A MÍSTICA DOUTRINA DOS ANJOS

 

Research by Dr. Paulo de Aragão Lins

 

Há um mundo de espíritos, muito mais populoso, mais poderoso e de maiores recursos do que o nosso visível de seres humanos. Bons e maus espíritos convivem entre nós. Passam de um lugar para o outro com a rapidez de um relâmpago e com movimentos imperceptíveis. Eles habitam os espaços ao nosso redor.

 

Segundo o livro do Gênesis, para guardar a árvore da vida Deus postou querubins à porta do paraíso e narram os evangelistas que coube ao anjo Gabriel anunciar a Maria o nascimento de Jesus. Tanto o cristianismo quanto o judaísmo e o islamismo admitem a existência dos anjos como mensageiros entre Deus e os homens.

Os anjos (do grego angelos, "enviado", "mensageiro") são, para a Igreja cristã, seres pessoais, invisíveis, criados por Deus e situados entre a divindade e os homens, dos quais são também guardiões e guias.

Anjos encarnados. Seres com o poder de adquirir a forma humana para exercer entre os homens as funções de embaixadores, profetas ou precursores do Messias, aparecem no Antigo Testamento como existentes antes da criação, ainda que criados por Deus. São por natureza invisíveis, mas capazes de assumir corpo e voz humanos para desempenhar missões divinas. No Novo Testamento as referências aos anjos são menos freqüentes, pois a presença de Jesus dispensou a mediação angelical. Quando aparecem a Maria, a Zacarias, aos pastores, a Pedro e ao próprio Jesus, o fazem com características semelhantes às descritas pelos textos bíblicos antigos.

Divisões. Os anjos fazem parte da corte celestial e se dividem em vários grupos. Os apóstolos Pedro e Paulo, nas epístolas, mencionam quatro classes de seres angélicos: Principados, Potestades, Poderes e Domínios. Entre estes situam-se o Arcanjo, os Anjos, os Querubins e os Serafins. Ainda são chamados de Virtudes, Tronos e Dominações.

Anjos-da-guarda. A existência desses seres foi proclamada como verdade pelo IV Concílio de Latrão, realizado em 1215. Tomás de Aquino formulou uma detalhada teoria sobre eles, entre os quais o anjo-da-guarda, ou anjo custódio, entidade atribuída a cada cristão no momento do batismo com a missão de acompanhá-lo e protegê-lo durante toda a vida. Descreveu também a rebelião de alguns anjos contra Deus, comandados por Satanás, por isso afastados do convívio celestial e convertidos em anjos maus ou anjos caídos.

Anjos em outras religiões. As entidades angelicais que exercem funções de mensageiros da divindade entre os mortais são admitidas por religiões não cristãs. Em alguns casos, a idéia de anjo procede da influência judaico-cristã, como no Maometismo (o Alcorão é extraordinariamente rico em referências a anjos), mas em outros não há relação com a tradição bíblica, como nas antigas mitologias gregas e orientais e em algumas formas de budismo.

Os anjos e as artes. Os anjos ocupam lugar de relevo na arte, especialmente na iconografia católica. São quase sempre representados com asas, o que é plena verdade em relação aos querubins e serafins. Estão presentes também no folclore dos países cristãos

Demonologia. Os temas demonológicos desempenharam um papel importante na literatura ocidental desde a Divina Comédia, de Dante, obra que descreve o céu e o inferno, detalhando sua hierarquia. Outro assunto comum na literatura é o mote "vender a alma ao diabo", aproveitado à perfeição por Göethe, em Fausto. Mas foi na pintura e na escultura que a demonologia foi mais explorada artisticamente, em cenas bíblicas e de tradição católica.

Ao contrário do que muitos imaginam, demonologia (do grego daimon, "divindade", "gênio", "espírito supra-humano", e logia, "ciência") não é exclusivamente o estudo dos espíritos malignos. Essa acepção prevalece na teologia cristã; em outras tradições metafísicas a demonologia estuda todos os entes sobrenaturais, supra-humanos, mas abaixo de Deus, sejam eles benfazejos ou malfazejos.

