Resenha do livro "O Aleph" - Autor Paulo Coelho

Resenha do livro "O Aleph" – autor Paulo Coelho

Resenhista: Ivan Santiago 

                O livro “O Aleph” de Paulo Coelho se passa principalmente na Rússia (Federação Russa) no início do século XXI. O autor percorreu a ferrovia Transiberiana, em seus 9288 km de Moscou a Vladivostok, no extremo oriente e próximo ao Mar do Japão. Um convite para uma boa (?) viagem. A peregrinação é uma marca deste autor de best sellers consagrados, como o “Diário de Um Mago” e em “O Alquimista”; nesta obra que analisaremos, o leitor também viaja junto.

                Trata-se de um romance autobibliográfico e logo atrai, pois inicia-se como uma busca e surge uma jovem em seu caminho, após uma profecia. Assim o autor aborda a questão do etarismo nos relacionamentos de forma concisa, mas aprofundada. Seria “O Aleph” o registro de um adultério idealizado? O feminino também é apresentado de forma leve e elevada, o que torna a leitura prazerosa.

                A mística, as vidas passadas, a sugestão de realidades paralelas são trazidas e contextualizadas pelo autor mago ou mago autor, com o brilhantismo de sempre. Em uma janela do espaço e do tempo chamada de o aleph, ocorre visões da Europa medieval, seus costumes e rigores eclesiásticos.

                Uma luta de Aikidô, uma filosofia oriental, um novo amigo com característica de velho amigo são evocados na obra. Um desafio, se dá. Aprende-se ao ler Paulo Coelho. O Lago Baikal surge na obra em sua imensidão (de maior reserva de água doce do mundo), como o grande centro místico da Sibéria; naturalmente, um ritual xamânico jamais faltaria, aliados aos espíritos, animais e experiências de cunho místico. Cidades russas como Ecaterinburgo e Novosibirsk são mencionadas.

                O livro cita ainda leitores, editores, mafiosos, diplomatas e até a sugestão de um encontro com uma grande personalidade política do século XXI, apresenta uma escrita de fácil compreensão, se desenrola e ganha intensidade após atingir a sua metade do texto. Cabe ao leitor compreender, bem mais que uma obra da literatura, trata-se de um convide irrecusável de Paulo Coelho para se viajar por novos lugares, conhecer novas culturas e pessoas, mergulhar em si, conduzidos pelas interessantes divagações do escritor brasileiro mais lido de todos os tempos em todas as partes do mundo.