O RESGATE DA LITERATURA DE CORDEL: A IMPORTÂNCIA DE CONSERVÁ-LA ÀS GERAÇÕES FUTURAS.


Ivonete Barros de Sousa


RESUMO
No limiar do século XXI, a Literatura de Cordel vivencia um momento intenso de ameaças e de transformações. Desde sua origem ela vem lutando para romper as estigmações por parte da sociedade "letrada". O fato de ser popular e marcada pela oralidade favorece uma série de preconceitos, no entanto, tudo isso são características de uma literatura que vem rompendo séculos e se fortalecendo no meio intelectual de todo o mundo. Neste estudo serão explanados aspectos relevantes do cordel, tais como: sua história, começando na Península Ibérica e se fixando no Brasil; suas características peculiares, bem como a preservação dessa literatura em tempos de avanços tecnológicos, para que as futuras gerações também disponham dessa fantástica forma de expressão popular.

PALAVRAS-CHAVE: Cordel. Popular. Preconceitos. Preservação.

ABSTRACT
In the beginning of the twentieth first century, the literature of Cordell passed for a intense moment of menace and transformations. Since the origin it come fighting to break the stigma found in the "Lettered" society. The fact it is popular and marked by the oral, favour all this are characteristics of a literature that comes breaking centuries and fortifying itself in the intellectual centre in all over the word. In these studies will be explained important aspects of Cordell, such as: its history, beginning in Iberian Peninsule and it fixed in Brazil, its particular characteristics, like the preservation of this literature in moment of technologies advance, to the future generation also they can dispose of this fantastic form of popular expression.

KEY-WORDS: Cordell. Popular. Preconceptions. Preservation.

INTRODUÇÃO

A arte literária é fundamental na cultura civilizada. Quando se fala em literatura vem logo à mente os "clássicos" e seus escritores que escrevem livros complexos, que muitas vezes ninguém praticamente consegue decifrar, tornando-os inacessíveis às populações menos escolarizadas. Entretanto, a literatura pode se manifestar de outras formas como, por exemplo, a literatura popular "aquela feita pelo povo", a parte economicamente menos favorecida de todos os tempos, que muitas vezes não usa a escrita para representar a sua arte verbal. Sendo assim, ela pode ser chamada de literatura oral ou ainda de tradicional, pois suas histórias não são esquecidas, mas repassadas de boca em boca, de geração a geração.
Nesse contexto, se faz importante apresentar outra forma de expressão literária, que na verdade é a junção das três acima citadas: a Literatura de Cordel, uma espécie de poesia narrativa, popular que iniciou de forma oral na Península Ibérica, passando por vários países, inclusive Portugal e se implantou no Brasil. A Literatura de Cordel, desde sua origem até a atualidade, percorreu um longo caminho. Com muita luta conseguiu romper a lei do silêncio nas casas de fazendas e nas senzalas, com seus cantadores e violeiros, posteriormente impressos, chegou às cidades e comoveu a todos, inclusive a classe média, emocionou os apaixonados e despertou o interesse de pesquisadores estrangeiros para estudá-la. Essa é a mesma literatura que soube sobreviver, mesmo nos momentos mais trágicos vividos no país. Apesar das perdas soube superá-las e sorrir com os momentos de alegria e de emoção.
Este trabalho foi baseado em pesquisas bibliográficas, com leitura de renomados autores conhecedores sobre a Literatura de Cordel. Propõe-se a verificação analógica das teorias, bem como tecer comentários a cerca do assunto abordado.


1. HISTÓRIA DO CORDEL DESDE SUA ORIGEM AOS NOSSOS DIAS

A Literatura de Cordel é uma arte milenar que vem rompendo a barreira do tempo e ganhando espaços nos maiores centros intelectuais do mundo. Sua origem está relacionada com as histórias tradicionais do Latim Vulgar, denominados "romances", na Península Ibérica no século V, sendo conservada na memória popular e transmitida oralmente às gerações. Para Diégues Junior (1986): a poesia popular nasce e "aparece no mesmo tempo, ou quase ao mesmo tempo, no mesmo tipo de poesia e de apresentação", descrevendo "assuntos de fatos recentes, de acontecimentos sociais que prendiam a atenção da população".
A literatura de cordel aparece em Portugal a partir de sua independência no século XII, durante o reinado de D. Afonso Henrique, sendo transmitida oralmente e se expande em todo o território português. Com a influência da literatura francesa, trazida pelos trovadores provinciais, essa literatura oral passou à forma manuscrita tomando novos rumos. Enquanto o trovadorismo português estava triunfante nas cortes e palácios, cultivados pelos nobres e sendo oficializado como a primeira arte literária do país, povo simples ainda guardava na memória e perpetuava a tradição popular repassando de geração a geração.
Com o surgimento da imprensa em meados do séc. XVI, as "folhas soltas" começaram a aparecer nas feiras, nas romarias, nas praças ou mesmo nas ruas, sendo divulgadas para os mais variados leitores, como relata MEYER (1980): "algumas eram escritas em prosa; a maioria, porém, aparecia em versos, pois era mais fácil a um público analfabeto, decorar versos e mais versos, lidos por alguém".
O processo de industrialização e modernização das máquinas impressoras ocorreu de forma lenta. Somente a Igreja e a monarquia era quem tinha o privilégio de utilizar os registros manuscritos, ficando para o povo apenas as "folhas soltas". Conforme Diégues Junior (1986), nelas registravam-se fatos históricos ou transcrevia-se igualmente poesia erudita. "Gil Vicente, por exemplo, nelas aparece". Com isso, mostra a presença da literatura de cordel sendo vendidas nas feiras de Portugal, penduradas em cordões ou barbante e já recebendo o nome que se tem hoje.