Representações. A crença em espíritos surge no período paleolítico superior, como transição de uma magia centrada apenas na caça para uma magia mais elaborada, onde já se esboça a divisão social do trabalho. A associação dos cultos agrários com os cultos dos mortos produziu representações concretas do sobrenatural em obras de artesanato, indumentária ou esculturas. Rompeu-se então a fronteira entre o medo e o uso dos elementos sobrenaturais e surgiu a feitiçaria de cunho fetichista. Ainda hoje algumas sociedades primitivas se encontram nesse estágio.

Entre os antigos povos mesopotâmicos, por volta de 3500 a.C., a feitiçaria estava firmemente estabelecida e era tão ou mais forte que as religiões oficiais. A disseminação do culto aos espíritos malignos gerou uma reação popular que se traduziu em complexos rituais de exorcismo e purificação. Alguns traços de demonologia mesopotâmica vieram a influenciar os conceitos dos hebreus sobre o assunto, durante os cinqüenta anos em que durou o cativeiro na região, no século VI a.C.

Os persas também deixaram sua marca na religião judaica a partir do século VI a.C., quando a doutrina de Zoroastro estabeleceu um intenso dualismo entre o bem e o mal, que muito favoreceu a crença em demônios e demais entes sobrenaturais. Muitos estudiosos acreditam que os mitos, deuses e demônios persas dessa época tenham sido uma influência da cultura hindu.

Junto à influência mesopotâmica e ao dualismo de Zoroastro - incorporado durante a dominação persa - o judaísmo encontrou nos espíritos malignos os maiores adversários para seu Deus único, Iavé. Satanás passa a ser a personificação do mal, assim como o foram Arimã para os persas e Nergal para os babilônios. No princípio, também os anjos do Antigo Testamento traziam em si a influência cultural mesopotâmica, confundindo-se num primeiro momento com o próprio Iavé e sendo mais tarde apresentados como componentes de sua corte. Só nos primeiros anos do cristianismo atribuiu-se uma hierarquia entre os anjos e surgiu a crença de que os demônios seriam anjos rebelados, expulsos dos domínios celestes.

Repressão. A religião cristã passaria a dar cada vez mais atenção a anjos e demônios e sua origem maniqueísta iria salientar a competição entre a "luz" e as "trevas". A crença na possessão demoníaca ganhou grande força entre os cristãos e tanto na antiguidade quanto na Idade Média certas doenças foram tomadas como casos para exorcismo. Cabe salientar, entretanto, que tais confusões também ocorriam em outras civilizações e que a magia ritual e a alquimia acabaram sendo a mãe da ciência médica.

O comportamento dos cristãos em relação aos assuntos ligados ao demônio passou a ser severamente repressor, chegando a extremos nos séculos XV, XVI e XVII, épocas em que muitas mulheres, condenadas pelo tribunal do Santo Ofício, foram queimadas como bruxas e feiticeiras. Mais tarde esse fenômeno iria despertar a atenção de estudiosos para a maneira como a demonologia reflete os conflitos sociais em cujo âmbito se propaga. Num quadro geral da história da demonologia, pode-se interpretar o satanismo como uma insubordinação às religiões oficiais, ou melhor, aos grupos sociais representados por essas crenças.

Em 1487, quando a perseguição à feitiçaria já era extremamente forte, foi lançado pelos monges dominicanos Heinrich Kraemer e Jakob Sprenger o Malleus maleficarum (O martelo das feiticeiras), verdadeiro manual para os inquisidores identificarem, capturarem e punirem os adeptos da bruxaria. Também os protestantes dos séculos XVI e XVII perseguiram o satanismo.

A partir da segunda metade do século XVIII, a demonologia começa a entrar em declínio no Ocidente, assim como as demais crenças sobrenaturais. O início da revolução industrial, a ascensão política da burguesia e os avanços da ciência colaboraram para o declínio do interesse por tais fenômenos. Com o advento do Iluminismo, atitudes irracionalistas sofreram um irresistível processo de esvaziamento e o sobrenatural passou a enfrentar seu pior inimigo, o ceticismo.

Em meados do século XIX, surge o espiritismo, crença que prega a comunicação com espíritos e que, ao ser sistematizada pelo francês Allan Kardec, se difundiu pelo mundo inteiro. O espiritismo é hoje o principal suporte doutrinário dos que se voltam para o estudo de fenômenos sobrenaturais ocultos, não revelados pela revelação bíblico-cristã.

