Autores:

Carlos Kenedy Cordeiro

Celine da Silva Nunes

Nubia de Souza Leal

Síntese comentada da obra “A Freira no subterrâneo”

A Obra de Camilo relata a história de uma linda jovem apaixonada, Bárbara Ubryk, filha de um grande homem da sociedade polonesa, conde Ubryk, o mesmo queria obrigar a filha a se casar com o conde Rastoi, pois ele pertencia a sua classe social e a seu partido político, porém, Bárbara não aceitava a tese de seu pai, pois ela estava completamente apaixonada por Ladislau Zolpki, um rapaz simples, de família humilde e de lado político oposto.

O casal vivia seus amores de modo sigiloso e arriscado, sempre se encontravam no jardim da casa dos Ubryks. Certa noite quando se encontraram, foram surpreendidos pelo conde, que ao ver a filha nos braços do rapaz, se enfureceu grandemente, a ponto de desejar tirar a vida de Ladislau. Desesperada, Bárbara, sacrifica seu grande amor, em troca da vida do amado.

               Como castigo por sua rebeldia e para assegurar que a filha permanecesse longe do rapaz o pai a envia, para o Convento das Carmelitas em Cracóvia. Neste convento sondava-se “os mistérios da inquisição; e outros refinamentos de crueldade” (p. 14). As freiras viviam sob regras rigorosas, as que ali entravam não podiam receber visitas.

Antigamente eram os pais que escolhiam os maridos para as filhas, na maioria das vezes procuravam rapazes que pertencessem a mesma classe social e ao mesmo lado político. Para eles a opinião da moça não tinha tanta importância, pois, o mais importante era seus próprios interesses.

Sua vida no Carmelo não era fácil, pois ela não estava lá por vocação e sim por obrigação tornando-se então, uma pessoa angustiada. Mesmo passando o tempo Bárbara ainda mantinha as lembranças de Zolpyk em sua memória. Seu comportamento era diferente das outras noviças. Maria Wenzyk mestra das carmelitas, percebendo sua atitude resolve dar-lhe atenção especial.

            Tempos depois, Bárbara é obrigada a participar da penitência, este era um momento, no qual as freiras se multilavam e sacrificavam pelo Senhor, na crença de que quanto mais ferissem a carne, mais próximas de Deus estariam, e a recompensa seria uma noite de núpcias com Ele. Bárbara sentia repulsa da cena, e para abalar ainda mais sua fé, descobre que alguém observava o ato por uma fresta. Logo entende que as penitências e as núpcias não eram celestiais, mas sim, bacanais.

Passando-se alguns dias, a jovem carmelita adoece, devido aos maus tratos sofridos no Carmelo, ela nem imaginava que o médico que a tratava era padrinho de seu amado e esperado Zolpki, que descobrindo sua situação traça um plano de fuga, envia-lhe uma mensagem, através de seu padrinho, marcando hora, data e local para fugirem. Chegada a noite de sua partida, Bárbara coloca o plano em ação e consegue sair desapercebida do claustro, encontra seu amado e os dois se abraçam tão apaixonadamente, chegando a parecer que o mundo em sua volta parara para admirar tão linda cena, porém a alegria do casal se esvai rapidamente, após serem abordados por uns soldados da patrulha noturna, é travada uma rápida e intensa luta entre os soldados e Ladislau e o amigo que acompanhava-o, acabaram assim, ficando muito feridos no chão. Bárbara volta aos prantos para o convento, certa de que, seu amado já estaria morto.

 Ao retornar para o Carmelo, Maria Wenzyk prende a religiosa em um cárcere denominado a Cova negra, era um lugar obscuro, onde a claridade iluminava-a por um postigo gradeado. Prendiam ali as freiras que desrespeitavam as regras do convento, e que ainda não tinham passado pelo julgamento carmelita. Bárbara sofria sede e fome. Ela era a noviça mais linda do convento e a menos amada, sua beleza encantava grandemente o padre Zózimo, a ponto de desejá-la em seus braços, porém a carmelita o repudiava. O padre prometera absolve-la de seu julgamento se a mesma se entregasse à ele, mas, a jovem não aceitou a proposta do religioso.

               No dia do julgamento, Wenzyk decide que Bárbara ficará encarcerada eternamente em uma masmorra, não sairia, nem para ver a luz do sol. Zózimo aproveitando a situação da prelada planeja uma emboscada para a jovem, a fim de possuí-la. O padre consegue por seu plano em ação violentando a infeliz.

               Tempos depois Bárbara é resgatada por seu Amor e levada para o hospital de S. Lazaro, onde passou seus últimos dias de vida ao lado de Ladislau Zolpki.

               A notícia da Freira no subterrâneo se espalhou rapidamente pela cidade. O Carmelo foi fechado e o fim do padre Zózimo foi o suicídio.

Inferências sobre a “Freira no Subterrâneo”

  • A ambição do pai de Bárbara: Para o conde Ubryk, a opinião de Bárbara era a que menos importava no momento. Sua cobiça e orgulho foram maiores que o amor de pai para filha. Tal ação levou a jovem ter uma vida de sofrimentos e tristezas.
  • O amor e a esperança de Bárbara: O amor que Bárbara sentia por Ladislau, e a esperança de que um dia seria resgatada por seu amado, foi o suficiente, para fazer dela uma mulher forte e resistente, superando assim todos os obstáculos vividos.
  • Torturas sofridas no Convento das Carmelitas: O mosteiro o qual Bárbara fora levada por seu pai, era rígido, as freiras que ali entravam não poderiam receber visitas, viviam sob inquisição e outras crueldades. Bárbara foi açoitada pelas companheiras, humilhada, passou fome e sede, ficou restrita á luz e além de tudo isso, foi violentada por um padre. O convento é um lugar aonde vamos para encontrar paz e para nos sentirmos mais perto de Deus, mas, infelizmente para Bárbara não foi bem assim.
  • Castelo Branco, Camilo. A freira no subterrâneo. São Paulo SP: Editora Gemini, (Coleção clássicos eternos), 1989.