1.1 A Implantação no Nordeste e a Contribuição dos Africanos para a Literatura.

A literatura de cordel chegou ao Brasil entre os séculos XVI com os colonizadores portugueses. Porém, não há registros sobre esses folhetos, pois o fato de serem manuscritos ou de papéis rudimentares devem ter se perdidos ou extraviados no tempo, e o que se encontra são as histórias de reis, princesas de belezas deslumbrantes e príncipes destemidos que estão até hoje no imaginário do povo sertanejo.
No início da cana-de-açúcar, a literatura de cordel começa a se expandir timidamente nos engenhos nordestinos. Nesse período desenvolveu-se o ciclo-do-gado no interior sertanejo, cenários ideais, para o início de uma forma de expressão que mexesse com a emoção do "homem do campo e da lavoura". Surge, então, o cantador que sai de fazenda em fazenda, de engenho em engenho levando as notícias de um lugar para outro. No início do século XVIII, nos locais em que viviam as pessoas não tinham outra forma de comunicação. Portanto, os cantadores ambulantes faziam o papel de "jornal" e ao mesmo tempo era um entretenimento das famílias daqueles lugares em que passavam.
O ambiente social foi um dos fatores que mais propiciou o fortalecimento da literatura popular em versos ou literatura de cordel. As famílias nordestinas não tinham acesso a eletricidade, o que fazia do lampião ou a lamparina o ponto de encontro de seus membros. Em torno de um candeeiro ficavam horas conversando e cantando histórias de seus antepassados. Quando tinham em mãos obras literárias oriundas de Portugal, o alfabetizado da casa era incumbido de fazer as leituras nas noites de "serões".
Por essas e outras razões, a literatura de cordel encontrou no Nordeste do Brasil ambiente ideal para sua propagação. Nos engenhos, a presença dos africanos foi outro fator que possibilitou a unificação da literatura de cordel nordestina. É sabido, que os negros que foram trazidos para o Brasil, eram de áreas colonizadas por portugueses, sabe-se também que eles antes de vir para cá tinham seus costumes e toda uma história que foi passada aos descendentes através das belas narrações nas senzalas. Dessa maneira, é merecido o reconhecimento do cantador africano na formação da literatura de cordel. É válido salientar que entre os cantadores mais conhecidos alguns são negros, como por exemplo, o mais famoso representante das primeiras gerações de cantadores nordestinos foi um escravo chamado Inácio da Catingueira, o qual ganhou sua Carta de Alforria através de uma peleja com Romano do Teixeira ou Romano Mãe D?água, outro famoso cantador da região.

1.2- As Primeiras Tipografias do Brasil.