No Brasil, as mais representativas entidades supra-humanas são de origem africana, os exus. Entre os entes de origem indígena, mencionam-se o Anhangá e o Jurupari.

Definição. A tradição bíblico-cristã afirma que os anjos são criaturas, isto é, seres criados, porém feitos do nada pela Palavra e o poder de Deus. São es­píritos, porque são diferentes dos homens. Eles não estão limitados a condições naturais e físicas. Foram feitos por Deus, dentro de Sua soberania, para adorá-Lo e servi-lo e, posteriormente, para servirem ao povo de Deus. Neemias 9.6. "Tu, só tu, és Senhor; tu fizeste o céu e o céu dos céus, juntamente com todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela existe, os mares e tudo quanto neles já, e tu os conservas a todos, e o exército do céu te adora". Colossenses 1.16. "Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele".

Significados. A palavra anjo significa “Mensageiro”, enquanto a palavra demônio significa “Divindade”, porque os antigos adoravam aos demônios como se fossem deuses. A palavra satanás significa “Adversário” e diabo significa “Acusador”  ou “caluniador”. Apocalipse 12.10.               

 

Principal função dos anjos de Deus no céu. Adorar a Deus, na pessoa do seu Filho e obedecer as suas ordens. Filipenses 2.9-11. He­breus 1.6,7.

 

Principal função dos anjos de Deus na terra. Ministrar a favor dos servos de Deus. I Reis 19.5. Lucas 16.22. Atos 12.7-11. Atos 27.23. Hebreus 1.7,13,14.                                                 

 

·                   Eles ajudaram a Agar, a serva de Abraão.

·                   Um deles apresentou o cabrito para Abraão sacrificar em lugar de Isaque.

·                   Anjos apresentaram-se diante de Jacó, subindo e descendo até ao céu em uma escada sobrenatural.

·                   Um anjo apareceu a Moisés na sarça ardente.

·                   Um anjo foi enviado por Deus para acompanhar os Israelitas durante toda a jornada do Egito a Canaã.

·                   Um anjo advertiu Balaão.

·                   Um anjo instruiu Gideão a livrar o povo de Israel das mãos dos midianitas.

·                   Um anjo apareceu à esposa de Manoá e anunciou o nascimento do seu filho Sansão.

·                   Um anjo ia destruir Jerusalém, quando Davi intercedeu e Deus levantou sua mão.

·                   Um anjo cuidou de Elias em um momento de muito desespero.

·                   Um anjo feriu a 185.000 guerreiros assírios para defender a Israel. 

 

Principais funções dos demônios na terra. Roubar, matar e destruir, possuir as pessoas, fazendo-as cometerem maldades, tirando da mente das pessoas o temor de Deus.

 

Classes ou tipos de anjos. Arcanjo, anjos, queru­bins e serafins, ou ainda, principados, potestades, poderes e domínios. Tanto os anjos de Deus como os anjos maus são orga­nizados em hostes, falanges, ou legiões, como verdadeiros exércitos. Isaias 6.1,2. I Tessalonicenses 4.16. I Pedro 3.22. Judas 9. Apocalipse 12.7.

 

Criação dos anjos. Os anjos apareceram antes dos homens. Não entendemos todos os propósitos que Deus colocou em relação a sua criação, mas sabemos que Deus tinha um grande plano na criação deles.

 

Adoração de anjos. Não devemos adorar os anjos, porque isto é prática pagã. Colossenses 2.18. Apocalipse 19.10. Apocalipse 22.8,9.

 

Os anjos são numerosos. Às vezes são citados como sendo legiões, hostes, milhões, miríades, sempre dando idéia de grande quantidade. Jó 25.3. Hebreus 12.22.        

 

Os anjos são assexuados. Segundo o que se entende nos textos bíblicos os anjos, que são muitas vezes chamados de “varões”, não têm sexo. Acreditam muitos que os "filhos de Deus" de Gênesis 6 são anjos que deixaram seu estado original e tomaram corpos humanos, mantendo posteriormente relações sexuais com as humanas, gerando gigantes.

 

O “Anjo do Senhor”. Acredita, a maioria dos teólogos, que se trata de Jesus, em diversas teofanias. Teofania é uma manifestação visível de Jesus Cristo, antes de sua encarnação no ventre de Maria.

