USANDO NARRATIVAS

 

Por que usar narrativas?

 

Cerca de 60 % das Escrituras foram escritas em linguagem de narrativa. Deus escolheu o método narrativo-histórico para revelar-se ao homem, através de uma seqüência cronológica de pequenas histórias onde pessoas, lugares e coisas concretas fizeram parte do cenário.

Razões para o uso de narrativas Bíblicas

  1. 1.    Elas alcançam pessoas de todas as idades e níveis culturais.
  1. 2.    É mais fácil estudar e interpretar uma história bíblica do que outros tipos de textos. As narrativas falam de coisas concretas como pessoas, lugares e acontecimentos.
  1. 3.    A linguagem das narrativas é mais fácil, porque é a mesma linguagem utilizada quando uma pessoa conta uma história.
  1. 4.    Um sermão narrativo é entendido por intelectual bem como por um iletrado.
  1. 5.    Ele pode ser entendido por um adulto como por uma criança.
  1. 6.    As pessoas que não sabem ler poderão ouvir histórias poderão ouvir histórias, aprender o que as histórias ensinam e contá-las aos outros. Nem todos podem fazer um discurso, mas todos podem contar uma boa história.
  1. 7.    Elas lidam com os fatos  da vida e podem ser aplicadas ao cotidiano.
  1. 8.    Prendem a atenção dos ouvintes, porque todo mundo gosta de contar histórias, desde crianças até adultos.

 

Vantagens das narrativas bíblicas

 

  1. 1.    As narrativas bíblicas são efetivas para ganhar a audição de grupos de pessoas que seriam hostis a uma confrontação direta das verdades do evangelho.

 

  1. 2.    Narração é uma fonte em potencial do ensino da Bíblia para a comunidade educacional básica da igreja: a família O que você acha que o pai mencionado em Deut/ 6 deveria ensinar a seu filho?

 

  1. 3.    Pessoas associam cristianismo a templo e hábitos e muitas delas nunca entrariam num templo, porém é possível levar alguém a ouvir narrativas de maneira informal e participar de uma calorosa discussão (At )

 

 

  1. 4.    Narrativas ajudam o pregador e professor sem experiência, pois qualquer um pode contar uma história usando narrativas bíblica.

 

 

 

III.    Tipos de comunicadores

 

1)  Analfabeto iletrado – vive numa cultura sem o idioma analisado; não tem nenhum acesso às letras do alfabeto.

-      Nas suas casas não há latas com palavras “Nestlé”, “Leite”, “Omo”” , etc.

 

 

2)      Analfabeto letrado

Letras e palavra estão sempre visíveis mas dificilmente lê. Eles tem acesso às letras, porém usam os símbolos maiores. O símbolo do “Banco”, do “Correio” é que é percebido. Ele depende de expressões verbais tanto para se comunicar como para receber informação.

 

 

3)    Comunicador oral letrado

Pode ler e escrever mas só usa estas habilidades quando exigido. Sabe preencher cheques, formulários, mas só usa sua habilidade quando exigido.

Prefere ainda aprender por meio verbal e comunicar idéias por via oral.

 

 

IV.    Algumas características do comunicador oral

 

1)    Somente conhece o que pode recordar.

Os fatos de que não se lembra não são conhecidos (axioma). Se alguém está impossibilitado de recordar um fato, então, tal fato não é conhecido.

 

 

2)    O comunicador oral usa raciocínio concreto

Ex: Mat 22:17-19; Luc 10:25-37

 

 

3)    O comunicador oral é um contador de histórias

A)         Tema: O reino de Deus é semelhante... – Mat 13

1)    O semeador (1-25).

2)    A pérola de grande valor (45-46).

3)    O fermento (33).

4)    O joio semeado no meio do trigo (24-30).

5)    O grão de mostarda (31-32).

 

B)      Tema: Da morte para a vida (Ef 2:1-10)

1)    O que o homem é sem Cristo (1-3).

2)    O que Deus fez ( ).

3)    Por que o fez ( ).

4)    Como se apropriar do que Deus fez ( )

a)    Lado negativo -

b)    Lado positivo –

5)    O que o homem é com Cristo (10a).

6)    O propósito para o novo homem em Cristo (10b).

 

 

4)    O comunicador oral fala de sentimentos no contexto de histórias de vida

Ele não fala de sentimentos como coisas abstratas. Ele expressa sentimentos em conexão com histórias de vida que enfatizam ações e eventos. Os substantivos que falam de saudades, alegria, dor, etc. são comunicados na experiência concreta no transcurso da vida.