Com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, no início do século XIX, houve grandes mudanças na vida dos brasileiros, começando com a transferência da capital na Bahia para a cidade do Rio de Janeiro, elevando-a a categoria de vice-reino. Em seguida a criação da Imprensa régia, que tinha como principal função imprimir legislações e papéis diplomáticos de várias repartições governamentais.
Dessa forma, somente os nobres da corte tinham direitos às publicações da Imprensa Régia, que posteriormente, tornou-se Gazeta do Rio de Janeiro, atendendo outras demandas de serviços gráficos, como jornais, novenários, santinhos, cartas de baralhos e publicações de livros em prosa. Os artesões e artistas gráficos portugueses no início tiveram muitas dificuldades para fazer funcionar a Imprensa Régia, como não havia outra "gráfica" no Brasil para pedir auxílio ou suporte técnico, o jeito foi usar a criatividade e muita habilidade para iniciar a produção: "Os gravadores portugueses produziram, por falta de tipos gráficos apropriados e clicheria, xilogravuras com as ?armas reais?, títulos com letras góticas e garrafais [...] e muitos outros arranjos ornamentais tipográficos" (SOBREIRA, 2007, p. 16). Em meio aos acontecimentos em Pernambuco, em 1811 foi instalada a primeira tipografia no Recife, que tinha o objetivo de informar a corte os fatos com clareza e precisão.
Apesar da independência do Brasil, as mudanças aconteciam lentamente. Só depois de 1850 terminadas as agitações políticas e revolucionárias do Período Regencial, começam os avanços no Brasil. A imprensa ganha novas técnicas como a litogravura . Em pleno século XIX, segundo o etnógrafo Mário de Souto Maior (1976) a Livraria Garnier de Paris, chega ao país através de uma filial, instalada no Rio de Janeiro, trazendo uma literatura em prosa e em verso, tradicionalmente medievais, que de certa forma não eram estranhas para a gente do sertão, pois foram introduzidas oralmente pelos colonos portugueses, abrasileirando-se pelo povo e sendo repassado de boca em boca, sobretudo nos versos dos cantores ambulantes.
No início da década de 1870 ocorrem vários acontecimentos de repercussão social, tais como a seca no Nordeste e suas conseqüências; o fortalecimento do cangaço e a fome que maltratou milhares de sertanejos. Para deixar o país bem informado dos fatos são instaladas mais tipografias nos estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba. Apesar da instabilidade econômica de país, há a introdução de indústria e conseguintemente o aparecimento de uma classe média nas cidades. Ao mesmo tempo nas tipografias da Paraíba são impressas os primeiros folhetos.
Na década de 1890, mesmo com a libertação dos escravos e a República "conquistada" surge um movimento messiânico de grande repercussão nacional. Liderados por Antônio Conselheiro, milhares de nordestinos, seguem-no em peregrinação para Canudos. Para o governo, isso foi uma afronta à República. Mas, os sertanejos não tinham a mesma visão, tanto que após o extermínio do Arraial surgiram inúmeros "livrinhos" relatando a bravura e os "milagres" do Conselheiro.
A repercussão desses acontecimentos no Nordeste fortalecia ainda mais a imprensa brasileira. A presença de um jornalista: Euclides da Cunha, que registrou todos os fatos, foi algo estupendo para os jornais da época. E, assim, foi surgindo mais tipografias nos estados do Nordeste, bem como nas demais regiões do país.

1.3- Os Pioneiros da Poesia Popular Impressa no Nordeste.

No final do século XIX a cantoria de viola estava no auge em todo o Nordeste, sobretudo na região do Teixeira, alto sertão do Paraíba, onde foi palco de violentas brigas de famílias rivais, berço de célebres cangaceiros e celeiro de grandes cantadores, tal como: Inácio da Catingueira. Alguns cantadores aproveitando as tipografias já existentes na Paraíba, deixaram seus manuscritos para serem impressos.
Embora destinada à produção de jornais, as tipografias passaram a usar o mesmo material disponível para imprimir os folhetos com poesias em versos. Por volta de 1873 o poeta cantador Silvino Pirauá publica o primeiro folheto do Nordeste, contando histórias tradicionais em versos rimados. Silvino nasceu em 1841 no Teixeira e faleceu em 1913. Durante sua vida fez muitas inovações na cantoria. Silvino Pirauá é considerado um gênio em seu mundo cultural, não só pelas inovações, mas também pelas obras que publicou em versos: História de Zezinho e Mariquinha e História do Capitão do Navio.
A arte de rimar e imprimir histórias tradicionais foram aprimorada por Leandro Gomes de Barros (1865 ? 1918) nascido em Pombal, sertão da Paraíba, cresceu no Teixeira ouvindo poesias e repentes de cantadores. Depois dos quinze anos mudou-se com a família para Vitória de Santo Antão (PE), onde começou a escrever folhetos em 1889, mas os primeiros impressos só foram publicados em 1893. Depois resolveu com tipografia, imprimir seus próprios folhetos e vendê-los em lugares público.
As manobras realizadas por Leandro Gomes começavam a consolidar as bases de uma nova forma literária, apoiada tanto nas antigas histórias em prosa como nas novas criadas de acordo com sua imaginação, como em fatos conhecidos. Apesar das críticas e sátiras em muito de seus "livrinhos", sua obra fez bastante sucesso. Segundo Cascudo (1968), Leandro produziu mais de uma dezena de milhar de folhetos, por essa razão torna-se impossível uma catalogação de todos eles.
Leandro Gomes de Barros viveu praticamente na mesma época de Silvino Pirauá, portanto, dividem o pioneirismo das publicações dos folhetos de cordel. É claro que "o grande mestre de Pombal, Leandro, foi quem emprestou régua e compasso para produção da literatura de cordel" (ABLC, 2007), e de certa maneira ambos serviram de modelos para muitos cantadores e poetas de bancada.

