TERCEIRO ANJO: Esconderei de Abraão o que estou para fazer? Abraão será o pai de uma nação grande e pode­rosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas. Pois EU o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do SENHOR, fazendo o que é justo e direito, para que o SENHOR faça vir a Abraão o que lhe prometeu. As acusa­ções contra Sodoma e Gomorra são tantas e o seu pecado é tão grave que descerei para ver se o que eles têm feito corresponde ao que te­nho ouvido. Se não, EU saberei.

   Abraão olha assustado para DEUS. Como se já soubesse o que iria acontecer. Os anjos perguntam: “Podemos ir?” O TERCEIRO ANJO assente com a cabeça. Eles partem, mas o TERCEIRO ANJO continua na presença de Abraão. Abraão se aproxima do TERCEIRO ANJO e O indaga.

Abraão: Exterminarás o justo com o ímpio? E se hou­ver cinquenta justos na cidade? Ainda a destrui­rás e não pouparás­ o lugar por amor aos cin­quenta justos que nele estão? Lon­ge de TI fazer tal coisa: matar o justo com o ímpio, tratando o justo e o ímpio da mesma maneira. Longe de TI! Não agirá com justiça o JUIZ de toda a terra?

TERCEIRO ANJO: Se EU encontrar cinquenta justos em Sodoma, pouparei a cidade toda por amor a eles.

Abraão: Sei que já fui muito ousado a ponto de falar ao SENHOR, eu que não passo de pó e cinza. Ainda assim per­gunto: E se faltarem cinco para completar os cinquenta justos? Destruirás a cidade por causa dos cinco?

TERCEIRO ANJO: Se encontrar ali quarenta e cinco, não a destruirei.

Abraão: E se encontrares apenas quarenta?
TERCEIRO ANJO: Por amor aos quarenta não a destruirei.

Abraão: Não TE ires, SENHOR, mas permite-me falar. E se apenas trinta forem encontra­dos ali?
TERCEIRO ANJO: Se encontrar trinta, não a destruirei.

Abraão: Agora que já fui tão ousado falando ao SENHOR, pergunto: E se apenas vinte forem encontrados ali?
TERCEIRO ANJO: Por amor aos vinte não a destruirei.

Abraão: Não TE ires, SENHOR, mas permite-me falar só mais uma vez. E se apenas dez forem encontrados?
TERCEIRO ANJO: Por amor aos dez não a destruirei.

   Depois de ter terminado o SENHOR começou a subir e Abraão voltou para casa mais leve e alegre.

Abraão:

PAI, como eu confio no TEU AMOR

PAI, como eu confio no TEU FAVOR

PAI, o SENHOR É DEUS GALARDOADOR

Para aqueles que confiam

PAI, muitos tentaram, mas não conseguiram

PAI, muitos ficaram à beira do caminho

PAI, mas eu não vou ser assim

PAI, eu vou até o fim

Eu não vou duvidar do meu SENHOR

Que abre portas fecha portas quando quer

Eu seria louco em duvidar

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

 

Eu não vou duvidar do meu SENHOR

Que abre portas fecha portas quando quer

Eu seria louco em duvidar

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

DESSE DEUS que não falhou e nem falhará

 

DESSE DEUS

Que não falhou e nem falhará

Que não falhou e nem falhará

Que não falhou e nem falhará

 

DESSE DEUS

Que não falhou e nem falhará

Que não falhou e nem falhará

Que não falhou e nem falhará

 

   Chega a noite, e Ló continua na entrada da cidade. De repente ele vê dois homens entrando na cidade. Eles olham ao seu redor parecendo procurar algo ou alguém. Ló, subitamente, se levanta e vai em direção a esses homens. Ele sabe que eles não são homens comuns, mas sim, anjos de DEUS.

Ló: Com licença, meus senhores. Por favor, acompanhem-me à casa do seu servo. Lá poderão lavar os pés, passar a noite e, pela manhã, seguir caminho.

Um dos anjos: Não, passaremos a noite na praça.

Ló: Não. Os senhores estão cansados, têm que ter conforto.

Um dos anjos: Não, obrigado.

Ló: Eu insisto...

   Na casa de Ló, sua esposa está sentada em frente da janela, admirando as estrelas. A porta da casa se abre e, Danna e Maika, filhas de Ló entram em casa.

Danna: Boa noite, mãe.

Esposa de Ló: Boa noite, filha.

Maika: Onde está meu pai.

Esposa: Ele saiu daqui, meio dia. Disse que ia dar uma volta na praça, perto da entrada da cidade e até agora não voltou. Estou ficando preocupada.

Danna: Logo agora que os nossos namorados iam pedir as nossas mãos em casamento ao nosso pai. Yair, Eitan! Entrem!

   Yair e Eitan são os nomes dos noivos de Danna e Maika, respectivamente. Eles entram na casa das noivas.

Danna: Por favor, vão até entrada da cidade e vejam se nosso pai está bem.

Yair: Certo. Vamos, Eitan.

   Eles vão em direção à entrada da cidade, mas no caminho se encontram com Ló e com os anjos.

Eitan: Ló, que bom encontrá-lo. Suas filhas e sua esposa estavam ficando preocupadas. Quem são estes com o senhor?

Ló: São viajantes. Vão passar a noite em minha casa.

   Eitan assente com a cabeça e sussurra no ouvido de Yair.

Eitan: Com licença. Eu vou aqui, rápido. Já, já chego lá em sua casa, Ló. Yair, me espere na casa de Ló.

   Cada um vai para um lado. Quando Ló, os dois anjos e Yair chegam em casa, a esposa e as filhas de Ló, subi-tamente, se levantam e abraçam-no. Os anjos sentam-se. Ló, sua esposa, Danna, Maika e Yair são bastante hospitaleiros com eles. Alguém bate na porta.

Ló: Quem é?

Morador: Abra a porta ou arrombaremos.

   Ló abre a porta, e quando abre se depara com uma multidão, pessoas vindo de toda parte de Sodoma, homens de todas as idades, dentre eles está Eitan, o namorado de Maika. Ló sai devagar e serenamente, carregando no rosto um olhar sério de dar medo, fecha a porta atrás de si. Olha atentamente para cada um.

Ló: Posso ajudar?

Morador: Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos rela­ções com eles.

   Ló continua do mesmo jeito, encarando o sujeito.