passada, o amor dele por Carolina o transformou literalmente. Ficar com Carolina o fez querer ser um homem melhor. Com isso depois de um tempo do namoro, eles decidiram se casar, mas não seria uma cerimônia pomposa e sim algo mais simples destinado apenas aos amigos mais íntimos. Jorge guardava a sua felicidade como se fosse um grande mistério, ele tinha medo que a pudessem roubar. Os preparativos da cerimônia ficou então sob a responsabilidade de Dona Maria, tudo corria as mil maravilhas, os noivos estavam mais apaixonados do que nunca, Carolina era a personificação da alegria, Jorge por sua vez não via a hora de chegar o grande dia. Contudo algo mudaria drasticamente os seus planos, mais especificamente uma certa visita, bem na véspera do seu casamento. A visita do seu ex tutor e agora amigo senhor Almeida, a  notícia que o velho trazia não poderia ser pior e mudaria  a história dessa jovem casal de uma forma impar. Jorge, tu jogastes pela janela toda a fortuna que seu velho pai batalhou durante quase que trinta anos para te deixar. Estais falido, pobre e como se basta - se  irá arruinar, jogar pelo ralo o nome do seu do pai, antes tão valorizado na praça do Rio de Janeiro. Isso lá é notícia de se dar na véspera de um casamento! Enfim, depois dessa bomba Jorge ficou totalmente transtornado, desesperado, mas não era a miséria, a desonra que causa tal sentimento e sim uma lembrança terrível: CAROLINA. Como ele poderia leva-la para essa vida de miséria,  como poderia aquela inocente garota viver com um homem perdido? Esses eram os pensamentos que rondavam a cabeça de Jorge, no início ele chegou a pensar em desistir do casamento, começou até a escrever uma carta para dona Maria, contudo ele logo percebeu que não poderia fazer isso com Carolina, se fizesse isso a sociedade iria duvidar da pureza da pobre garota, a sociedade a iria julgar como moça iludida. Com isso ele resolveu partir para o plano B, que eu particularmente achei pior e bem mais doloroso, mas enfim tirem as suas próprias conclusões. Jorge decidiu prosseguir com o casamento, mas na própria cerimônia ele já dava sinais que algo não estava bem, mas mesmo assim o cerimônia foi consumada, mas não o casamento em si, afinal na lua de mel ele não conseguiu ter relações com a doce Carolina, que chegou a perguntá-lo se ele não mais a amava, Jorge conseguiu contornar a situação, e depois dopou a pobre garota com ópio para  assim poder prosseguir com o seu plano. Ele rumou então para as obras da Santa casa, local já muito conhecido, por ser o ponto de suicídio, ou seja muitos desesperados iam ali para tirar a própria vida. Com isso já dá para vocês imaginarem qual era o segundo plano de Jorge, contudo ele não contava com uma coisinha, o senhor Almeida que era muito astuto já tinha percebido que algo não iam bem com o seu ex pupilo, e resolveu então ficar na moita naquela noite para ver o que Jorge pretendia, com isso quando o jovem garoto pulou a janela da sua casa no meio da madrugada, o senhor Almeida o seguiu, e quando Jorge estava prestes a se matar ele o interrompeu, e disse que não se lava uma desonra com outra desonra, somente os homens fracos se matam, os fortes devem batalhar e era isso que Jorge deveria fazer, e que se eles quisessem morrer que  morresse para o mundo, para todos, mas que vivesse para Deus e para salvar a sua vida e espiar o seu passado. É foi justamente isso que Jorge fez, aproveitou ainda uma ajudinha do destino, afinal quando eles estava chegando ao local outro homem havia se adiantado e se matado antes dele com um tiro no rosto, com isso ele aproveitou a situação afinal como aquele estranho estava totalmente desfigurado não teria como descobrirem quem ele era, com isso Jorge somente colocou uma carta no bolso daquele infeliz, e com isso ele passava a está oficialmente morto. Carolina ficou totalmente devastada com essa notícia, ela literalmente se fechou para o mundo, passando a trajar uma vestimenta preta, que seria o símbolo de uma decepção cruel e a  cinza de seu primeiro amor, e enquanto isso Jorge estava também passando por uma vida de extrema privação para assim tentar recuperar o dinheiro perdido e pagar aos credores, para poder limpar novamente a honra de seu amado pai e também a sua honra. Com isso se passarão cinco longos anos, até que ele voltou para o Brasil, com outro nome de Carlos, para terminar de líquida as suas dívidas, feito essa primeira parte ai sim ele resolveu voltar a se lembrar da pobre Carolina, mas não foi simples assim ele não disse logo quem era primeiro se mostrou como Carlos a conquistou, e ela coitada se apaixonou por ele novamente, agora pensando que se tratava de Carlos, o mais revoltante nisso tudo é que como ela não sabia que na verdade era Jorge, ela se sentia culpada por tal sentimento afinal ela pensava que estava traindo a memória de seu marido. Sendo que só depois numa noite, os dois se encontraram até então Carlos e Carolina, e a pobre garota disse então que apesar de amá-lo não poderia ficar com ele, por causa do sentimento que a ligava ainda a seu marido.  Só depois disso Carlos revelou-se finalmente como Jorge, e eles tiveram finalmente a sua tão esperada lua de mel, e foram morar numa fazendinha longe dos olhares curiosos da sociedade.