1.4- A Divulgação do Cordel e a Expansão das Tipografias.

No início do século XX a literatura de cordel começa a se expandir, apesar de alguns pesquisadores importantes anunciarem a precoce morte do folheto. O jornal não pôde substituir o cordel pelo fato de não ter conseguido atingir as camadas populares, seu principal público, ao contrário do que aconteceu com Portugal, onde o jornal substituiu o cordel, funcionou para os sertanejos como um jornal, pois já circulava em todos os lugares, não só no interior, mas também nas cidades.
O aumento rápido das populações e o aparecimento de novos centros urbanos, bem como a abertura de estradas e ferrovias só favoreceu a vendagem dos folhetos e uma rápida difusão do cordel. A área de divulgação do cordel ultrapassa fronteiras e chega nos mais longínquos lugares.
Os vendedores que muitas vezes eram os próprios proprietários de folhetaria iam a pé ou a cavalo ou ainda, posteriormente, de bicicleta vender suas obras pessoalmente juntos com outros poetas, nas bancas, nas feiras, nos bancos de praças, em botequins, trens e até mesmo nos vilarejos dos outros Estados, levando consigo outras "quinquilharias" , por exemplo, ervas, remédios, pomadas, etc. Quando se instalavam em algum lugar armavam suas tendas, empilhavam seus folhetos em um barbante esticado ou "escanchado" ou ainda amontoados sob uma esteira de pano, despertando a atenção e a curiosidade das pessoas que passavam. Apesar dos altos índices de analfabetismo no Nordeste, a popularização da Literatura de Cordel foi possível porque os poetas cantavam suas histórias com emoção, sempre acompanhados por uma viola ou outro instrumento musical. Quando os folhetos eram lidos pelo poeta ou outro vendedor procuravam sempre despertar atenção e a curiosidade do ouvinte:


O comprador, que em saber ler, vai chegando, hesita, manuseia o livrinho. Mas para saber se o livro lhe agrada, é preciso ouvi-lo. Por isso, forma uma roda com outras pessoas em torno do vendedor, o qual lê a história, com habilidade de todo camelô de feira. E a leitura, feita em tom declamado (às vezes com o auxílio de um amplificador), é interrompida nos momentos emocionantes, para dar tempo ao público de exprimir seus sentimentos... Assim, o camelô faz seu público rir ou chorar, retomando a leitura em tom sempre crescente, até o momento de maior ?suspense?, quando a interrompe outra vez: ?O valente vai conseguir vencer o fazendeiro??, "O mocinho vai conquistar a princesa?", "Quem quiser saber é só comprar o folheto..." Começa então a vendagem. (MEYER, 1980, p.4).


A consolidação da "literatura popular em verso" ou simplesmente literatura de cordel veio de forma expressiva. Influenciados pelos pioneiros, muitos poetas passaram a escrever com mais freqüência ou até mesmo "ditar" suas obras para alguém que sabia escrever. Na primeira fase eles imprimiam seus folhetos nas tipografias existentes, com o aumento das produções houve a necessidade de criar oficinas especializadas na produção de folhetos. Algumas pertenciam aos próprios poetas e os que não dispunham desses recursos pediam aos "colegas" para imprimir seus "escritos".
Além de Leandro Gomes também se destacaram na produção de folhetos os poetas Francisco das Chagas Batista, João Melchíades, João Martins de Athayde e José Bernardo da Silva.
Em 1913 Francisco das Chagas Batista adquire com o amigo Leandro, um prelo e monta a Popular Editora na capital da Paraíba, que passa a imprimir não só os seus folhetos, como também de seus amigos: Leandro e Melchíades. Em 1923, com mais equipamentos puderam atender outras demandas. Embora sua atividade principal fosse a impressão de folhetos, produzia os "livros de prateleiras", envelopes, faturas, cartões, etc. Após a morte do proprietário a Popular Editora pouco tempo durou.
A partir da década de 1920 surge no Recife um dos maiores editores de folheto do Nordeste, seu nome: João Martins de Athayde, nascido em 1888 em Cachoeira de Cebolas, povoado de Ingá do Bacamarte (PB) e falecido em 1959 na capital pernambucana. Sua obra iniciou-se em 1909, porém somente depois de 1921 quando comprou quase todas as obras da viúva de Leandro Gomes, é que se expande no mercado da folhetaria, pois naquela época não havia muita preocupação com os direitos autorais e por isso assinava como autor e às vezes como editor dos folhetos de Leandro. Essa prática prejudicou bastante o trabalho dos pesquisadores, impossibilitando a classificação e a quantidade exata dos folhetos escritos e publicados por João Martins de Athayde.
Com tantas regras e exigências, o que poderia acontecer era o desânimo e a desistência de alguns poetas, mas houve o contrário. O sucesso foi tamanho que levou outros poetas e algumas gráficas especializadas, em editar livros e revistas, a entrar no ramo da edição de folhetos.
Na década de 30, com o desenvolvimento do sertão fértil do Cariri (CE), graças aos incentivos de Padre Cícero, começa um circuito de produções relacionadas aos "Milagres de meu Padim Pade Ciço". Evidentemente João Martins de Athayde, então em 1936, nomeia José Bernardo da Silva, para ser um agente revendedor e atuar em Juazeiro do Norte. Com o crescimento da população na zona urbana, houve uma grande expansão do cordel pelo interior do Nordeste mesmo com a interferência dos modernos meios de comunicação: "nem mesmo a introdução de energia elétrica e posteriormente, a difusão do processo de ampliação desta forma de comunicação popular" (CEARÁ):