Não se fala de amor, mas de uma pessoa que está amando, não se fala de fé mas sim de uma pessoa que está crendo ou não; fala de ira sempre relacionado com alguém que espancou ou bateu em outro. É raro falar de sentimentos fora do contexto da história.

 

 

5)    O comunicador oral depende da redundância

Ele repete a mesma coisa ou algo semelhante várias vezes. Há uma repetição do que foi dito. Isso ajuda a ambos: o narrador a manter sua linha de raciocínio e o ouvinte a lembrar dos pensamentos chaves.

 

A repetição é essencial para guardar conhecimento numa cultura de tradição oral. Arquivos, anotações não estão disponíveis para ajudar a manter o conhecimento.

 

Em uma cultura oral, conhecimento, uma vez adquirido, é repetido constantemente ou será perdido. Conhecimento não repetido em voz alta, logo desaparece.

       

 

6)  O comunicador oral é treinado através de aprendiz e não por meio de estudar um livro ou escutar as explicações de um professor.

 

 

7)      O comunicador instruído

Aprende através dos estudos, organiza o pensamento no papel, depende da escrita. Ele faz anotações para lembrar dos fatos importantes.

 

 

Seu raciocínio é:             lógico e linear.

                                              Classifica os assuntos.        

                                                                       Usa nomes abstratos (justificação).

                                                                       Recorre pouco a história.

 

 

 

 

V.      Diferenças Entre o Comunicador Oral  e o Comunicador Instruído

 

 

 

                                                           Comunicador Oral                                              Comunicador Instruído

Basicamente: fatos e coisas reais, histórias e provérbios.

Basicamente pensamento analítico e idéias.

Palestras: Muitas histórias ou provérbios. Histórias e acontecimentos mencionados, freqüentemente com pouca conexão

Palestras: Esboçadas, estruturadas. Todos os pontos tem conexão com o mesmo tema. 

Concretização

Abstração.

Intuitivo

Lógico

Relacional

Individualista

Histórias da vida: ação e eventos: “O que aconteceu com você? O que fez?”

Pensamentos, sentimentos, introspectivo: “Como se sente sobre o que aconteceu ?”

Usa repetição.

Evita e despreza repetição.

Aprende fazendo ou da observação.

Aprende através do estudo.

Convicções expressas por meio de histórias e provérbios

Convicções expressas por declarações doutrinárias.

Religião: ênfases estão nas tradições, práticas e ações.

Religião: ênfases estão nas expressões verbais e declarações doutrinárias.

 

 

 

VI.    Algumas formas de comunicar usando narrativas

 

  1. 1.    Contando as Narrativas

Conte as narrativas e seja fiel aos fatos revelados na Bíblia. Tenha a liberdade de usar suas próprias palavras.

 

Neste caso a narrativa é contada de forma empolgante e toma o lugar do sermão.

 

  1. 2.    Narração combinada com diálogo

O narrador conta a história bíblica e depois dialoga com seus ouvintes sobre a mesma. Pode fazer perguntas como:

 

Qual sua impressão da história?

O que a narrativa ensina sobre Deus?

Por que Deus exigiu o sacrifício do animalzinho?

E se ele não obedecesse o que você acha que Deus faria?

 

Encoraje os ouvintes a discutir o assunto com liberdade. Faça perguntas, estimule-os a pensar e na medida em que pergunte procure aplicar isso as suas vidas e crenças.

 

  1. 3.    Narração combinada com pregação (pregando narrativas)

O pregador narra uma história bíblica já conhecida por eles e prega depois com base na mesma. A narrativa é a coisa principal,  mas é emoldurada com um sermão e aplicações.

 

a)    Convide um outro para narrar a história e depois pregue sobre essa história.

b)    Promova uma dramatização e depois pregue sobre o episódio.

 

  1. 4.    Use histórias contemporâneas para fazer melhor entendidas as verdades bíblicas

O narrador deve ouvir os relatos contados em seu ambiente e fazer uma conexão entre elas e as narrativas bíblicas. Pode também começar com casos da sua própria vida e usá-los para ilustrar verdades divinas.

 

Ex: Sr. Antônio: “Quem são vocês? As mulheres podem cortar cabelo, usar shorts, jogar bola..? “ – Fazer ou não fazer; eis a questão.

Como responder: Usando um frasco de remédio que se encontra ao lado (concreto, já que um câncer corroía-lhe o rosto.

Responder usando um cupuí.   

 

 

5.  O pregador convida alguém para fazer uma apresentação (monodrama) e depois aplica o que