O Multiculturalismo é útil apenas ao capitalismo
Publicado em 08 de fevereiro de 2010 por José Nunez
Não farei poemas épicos sobre nós,
Não cantarei nosso progresso tecnológico
Mesmo sendo ele fruto da genialidade humana
Dentro do processo mecânico de pensar e existir.
Caminhamos para a autodestruição
Esse fato nos tornam suicidas e fatalistas.
Todo mundo há de concordar comigo
Que somos suicidas geniais.
Evoluímos sim, mesmo que de maneira mecânica,
Só nos faltou o equilíbrio budista
Em nosso progresso estimulado pelo cristianismo,
Sim, o cristianismo que impediu também estimulou,
De certo modo devemos a ele o atraso em nossa autodestruição.
Agora que o mundo caminha para uma multiculturalidade
E tudo é em parte verdade e em parte mentira
E tudo é apenas teoria, cultura e conhecimento,
Quem sabe agora nos tornamos cristão budista.
Atrás desse multiculturalismo onde fica a fé e a verdade absoluta!
Só um gnóstico pode suportar o multiculturalismo.
Apesar de essa globalização levar o mundo a uma tolerância,
Rompe nossa ligação afetuosa com o conhecimento e a tradição.
Já não basta termos perdido o coração e a alma
Dentro do consumismo, do capitalismo e do progresso tecnológico,
Estamos perdidos, mas ainda sabemos os caminhos,
Porque ainda temos um chão chamado passado histórico
Onde esta plantada a nossa origem através da qual sabemos sobre nós mesmos.
Todos nos temos que ter uma origem, um lugar
Para que possamos partir e se dar ao luxo e o direito de voltar
Se acaso nós estivermos errados.
Culturalmente e na busca do conhecimento somos de certo modo
Eternos adolescentes que se enganam que acertam e se auto afirmam como gente.
Talvez o multiculturalismo sirva apenas a seres iguais a Melquisedequi,
Esse que não deve antecedente e nem descendente.
A verdade é que o multiculturalismo é útil apenas ao capitalismo
Que reduziu a cultura e o conhecimento em consumismo.
Concordo plenamente com um conhecimento universal,
Desde que esse conhecimento não esteja ligado a idéias capitalistas.
O multiculturalismo pode ser apenas fruto de nossa era da informação
E conseqüência de nossa aptidão individual pelo conhecimento.
Não farei poemas épicos sobre nós
Que estamos rumo ao precipício ambiental,
Porém não posso ignorar a inteligência e a genialidade
Da civilização na qual estamos inseridos,
Quando sabemos que nesse mundo ainda há seres humanos,
Em algum lugar da terra, vivendo na idade paleolítica
E conosco caminham inocentemente rumo à autodestruição.
Me dou ao luxo de ser contraditório, e afirma agora
Com ressalvas, o que antes afirmava como verdade inflexível.
J.Nunez O IMPARCIALISMO