Os meios atuais de comunicação criados pela técnica e, dentre eles, sobretudo o rádio e a televisão, transformaram, aqueles estágios da reunião solarenga, do serão familiar, no sentido da leitura coletiva. O primeiro passo foi, sem dúvida, a eletricidade. Contudo, a eletricidade não chegou ao Nordeste. Foi nos primeiros vinte anos deste século que ela se espalhou pelas capitais e algumas cidades principais da região. Constitui, então, um fator de dispersão da família, com luz na sala de visitas, sala de jantar, nos quartos, cada membro da família passou a fazer o que lhe agradava (...) o aparecimento do rádio, já nos fins da década de vinte e começo de trinta foi o primeiro instrumento de transformação fazendo com que reagrupasse a família em torno do aparelho [...].


É claro que esses meios de comunicação não chegaram a todos os lugares, e de acordo com a citação, o autor toma como base uma família de classe média da cidade. Além do mais, quando o rádio chega nesses lugarejos não é visto como uma ameaça, mas com desconfiança.
Nas décadas de 1940 e 1950, apesar da censura policial do último quinquênio do Estado Novo, houve uma aceleração no processo de expansão do cordel, sobretudo no que se refere à literatura voltada para Getúlio. Os folhetos e a TV só podiam mostrar o lado bom do presidente, caso contrário, seriam punidos ou até fechados. Dessa forma, o cordel acompanhou todos os passos de Getúlio em sua vida política até sua morte em 1954, gerando assim, profundo sentimento de perda para o povo, enquanto o cordel aproveitou a situação e produziu-se milhares de exemplares de folhetos cobre o acontecido. No ano de 1949, o poeta João Martins de Athayde tem um derrame cerebral, fato que o faz abandonar o negócio de edição de folhetos e vender seus direitos autorais para seu agente revendedor, José Juazeiro da Silva, que em 1950 desloca-se para Juazeiro do Norte (CE), tornando-a um centro editorial de literatura de cordel.
Em Recife, o mercado de cordel continuava intenso. Então, no início dos anos 50, o poeta João José da Silva se estabeleceu com a folhetaria Luzeiro do Norte. Mesmo sem os títulos de grandes nomes do cordel, tem êxito com a nova geração de cantadores e poetas. Rapidamente tornou-se importante no ramo da folhetaria, pois alguns de seus títulos são hoje, verdadeiros campeões de vendas em todo o país.
Ainda naquele período, no centro-sul houve uma difusão maior na literatura de cordel, tanto que a cantoria de viola começa a ser divulgada nos programas de rádios das maiores emissoras do país. Por esse tempo foi criada a Gráfica Souza que fornecia cordel aos nordestinos migrados para aquela região. Incentivando assim, muitos anônimos do Nordeste a escrever folhetos.
Foram várias tipografias que surgiram depois de Athayde e se espalharam por todo o território do Nordeste, o que torna impossível citá-las todas. Dentre as que mais se destacaram estão: a famosa tenda de Manoel Camilo, em Campina Grande, a de Rodolfo Cavalcante, o poeta "Trovador Popular Brasileiro", grande animador da poesia popular na Bahia, e em Juazeiro o editor Manoel Caboclo e Silva.

1.5- A Decadência do Cordel e Prenúncios de Ressurgimento.