 

O arcanjo. A Bíblia cita apenas um arcanjo, Miguel. Gabriel é um anjo, provavelmente chefe dos anjos mensageiros, porém só existe um arcanjo. Gabriel avisou a Zacarias o nascimento de João Batista. Lucas 1.5-19.

 

Ações dos anjos de Deus no Antigo Testamento. No Antigo Testamento os anjos foram enviados como portadores de mensa­gens divinas. Daniel 8.15-19. Daniel 9.21.

 

Eles proporcionaram ajuda em horas de angústias e dificuldades e ajudaram o povo de Deus nos perigos de guerra. Também executaram os juízos divi­nos. Gênesis 48.16. Gênesis 19.15,16. Isaias 37.36. Daniel 4.23.                                                                 

 

Ações dos anjos de Deus durante o ministério de Jesus. Acompanharam-no e o serviram durante o tempo que esteve na terra. Um anjo revelou a Maria que ela seria a mãe do Salva­dor. Fizeram-se presentes na noite em que Jesus nasceu. Quan­do Herodes havia resolvido matar as crianças em Belém, houve aviso de um anjo. Quando Jesus foi tentado pelo diabo e o venceu, vieram anjos para servir ao senhor. No Getsemâni, um anjo veio confortar a Jesus. Na ressurreição apareceram anjos e na ascensão houve testemunho de anjos. Lucas 1.28. Lucas 2.10. Mateus 2.13-15. Mateus 2.19,23. Mateus 4.11. Mateus 28.1-5. João 20.11,12. Atos 1.10, 11.

 

Ações dos anjos de Deus após a ascensão. Cooperaram no início da obra evangelizadora e cooperam até agora. Foi um anjo que transmitiu a ordem de Deus a Filipe. Foi um anjo que se manifestou a Cornélio. Foi um anjo que libertou Pedro da prisão. Foi um anjo que executou o juízo de Deus sobre Hero­des.

 

Ações dos anjos maus no Antigo Testamento. O diabo foi o agente principal no Jardim do Éden quando seduziu Eva e tentou-a a induzir Adão a desobedecer os decretos divinos. Perturbou os profetas, patriarcas e o sumo-sacerdote do antigo concer­to, mas foi vencido em todas as suas investidas.

 

Ações dos anjos maus depois da ascensão. Cegam os o­lhos e o entendimento dos homens e cerram seus ouvidos para não ouvirem, verem e entenderem o evangelho da graça de Deus. Usaram e usam reis, imperadores e outros governantes para perseguirem, com ódio ferrenho, aqueles que servem a Cristo.

 

Querubins. São anjos de classe elevada, relacionados com os propósitos retributivos e redentores de Deus e são descritos como tendo rosto de leão, de homem, de boi e de águia.   

 

Serafins. Anjos cujo significado é “ardentes”,  menciona­dos uma única vez nas Escrituras. Nesta única vez em que são citados, podemos ver sua importância e sua função de adoradores especiais de Deus. Isaias 6.1-9.

 

Os anjos estão diante de Deus prontos a cumprirem suas ordens e o adorarem. Apocalipse 7. 1-3.

 

Os anjos protegem e livram o povo de Deus. Em várias guerras no Antigo Testamento e em várias ocasiões no Novo Testamento, a Bíblia nos mostra que Deus enviou seus anjos para protegerem e livrarem seus eleitos de seus opres­sores. (Gênesis 48.16.)

 

Os anjos guiam e encorajam os servos de Deus. Quando os líderes religiosos do séc. I a.D. persegui­ram e prenderam os cristãos, vieram anjos para ajudá-los, da­rem mensagens de encorajamento e apoiá-los. Atos 27.23. Atos 12.11.

 

Os anjos são mais sábios e mais poderosos do que os homens.

 

O diabo é comparado ao leão, à serpente e ao dragão. Apocalipse 12.9. I Pedro 5. Apocalipse 12.1-9.

 

Substância dos anjos. Os anjos são incorpóreos, mas, por permissão especial de Deus, podem tomar corpos, como em Gênesis 19.

 

Comparações ou metáforas relacionadas com os anjos. Os anjos são comparados com...

 

·                    Estre­las: Jó 38.7.

