Armagedom,
A derrota do Anticristo.

O termo Armagedom significa monte de megido. Trata-se do local ao norte de Israel onde se travará a batalha final. Esse lugar tem sido famoso como campo da batalha da História, dada a posição estratégica que ocupa. Aí concentrar-se-ão as forças das nações em guerra contra Deus e Israel. O texto de Apc. 19:16-18 mostra-nos o quadro terrível dessa batalha onde o anticristo e seus exércitos serão completamente derrotados e servidos como refeição para os abutres.
A pedra cortada sem auxílio de mãos que o profeta Daniel viu (Dn.2: ) destruirá os reinos do mundo, o poder gentílico mundial sob o anticristo. Atualmente estamos vendo nações e mais nações embriagadas com sua influência política e seu poderio militar. Estamos vendo suas proezas e demonstração de força, tendo a Deus fora de seus programas de governo. Mas o fim delas e do futuro líder mundial está no programa profético de Deus. Analisemos o capítulo 2 de Daniel à luz de Apocalípse 19:16-18: (Dan. 2:31-45).
Em sonho, Nabucodonozor viu uma estatua humana cuja aparência despertava dois sentimentos opostos um ao outro. Ela era de "extraordinário esplendor" e ao mesmo tempo "terrível" (v.31). O seu esplendor causa admiração, fascinava quem a contemplasse, mas ela tinha ao mesmo tempo algo de terrível que causava espanto e medo. Como pode ser isso? Através da visão da estátua Deus estava mostrando os reinos do mundo, que se sucederiam um ao outro, na sua verdade natureza. Nesta visão se encontra o programa de Deus para o futuro fim das nações gentílicas no Armagedom.
Daniel, o profeta de Deus deu a interpretação do sonho ao rei. Ele havia visto uma estátua humana composta de vários materiais: a cabeça de ouro fino, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze, as pernas de ferro, os pés em parte de ferro e em parte de barro. Quando olhava a estátua, uma pedra, que não é descrita mais detalhadamente, foi lançada sem auxílio de mãos humanas, atingindo a estátua em seus pés e destruindo-a completamente. A pedra por sua vez torna-se uma grande montanha, que encheu toda a terra.
Qual o significado desta visão? Nos versos 36 a 45 temos a sua interpretação. Deus mostrou a Nabucodonozor, em traços gerais, o desenvolvimento da história da humanidade e do mundo desde aqueles dias do império babilônico até o estabelecimento do reino de nosso Senhor Jesus Cristo. Quatro impérios mundiais se sucederiam antes que Deus estabelecesse o seu reino. Vamos estudar cada parte da estátua profética:
A) ? Cabeça de ouro ( Vv. 37,38): Não há divergência entre os comentaristas do livro de Daniel quando ao significado da "cabeça de ouro": Ela representa o império Babilônico. Os versos 37 e 38 fazem a declaração de modo tão claro e perfeito que não pode haver dúvidas. Falando ao rei, Daniel disse: "Tu és a cabeça de ouro". Aqui não está declarado que o império babilônico é simbolizado pela cabeça de ouro, mas sim o seu imperador. Em outras palavras: Nabucodonozor representa o império que governa. Isso porque o Império babilônico atingiu o auge do seu poder sob a liderança deste notável monarca, decaindo rapidamente após a sua morte. Dos 70 anos em que existiu o império babilônico, Nabucodonozor governou durante 42 anos, tendo antes governado junto com seu pai, Nabopolossar, durante 3 anos. Portanto, esteve à frente do governo 45 anos. Nabopolossar, que governou a babilônia durante 21 anos, de 625-604 a.C., preparou o terreno sobre o qual seu filho construiria um império mundial.
Nabucodonozor, "a cabeça de ouro", foi um monarca notável, não só pelas suas conquistas, mas também pelas obras que realizou. Edificou Babel, a capital do império, e fez dela uma cidade grandiosa, pelas suas dimensões, e sutuosa, pelas obras de arte que abrigava. Conduziu a política com firmeza e sabedoria. O seu poder era humanamente ilimitado. Tanto o governo imperial como a religião eram dirigidas por ele. Mas também não lhe faltou uma boa parcela de despostismo. A sua vontade era a lei suprema. Ele simplesmente ordenava, sem ter que consultar ninguém. As seguintes passagens de Daniel nos dão uma prova do seu poder e também do seu caráter despótico ( Dn.1:5; 2:46,48; 3:13,19,20 ).
B)- O peito e os braços de prata ( w.32-39): O peito e os braços de prata simbolizam o império Medo ? Persa. Como os outros dois, o império grego e o império Romano, ele ainda não existia nos dias de Nabucodonozor. Como o nome já indica, e como os dois braços ligados pelo peito representam, trata-se de um império que ia ser formado pela união de dois povos: este império é também conhecido simplesmente pelo nome de Persa, pois os persas eram a parte mais predominante.