A partir dos anos 60, houve uma possível diminuição na produção de folhetos. As causas foram inúmeras: a penetração da TV no interior, a introdução de novos valores de uma cultura urbana no interior, as modas, os heróis, costumes, etc, muitos dos quais importados do estrangeiro do estrangeiro atingindo principalmente as novas gerações bem como o aparecimento de seitas protestantes que teriam retirado do cordel, vários de seus poetas.
Foi inevitável a queda de produção de folhetos, pois além dos altos preços que pagavam para impressão, os poetas já não podiam vender seus produtos em feiras e locais públicos, pois deveriam ter a licença do prefeito ou do delegado, caso contrário, pagariam impostos abusivos. Como a situação do povo era a mais deprimente possível, não havia dinheiro sequer para comprar comida, como iria pensar em compra de folhetos?
Para Meyer (1980) um sinal alarmante da crise do cordel é a drástica redução das tipografias de José Bernardo da Silva, em Juazeiro do Norte quando sua produção baixou de cem mil exemplares semanais, em outros tempos alcançados, para mil ou dois mil e quinhentos; fato que levou a desativação de várias máquinas.
Além das dificuldades econômicas atravessadas pelo país, houve a concorrência de folhetarias no Nordeste, tais como a de Manoel Camilo, a Luzeiro do Norte e a recém-chegada, Editora Prelúdio, de São Paulo, antiga Gráfica Souza. Na mesma década, João José da Silva enfrentou problemas pessoais, vendeu seus direitos de autoria e boa parte de suas obras, e de outros autores que havia adquirido a editora paulista, permitindo também que a mesma passasse a usar o nome de fantasia. Dessa forma, a Editora Prelúdio passa editar os títulos adquiridos e recebe o nome de Luzeiro Editora Limitada e atua com mais qualidade.
A partir da década de 70, o cordel passa por uma nova fase. O interesse dos pesquisadores nacionais e, principalmente estrangeiros, pelo cordel, tornou-se objeto de estudo nas principais universidades do Brasil e do Mundo. Antes disso, em 1955 Orígenes Lessa publicou um artigo na revista Anhembi exaltando a Literatura de Cordel. Todavia o reconhecimento por brasileiros se concretizou, depois de um artigo do francês Raymond Cantel da Universidade de Sorbonne, que foi publicado no Lê Monde em 1969. Desde então, não faltavam pessoas interessados para investigar, opinar ou até mesmo decretar o fim do cordel. Outros escritores estrangeiros vieram para o Brasil pesquisar sobre o assunto, dos quais estão os professores Mark Curran da Universidade do Arizona e Joseph M. Luyten, pesquisador holandês radicado no país.
Apesar da Ditadura Militar, surge um possível equilíbrio econômico, "editores, xilógrafos e distribuidores equipam-se para atender novas demandas. Poetas reencontram a inspiração e liberam seus poemas, publicados pelas universidades" (MEYER, 1980, p. 92). Enquanto outros que estavam no anonimato, aparecem com suas produções. Surge então, a figura de Antônio Gonçalves da Silva, ou simplesmente Patativa do Assaré, que se tornou um autêntico divulgador da cultura nordestina. Nascido bem Assaré - CE, ficou famoso com a canção "Triste Partida", gravada pelo Rei do Baião, Luís Gonzaga, que na época estava no auge nos rádios de todo o país. Rapidamente tornou-se conhecido no Brasil e no mundo. Suas produções são verdadeiros relatos dos acontecimentos do povo nordestino.
Inúmeros políticos passam a usar o folheto como parte de suas campanhas. Tanto órgãos públicos como entidades religiosas e privadas encomendam livrinhos de cordel ou, até mesmo, os improvisam. Há uma certa mudança no que se refere ao conteúdo do folheto. Os poetas deixam de lado os temas do cotidiano e passar a se interessar por "infortúnios" de maior alcance, informados pela imprensa nacional e internacional. Em 1978, foi realizado em Brasília o Primeiro Festival Nacional de cantadores contou com a presença de mais de duzentos violeiros e poetas cordelistas.
Como se pode perceber na década de 80 a necessidade da criação de uma Academia do Cordel era um sonho de todos os cordelistas, que só foi realizado no dia 07 de setembro de 1988. Todavia a idealização da conquista para a Presidência da República não se concretizou. Ao passo que outro cordelista do Rio candidatando-se para a Academia Brasileira de Letras, obteve cinco votos.
No Brasil, por essa época formavam-se filas enormes nos consulados para a obtenção de vistos e passaportes. É claro que isso era somente para os descendentes estrangeiros, pois os nordestinos nem sequer voltar para a região, podiam. A inflação mais uma vez estava incontrolável, e o jeito foi tentar resistir a mais uma crise econômica no Brasil. O desânimo tomou conta de todas as classes da população. Quando houve o movimento das eleições diretas no país, muitos cordelistas se juntaram às multidões e reivindicaram: "Diretas já".
Reconquistada a democracia com a vitória de Tancredo Neves, a esperança do povo renasce e começa a brilhar, surgem então, alguns folhetos, que expressam a satisfação do povo. No entanto, com a morte do presidente, foi enterrada, também a esperança de melhores dias. Assume o governo o vice José Sarney, que não pôde controlar a inflação e congelou os salários dos trabalhadores, provocando sentimentos de tristeza e insegurança nacional.Tudo isso, somado às perdas que calavam o coração dos brasileiros. Dentre elas, a morte de Luís Gonzaga em 1989, deixando muita saudade para o país e em especial ao povo do sertão nordestino, que ainda hoje lamenta e é motivo de inspiração para escrever inúmeros folhetos relacionados ao "Rei do Baião".
Em 2002, morre também Patativa do Assaré, poeta que encantou o mundo com sua poesia e foi porta-voz do povo mais humilde do Nordeste. Justamente quando a literatura de cordel estava sendo aceita pelas elites e estudiosos do Brasil e do mundo foi o período em que se teve a menor produção de folheto de todos os tempos.