 

·                    Ceifeiros: Mateus 13.36-39.                                                                    "

 

·                    Ventos e Ministros: Hebreus 1.7.

 

Além de Deus, os seus escolhidos participarão do julgamento dos anjos, conforme I Coríntios 6.3.

 

De acordo com a Bíblia o diabo foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade. Por isto Jesus manifestou-se para destruir as obras do diabo. João 8.44. I João 3.8.

 

A Bíblia chama uma grande quantidade de anjos de miría­des e uma grande quantidade de demônios de legião. Os anjos são chamados de filhos de Deus em Jó 1.6 e de santos em Mateus 25.31 e Apocalipse 14.10.

 

Os anjos não são seres humanos glorificados nem os demônios são ímpios desencarnados.

 

O lugar preparado para o diabo e seus anjos é chamado de...

 

·                    Lago de fogo em Apocalipse 20.10.

 

·                    Fogo eterno em Mateus 25.41.

 

A natureza dos anjos. Os anjos são criaturas, isto é, seres criados. Foram feitos pelo poder de Deus. Não conhecemos a época exata de sua criação, porém sabemos que antes que aparecesse o homem, já eles existiam, havia muito tempo, e que a rebelião daqueles sob satanás já se havia registrado, deixando duas classes - os anjos bons e os anjos maus. Sendo eles criaturas, recusam ser adorados e ao homem por sua parte, é proibido adorá-los. Apocalipse 19.10. Apocalipse 22.8. Colossenses 2.18.2.

 

Os anjos são descritos como espíritos, porque, diferentes dos homens, eles não são limitados às condições naturais e físicas. Apesar de serem puramente espíritos, tem o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem, Gênesis 19.1-3.

 

Os anjos são imortais, isto é, não estão sujeitos à morte, Lucas 20.34-36.

 

Hierarquia dos anjos. Visto como “a ordem é a primeira das leis do céu”, é de se esperar que os anjos estejam classificados segundo seu posto e atividade, I Pedro 3.22; Colossenses 1.16.

 

o       Anjo do Senhor. A maneira pela qual o “anjo do senhor” é descrito, distingue-o de qualquer outro anjo. É-lhe atribuído o poder de perdoar ou reter pecados, conforme diz o Antigo Testamento, Êxodo 23.20-23.

 

o       Arcanjo. Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal, Judas. 9; Apocalipse 12.7; I Tessalonicenses 4.16. Ele aparece com anjo protetor da nação Israelita, Daniel 12.1. Ele é chamado de “grande príncipe”, pelo profeta Daniel.

 

o       Anjos eleitos. São provavelmente aqueles que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de Satanás, Daniel 8.16; 9.21.

 

o       Anjo das nações. Daniel 10.13,20; parece ensinar que cada nação tem seu anjo protetor, o qual se interessa pelo bem estar dela. A palavra do Novo Testamento “principados” pode referir-se a esses príncipes angélicos das nações; e o termo é usado tanto para os anjos bons como para os maus, Efésios 3.10; 6.12; Colossenses 2.15.

 

o       Querubins.

 

o       Serafins.

 

O CARÁTER DOS ANJOS.

·                   Obedientes. Eles cumprem seus encargos sem questionarem ou vacilarem. Mateus 6.10.

·                   Reverentes. Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus. Neemias 9.6; Hebreus 1.6.

·                   Sábios. II Samuel 14.17. Os anjos não podem diretamente discernir os nossos pensamentos (I Reis 8.39) e o seu conhecimento dos mistérios da graça é limitado. I Pedro 1.12.

·                   Mansos. Não abrigam ressentimentos pessoais, nem injuriam seus opositores. II Pedro  2.11; Judas 9.

·                   Poderosos. São “magníficos” em poder. Salmos 103.20.

·                   Santos. Sendo separados por Deus e para Deus, são anjos santos. Apocalipse 14.10.

 

SUA OBRA

·                    Agentes de Deus. São mencionados como os executores dos pronunciamentos de Deus, Gênesis 3.24; Números 22.22-27; Mateus 13.39,41,49; 16.27; 24.31; Atos 12.23.

·                    Mensageiros de Deus. Anjo significa “mensageiro”. Por meio dos anjos Deus envia. anunciações, advertências, instrução, encorajamento, revelação, etc.

