"... ATÉ O FIM."

AlbanísioRibeiro

PERSEVERANÇA é uma virtude que indica maturidade, sabedoria e distingue homens. Ser constante no que fazemos, e realizar com excelência cada etapa de um todo são um desafio ao longo da vida. Envolver-se com o novo é sublime, é romper limites, ascender. O começo é mais fácil, somos impulsionados com o combustível jovial da partida. No ínterim, já cessou a emoção e estamos embaçados pela poeira do deserto, a sequidão, ficamos míopes ao glamour no horizonte. Resta-nos a esperança, que alavanca a perseverança para continuarmos e sermos agraciados com a bandeirada final. O “... até o fim”, que muitos só contemplam, é um grito parturiente divisor de águas à superior dimensão.

Deus foi o primeiro a dar exemplo de excelência. Projetou o homem e para isso fez os mundos, os animais e demais condições. Já sabia de todo o processo da existência humana, sua maldade, desobediência, etc. Ao longo de séculos, pacientemente veio escrevendo o Livro que fala do começo, meio e fim dessa história.  Ele, Senhor do tempo, se limitou ao mesmo por amor a esse propósito, e espera, mas com a mão na massa, o cumprimento de todas as coisas.

No meio desse processo, na plenitude dos tempos, Jesus, o Unigênito, veio em sacrifício ao resgate do homem e: “... amou-os até o fim.” (Jo 13:1). Ele, sendo Deus, esvaziou-se e tomou a forma humana, semelhança de pecado, e suportou a caminhada até o Gólgota. Como Filho do homem, renunciou uma vida como a de qualquer outro. Esperou o tempo de apresentar-se, cumpriu sua missão e foi com perseverança até o fim, e fim de cruz. Terminado, venceu a morte e assentou-se a destra da Majestade nas alturas. Este é o maior exemplo de determinação, renúncia e perseverança. Disse Ele: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

Outro referencial é o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” O chamado dele caracterizou toda sua jornada: “Eu (Jesus) lhe mostrarei o quanto se deve padecer pelo meu nome.” O início de sua carreira subjugou suas patentes, títulos e posições em função do Reino. Viveu toda uma vida de renúncia e violenta perseguição, mas herdou o precioso tesouro da presença do Todo-poderoso que jorrou para eternidade. Seu labor nos é advertência à perseverança, à fidelidade para combater, finalizar a carreira e guardar a fé.

Nós vivemos o Cronos, o tempo do homem. Somos limitados ao sistema solar, à nossa percepção e compreensão, à composição de nosso corpo mortal, que a qualquer hora pode esvair-se como um vapor de fumaça. O tempo que se chama Hoje pode ser o último, logo não sabemos quando será o nosso “... até o fim”. Nossa existência é ligeira, é mister estar vigilante a um encontro com Deusem excelência. Se jogou a toalha, pegue-a de volta. O fim está próximo.