1.6- O Renascimento da Literatura de Cordel.

Com a inflação quase controlada, vários poetas sentiram-se motivados para escrever, editores que tinham desativado suas tipografias retornam a imprimir folhetos. Mesmo dispondo de poucos recursos houve uma aceleração na indústria da folhetaria. As notícias que saíam pela imprensa, sobretudo na televisão, instantaneamente transformavam-se em folheto.
Na década de 90, apesar das perdas o país teve grandes momentos de alegria e fez elevar-se o orgulho nacional. Em julho de 1994, o Brasil conquista o tetracampeonato de futebol. Ao mesmo tempo, introduz-se no país um novo sistema monetário, o Real, o que veio estancar e deixar sob controle a inflação, que a muito tempo envergonhara o país.
A partir do começo dos anos 90, o jovem poeta-popular José Honório da Silva da cidade de Timbaúba (PE) passou a utilizar um computador com imprensa matricial para editar seus folhetos, tornando-se um dos principais exemplos da tendência que une os versos simples da rima popular às temáticas contemporâneas. Com isso, foi o primeiro passo para expandir de forma atraente e inovadora, a literatura de cordel. Seguindo o exemplo do jovem cordelista, vários poetas passaram a usar a Internet para divulgar seus escritos, inclusive o ex-proprietário da Folhetaria Luzeiro do Norte, João José da Silva volta a editar, utilizando um microcomputador.
Na entrada do século XXI, a literatura de cordel tem um novo desafio a conquistar: romper o pensamento tradicionalista de que "cordel não pode ser feito em computador, tampouco divulgado na Internet". Felizmente, esta opinião está sendo transformada a cada dia que passa em cada geração de poetas que renasce:



Esse papo de dizer que a poesia feita no computador não é cordel, é furado. Só porque, antes, era manuscrita e depois passou a ser impressa deixou de ser literatura de cordel? Não! O fato de utilizar um recurso como a Internet para veicular este tipo de literatura não faz com que ela deixe de ser popular. Porque, hoje, a Internet está se tornando um veículo popular. É apenas mais um meio que não descaracteriza esta literatura. O que descaracteriza o cordel é escrever errado e não obedecer às regras da métrica, rima e oração (VIANA, 2007, p.2).


Assim, a diferença entre os folhetos de hoje para os antigos, é que existe apologia da máquina e a denúncia da exclusão social intensificada pela informática. Para Dourado (2009) a mídia convencional, das editoras é muito seletiva e não investem em novos talentos da poesia, se tornando uma "mera reprodutora comercial e publicitária dessa forma arcaica e ultrapassada de divulgação cultural". Para o piauiense Beto Brito "Os livreiros tem algum preconceito com o cordel. Você encontra tudo na livraria, menos cordel. Nem todos colocam à venda devido a lucro ser pequeno". César Obeid (2009), também cordelista, partilha dessa mesma opinião e garante: "Hoje, cordel só é vendido em feiras para turistas. Mas é possível achar os folhetos em aeroportos e feiras culturais". Nesse momento em que a escassez do cordel é grande, a Internet se torna uma importante aliada.

