Então os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá, que é Zoar, mar­charam e tomaram posição de combate no vale de Sidim contra Quedorlaomer, rei de Elão, contra Tidal, rei de Goim, contra Anrafel, rei de Sinear, e contra Ario­que, rei de Elasar. Eram quatro reis contra cinco.

   Ora, o vale de Sidim era cheio de poços de betume e, quando os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram, alguns dos seus homens caíram nos poços e o restante es­capou para os montes. Os vencedores saquea­ram todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento, e partiram.

  Levaram também Ló, sobrinho de Abrão, e os bens que ele possuía, visto que morava em Sodoma. Mas alguém que tinha escapado veio e relatou tudo a Abrão, o hebreu, que vivia próximo aos carvalhos de Manre, o amorreu. Manre e os seus irmãos Escol e Aner eram aliados de Abrão.

Sarai: Abrão, aconteceu um ataque lá na cidade de Sodoma, onde Ló está.

Abrão: Como você sabe?

Sarai: Um homem que conseguiu escapar nos contou.

Abrão: Mandem convocar os 318 (trezentos e dezoito) homens treinados, nascidos nesta terra e vamos a Dã, em perseguição dos inimigos!

   Então, durante a tardinha chegaram à cidade. Abrão combinou com seus soldados que iram atacar a noite.

Abrão: Mais uma coisa: nós atacaremos em grupos. Um grupo irá até onde Ló está preso.

   À noite os inimigos desarmaram os acampamentos e seguiram em direção a Hobá, ao norte de Damasco. Os soldados de Abrão os viram indo embora, por isso avisaram-no. Abrão, então os atacou e saíram, com a ajuda do SENHOR, vitoriosos da batalha. Voltando Abrão da vitória sobre Que­dorlaomer e sobre os reis que a ele se haviam aliado, o rei de Sodoma foi ao seu encontro no vale de Savé, isto é, o vale do Rei.

   Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do DEUS ALTÍSSIMO, trouxe pão e vinho e abençoou Abrão, dizendo: Bendito seja Abrão pelo DEUS ALTÍSSIMO, CRIADOR dos céus e da terra. E bendito seja o DEUS ALTÍSSIMO, que entregou seus inimigos em suas mãos.

   E Abrão lhe deu o dízimo de tudo. O rei de Sodoma disse a Abrão: Dê-me as pessoas e pode ficar com os bens.

Mas Abrão respondeu ao rei de Sodoma: De mãos levantadas ao SENHOR, o DEUS ALTÍSSIMO, CRIADOR dos céus e da terra, juro que não acei­tarei nada do que pertence a você, nem mesmo um cordão ou uma correia de sandália, para que você jamais venha a dizer: Eu enriqueci A­brão. Nada aceita­rei, a não ser o que os meus servos comeram e a porção perten-cente à Aner, Escol e Man­re, os quais me acompanharam. Que eles recebam a sua porção.

   Abrão, então entrou em sua tenda. Já era noite quando ele estava sozinho e teve uma visão: Não tenha medo, Abrão! EU SOU o seu ESCUDO; grande será a sua recompensa!

Abrão: Ó SOBERANO SENHOR, que me darás, se con­tinuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? TU não me DESTE filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdei­ro!

SENHOR DEUS: Seu herdei­ro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro. Venha cá para fora. Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las. Assim será a sua des­cendência.

Abrão: Sim, SENHOR!

SENHOR DEUS: EU SOU o SENHOR, que o tirei de Ur dos caldeus para dar a você esta terra como herança.

Abrão: Ó SOBERANO SENHOR­, como posso saber que tomarei posse de­la?

SENHOR DEUS: Traga-ME uma novilha, uma cabra e um car­neiro, todos com três anos de vida, e também uma rolinha e um pombi­nho.

   Abrão trouxe todos esses animais, cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele não cortou. Nisso, aves de rapina começaram a descer so­bre os cadáveres, mas Abrão as enxotava. Ao pôr do sol, Abrão foi tomado de sono profundo, e eis que vieram sobre ele trevas densas e apavorantes.