Neste reino já se notava mais a influência dos nobres e dos príncipes sobre o rei. A lei que Dario assinou (6:9) foi um artifício dos nobres da sua corte, e o monarca foi obrigado a cumpri-la contra a sua vontade. Situações assim não podiam nem ser imaginadas no Império de Nabucodonozor. Assim como a prata é de menor valor que o ouro, era menor a autoridade do rei neste segundo império. As intrigas na corte já se faziam notar.
C)- O ventre e os quadris de bronze (VV.32,39): O terceiro império mundial, representando pelo "ventre e pelos quadris de bronze", foi a Grécia. Ao começo foi grande em extensão, mas desintegrou-se logo após a morte de seu fundador.
D)- As pernas de ferro e os pés de ferro e barro (VV.40-43): dos quatro impérios mundiais, o último, simbolizado pelas pernas de Ferro e pelos pés de Ferro que são parte de Ferro e parte de Barro, é o mais detalhadamente descrito. Certamente cabe-lhe também maior importância que os outros. Trata-se do Império Romano. Quando o salvador nasceu em Belém, os Romanos dominavam o mundo ( Lc.2:1). Era o mais forte dos quatro, assim como o ferro ultrapassa o ouro, a prata e o bronze em dureza. Mas internamente o seu valor, a sua qualidade, era inferior aos seus predecessores, como o ferro e inferior aos metais que representam a aqueles. O imperador dividia o poder com o senado. Também o povo tinha que ser considerado e satisfeito nas horas críticas. Daí o lema: "pão e circo". Quando o povo tinha alimentos e diversões, ele era controlável. Houve muita traição e muitos assassinatos nos círculos governamentais: mais tarde, o Império Romano veio até a partir-se em dois: o Império Ocidental e o Império Oriental. Na estatua humana de Nabucodonozor esta divisão já estava simbolizada pelas duas pernas. Todos estes problemas e dificuldades eram desconhecidos pelo monarca babilônico. Seu reino era forte e a sua autoridade era indiscutível.
Como podemos ter certeza de que as divisões da estatua representavam estes quatro impérios ? o Babilônico, o Medo ? persa, o Grego e o Romano? Que bases temos para afirmar isto? Há duas bases indiscutíveis: a Bíblia e a História. Já vimos, no verso 38, que referindo-se a Nabucodonozor, Daniel disse: "tu és a cabeça de ouro". Temos então aí uma regência clara ao primeiro império. No capitulo 8, o segundo e o terceiro impérios também são chamados pelos nomes ( 8:20,21). Alem de chamados pelos nomes, eles são bem caracterizados que é difícil um engano. O quarto império, o Romano, não é mencionado por nome. Mais, como a história confirmou plenamente a profecia bíblica quanto aos três primeiros reinos, tanto ao que se refere aos seus nomes quanto a seqüência em que surgiram, e ao Império Romano o quarto, é evidente que foi ele que Deus se referiu na visão dada a Nabucodonozor.
Este quarto império, o Romano, ressurgirá nos últimos dias com uma confederação de dez nações e seus respectivos reis. Salienta o profeta Daniel que os povos representados pelos dedos da estatua " misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro". De fato, houve ocasião em que a maioria dos monarcas europeus eram membros de uma mesma família, mas daí à unificação da Europa permaneceram enormes barreiras. Pelo poder das armas também não se conseguiu levantar um novo império das cinzas do velho, e os esforços das hordas árabes, tártaras e turcas, bem como as campanhas impetuosas de Carlos Magno, Othon, Carlos V, Filipe II, Luiz XIV, Napoleão I, Guilherme II e Hitler foram todas infrutíferas. Todavia, nove dedos da estátua já estão unidos no M.C.E., embora cada um deles mantenha suas próprias características. São nove Nações ? França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Inglaterra, Irlanda e Dinamarca ? todas cooperam entre si de muitas formas, mas mantendo cada uma delas os seus aspectos religiosos, culturais e econômicos, havendo entre elas ricos e pobres. O décimo país poderá ser admitido brevemente.
Esta mesma profecia acha-se também no livro de Apocalipse: "E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia ... E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, e falava como um Dragão. E exerce todo poder da primeira besta na sua promessa, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada" (13.1,11,13).
Segunda a interpretação que o próprio anjo deu a João, as sete cabeças representam as sete montanhas onde a primeira besta esta assentada, ou seja, a cidade de Roma, mundialmente conhecida por suas sete colinas. Os dez chifres são os dez reis (reinos), correspondentes aos dez dedos da estátua, demonstrando que o antigo Império Romano ressurgirá nestes últimos dias para ser reduzido a pó pela PEDRA (Dan. 7:7,8). Isto ocorrerá na planície de Armagedom conforme Apocalipse (19:16-18).

Shalom Uvrachot!
Paz e benções!
Pr. Ronaldo Carvalho,
Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia e
Ciência da Religião-Fatem ?Am, e Especializado no Hebraico Bíblico.
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