·                    Servos de Deus. Hebreus 1.14. Os anjos são enviados para. sustentar, preservar, resgatar, interceder ( Zacarias 1.12; Apocalipse 8.3-4).

A concepção popular de um diabo de chifres, pés de cabra e de aparência horrível teve sua origem na mitologia pagã, e não na Bíblia.

 

O caráter de Satanás. O caráter de Satanás é indicado. Pelo fato de ele ser chamado de Satanás, que significa “adversário” e descreve seus intentos maliciosos de obstruir os propósitos de Deus. Tentou destruir a nação de Israel, I João 3.12. Ele é chamado de “deus deste século” e o “príncipe das potestades do ar”. Ele procura destruir a Igreja de 2 maneiras. 1º.) Interiormente, com falsos ensinos.  I Timóteo  4.1; Mateus 13.38-39; II Pedro  2.1-2;  e 2º.) Exteriormente, com perseguição. Apocalipse 2.10; Atos 10.38.

 

Diabo, significa “caluniador”, difamador. Calunia tanto a Deus, como ao homem. Toda calúnia vem de um espírito satânico.

 

Destruidor, é a palavra “apolion” do grego e “abadon” do hebraico, Apocalipse 9.11.

 

Serpente, Apocalipse 12.9.

 

Tentador, Mateus 4.3. “Tentar" significa literalmente "testar" ou "provar”.  Mas enquanto Deus põe a prova para o nosso próprio bem estar, para purificar e desenvolver nosso caráter o diabo tenta com propósitos maliciosos de destruir.

 

Príncipe e deus deste mundo, João 12.31; II Coríntios  4.4. É o influenciador dessa sociedade, I João 5.19; 2.16.  As escrituras descrevem o mundo como fama, prazer e bens.

 

Atividades satânicas. É o perturbador da obra de Deus, I Tessalonicenses 2.18. É o opositor do evangelho, Mateus 13.19; II Coríntios  4.4. Domina, cega, engana e laça os ímpios. Aflige o povo de Deus, I Tessalonicenses 3.5. Ele é descrito como: presunçoso, orgulhoso, poderoso, astuto, enganador, feroz e cruel, II Coríntios  11.3; I Pedro 5.8.

 

A esfera de suas atividades. O diabo não limita suas operações aos ímpios e depravados, II Coríntios 11.14; até assiste  reuniões religiosas, Jó 1; I Timóteo  4.1; Apocalipse 2.9; II Coríntios  11.15. O motivo de suas atividades é: ele quer nossa ruína, ele aborrece a imagem de Deus em nós, odeia a nossa natureza humana, a glória de Deus em nós, a felicidade, etc. As restrições de suas atividades. Satanás é forte mas não podemos exagerar no seu poder. Para os que crêem em Jesus ele já é um derrotado, João 12.31, e é forte apenas para aqueles que cedem a tentação, Tiago 4.7. Não pode tentar, afligir, matar, nem tocar no crente sem a permissão de Deus, II Tessalonicenses 3.3.

 

O destino de Satanás. Desde o princípio Deus predisse e decretou sua derrota, Gênesis 3.15 e o castigo da serpente até o pó da terra foi um vislumbre profético da degradação e derrota final dessa velha serpente. No princípio foi expulso do céu, durante a tribulação será lançado da esfera celeste à terra, Apocalipse 12.9, no milênio será aprisionado no abismo e depois de mil anos será lançado no lago de fogo, Apocalipse 20.10.

 

Espíritos maus. Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e, como o homem, dotados de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu, João 8.44; II Pedro 2.4; Judas 6. Segundo as escrituras, os anjos maus passam parte do tempo no inferno, II Pedro 2.4 e parte no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam, João 12.31; 14.30; II Coríntios  4.4. Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles, II Coríntios 4.3-4; Efésios 2.2; 6.11-12. Este poder porém está aniquilado para aqueles que são fiéis a Cristo, pela redenção que ele consumou. As escrituras não descrevem com clareza a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém as escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua operação, Mateus 12.26,27. Nos evangelhos aparecem como espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se dizem que têm demônio. Os efeitos dessa possessão se evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades, associadas principalmente com o sistema mental e nervoso, Mateus 9.33; 12.22; Marcos 5.4,5. A possessão dos corpos humanos parece proporcionar-lhes um lugar muito desejado de descanso e prazer físico. Nosso Salvador fala dos espíritos maus andando por lugares áridos buscando especialmente descanso nos corpos das vítimas.  Quando privados de um lugar de descanso nos corpos humanos, são representados como buscando-o no corpo de animais inferiores, Mateus 12.43-45.