2. O CORDEL EM SALA DE AULA

Está presente em livros didáticos é uma realidade que o Cordel só conseguiu recentemente já que era considerado uma literatura popular, portanto considerada de menor importância no contexto cultural elitizado do Brasil que considera Literatura somente os clássicos e os consagrados seja pela mídia ou por críticos, mas nunca os escritos consagrados pelo povo. Partindo disto podemos afirmar a importância do estudo dessa literatura em sala de aula como forma de alunos entrarem em contato com uma escrita tipicamente popular, de cultura de massa, de costumes e crenças de um povo que não tem um papel atuante no meio da sociedade; proporcionar ao aluno questionamentos sobre o que é ou não literatura e suas formas e mostrar que o Cordel é na contemporaneidade a literatura que tem mais obras publicadas e, é a mais lida também apesar de ser popular, portanto é indagar porque ler os clássicos e desprezar a escrita da massa.
Como o Cordel diversificou em outras vertentes, coisa que para alguns estudiosos só podemos chamar de cordel o que se prende unicamente a escrita, é relevante mostrar essa a arte aos alunos do ensino fundamental nos seus diversos tipos, tais como: escrita literária, música e repente. A escrita literária do cordel, podem só conseguiu ser estudado em escolas fora do âmbito do nordeste devido ao fato de estudiosos começarem a teorizar o assunto ganhando um lugar de destaque no cenário nacional literário, entretanto a oralidade ainda continua marginalizada. Devemos a oralidade pelo o fato de a Literatura de Cordel ter como marca expressiva o fato de ser "cantada" e não lida, a diferença é que não se lê cordel, porque leitura é ligada ao fato de codificar e decodificar, já Cordel é para declamar, "cantar" os versos sempre carregados de expressividade na entonação e gestos que dão uma carga emotiva ao Cordel, igual à poesia clássica, porém com temática repleta de costumes e crenças.
A importância de adolescentes entrarem em contato com essa literatura é justamente atentarem para o fato do multiculturalismo e não ficarem presos a formas literárias, bem como conhecerem um pouco do seu país e de sua cultura não ficando submissos a estereótipos literários que fazem sobre nossa cultura. Outro expoente maior é dá continuidade ao processo de resgate da Literatura de Cordel que enfraqueceu no nordeste nas últimas décadas, sobretudo devido ao uso de novas tecnologias pela população que tirou um papel importante do Cordel que era de informar o homem do campo, o qual só tinha acesso à informação, mídia, e educação por meio do Cordel nas feiras populares do interior. Evidente que a tecnologia trouxe uma nova perspectiva educacional para a região em questão e de forma alguma fica a repreensão ao seu uso, entretanto, devido a outros fatores também, seu uso contribuiu ao longo do tempo para a perda do caráter informativo do Cordel nas feiras populares, tornando essa arte mais um meio de expressão, de opinião de literatura popular.

CONCLUSÃO

No decorrer do estudo, analisou-se a literatura de cordel no contexto histórico, observando suas relações no meio social, a sua expansão e desenvolvimento no Nordeste do país. Percebeu-se que, apesar do cordel ser uma literatura feita por pessoas simples do sertão nordestino ela vem se tornando alvo de estudos por pesquisadores intelectuais do mundo inteiro. Mesmo assim, ainda vem sofrendo uma série de estereótipos, devido à escrita de seu povo, marcada essencialmente pelas marcas da oralidade. Com isso, há diversas discussões para romper esses preconceitos que apesar de serem lingüísticos, se torna sociais. Só porque a maioria de seus produtores não teve oportunidade de concluir seus estudos, deverão perder a capacidade de produzir versos e canções que mexem com seu povo.
A literatura de cordel deve ser levada a sério, ela não pode jamais ser lembrada apenas como algo folclórico, como vinha sendo estudada e divulgada. Longe dos preconceitos e esquecimento da sociedade, o cordel tem que, de fato, ocupar o seu merecido lugar, pois está no Brasil desde sua colonização, se fortaleceu nas comunidades interioranas do Nordeste e se expandiu para o restante do país, tornando-se, atualmente, uma das principais disciplinas dos cursos de licenciatura das maiores universidades do mundo. Assim, por que o povo brasileiro em especial às famílias, não só da zona rural, como da urbana não procuram valorizá-la? Será se é por que os poetas não estão mais publicando seus folhetos em papéis jornais? Por que as editoras não se empenham em divulgá-la? E agora, qual a saída? O cordel vai morrer?
Diante de tais dificuldades enfrentadas pelo cordel, chegou a hora de aproveitar as inovações tecnológicas como a Internet para garantir a publicação de folhetos. Mesmo assim, há outras dúvidas. Assim, como o jornal, não atingiu a todos nas primeiras décadas no século XX, a Internet vem se expandido de forma lenta, mas chegará o tempo em que todos terão livre acesso.
Por enquanto, o que deve ser feito é preservá-la, resgatando as memórias e os feitos heróicos que muitas vezes, embalaram a tantos brasileiros, nas narrativas tradicionais que os pais contavam ao dormir. È procurar valorizar o cordel em sala de aula como uma fórmula para possibilitar o acesso e o gosto pela dos alunos pela arte popular. Levando-os ao conhecimento dessa arte que é tão antiga e tão atual. É o momento de despertar, e observar que essa tradição está ameaçada a desaparecer, pois vem sendo esquecida pela população. Se não houver uma mobilização no sentido de conservar, esta possivelmente não será repassada de geração para geração.


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