 

O que é possessão?  Significa a introdução de uma nova personalidade no ser da vítima, tornando-a, em certo sentido, uma outra criatura. O gadareno em Mateus 8.29, falava e se portava como que controlado por outra personalidade. As elocuções inspiradas pelo demônio são imitações satânicas daquelas inspiradas por Cristo. Já se observaram casos em que a pessoa que se rende conscientemente ao poder do demônio, muitas vezes recebe um dom estranho, de forma que pode ler a sorte e ser médium, etc. Freqüentemente os endemoninhados manifestam uma força extraordinária e sobre-humana, uma imitação satânica do poder do Cristo. O senhor Jesus veio ao mundo para resgatar o povo do poder dos espíritos maus e pô-los sob o controle do Espírito de Deus, I João 3.8.

 

Autoridade sobre os demônios. A fonte dessa autoridade espiritual do cristão está na Bíblia. O crer e o viver em Cristo dão ao cristão o poder necessário para ter vitória sobre o mal. Jesus outorgou autoridade espiritual, Marcos 16.17. Jesus convocou os 12 discípulos e lhes deu autoridade e poder para curar enfermos e expelir demônios, Lucas 9.1. Posteriormente, Jesus repetiu a mesma ação convocando os 70 discípulos, Lucas 10.1,17. Essa autoridade foi outorgada à Igreja pós-Pentecostes e por onde andavam os discípulos de Jesus, agora cheios de Cristo e sem a presença física do Mestre, sinais e prodígios, libertação de oprimidos e possessos iam acontecendo. Eles tinham a autoridade.

 

A autoridade no nome de Jesus. O nome de Jesus tem peso e autoridade quando usado por um cristão autêntico, Filipenses 2.9,10. Nunca devemos esquecer da nossa verdadeira luta, que não é contra o sangue nem contra a carne, mas é contra os principados e potestades do mal nas regiões celestes (II Coríntios  10.1-4; Efésios 6.10-18; Lucas 10.19).

 

Os  anjos estão sujeitos ao governo divino e o  importante  papel que têm desempenhado na história do homem torna-os merecedores de referência especial e de um estudo especial.

 

A palavra portuguesa anjo possui origem no latim angelus ,  que por sua vez deriva-se do grego angelos. No  idioma  hebraico, temos malak . Seu significado básico é "mensageiro"  (para designar  a idéia de ofício de mensageiro). O grego clássico emprega o termo angelos para o mensageiro, o embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou.

 

No Antigo Testamento, onde o termo malak ocorre 108 vezes,  os  anjos aparecem  como seres celestiais, membros da corte de Yahweh,  que servem e louvam a Ele (Ne 9:6; Jó 1:6), são espíritos ministradores  (1Rs  19:5),  transmitem a vontade de  Deus  (Dn  8:16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl 103:20), executam os propósitos de Deus  (Nm  22:22), e celebram os louvores de Deus  (Jó  38:7;  Sl 148:2).

 

No Novo Testamento, onde a palavra angelos aparece por 175 vezes, os anjos aparecem como representativos do mundo celestial e  mensageiros  de  Deus. Funções semelhantes às do Antigo Testamento são atribuídas  a eles,  tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2:9-11;  Hb  1:6), são  espíritos ministradores (Lc 16:22; At 12:7-11;  Hb  1:7,14), transmitem a vontade de Cristo (Mt 2:13,20; At 8:26), obedecem  a vontade  dEle (Mt 6:10), executam os Seus propósitos  (Mt  13:39-42), e celebram os louvores de Cristo (Lc 2:13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a concepção  de Cristo (Mt 1:20,21), Seu nascimento (Lc 2:10-12), Sua  ressurreição (Mt 28:5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1:11).

 

(Pesquisa realizada pelo Dr. Paulo de Aragão Lins em várias fontes e em diversos idiomas.)