O Livro e a Pedra

 

   O livro e a pedra o que pode ter em comum? – Fora o fato de precisar de cinco letras a escrever! Tudo! Simples e absolutamente tudo!

   O livro acompanha a história, a própria história da humanidade. O conhecimento do mundo, a existência do saber e do pensar.

   É certo que existi livros que não são verdadeiros, é a pura mentira inventada por mentes pensantes ou mentes vazias. – São milhares e infinitas páginas no decorrer dos tempos, conteúdos diversos e fragmentos fantásticos: contos, romances, quedas, batalhas, conquista, novo e velho, contados, relatados, muitas vezes, por tantas mãos, visões e opiniões racionais e irracionais, que no final não sabemos o verdadeiro inicio.

   O livro é a pura fantasia, ou será a realidade, e o que vivemos é a fantasia? – Não sabe! Afirma apenas com convicção que não importaria ser um livro. Ser a própria história – Lida narrada, declamada, imortal, ser o tempo, viver dentro dele, criar vida sempre que aberto, e surgir como uma fênix, a cada palavra lida, no instante que tocada, folheada, discutida, admirada e odiada, ter as palavras levadas no vento, viajar a lugares cada vez mais longe.

   O livro é a maior riqueza do homem, infelizmente, prefere se alienar a se entregar ao conhecimento, quer o solúvel, o fácil, o que evapora o que se destrói, o não concreto, a riqueza efêmera.

   E a pedra? Não esqueça a pedra!

   A pedra acompanha a história, a própria história da humanidade, os segredos do mundo, são milhares e infinitas pedras no decorrer dos tempos, se com a sensibilidade da alma ouvir uma pedra, verá quanto de historia contém, o que presenciou: as guerras, as batalhas, as quedas, as conquistas, a construção, a própria destruição e o nascimento de tudo.

   A pedra é a fantasia do imaginário, os sonhos sólidos e fortes. Agora estar aqui, amanhã pode percorrer o deserto e novamente voltar. Como algo sólido, pesado e bruto pode voar com o vento, flutuar ao lado da história? – Não sabe! Não importaria de ser apenas uma pedra. Ser imortal, ser o tempo, viver e criar vida ao lado da história contada, surgir como uma fênix quando tocada, arremessada, chutada e destruída em fragmentos levados no vento a lugares cada vez mais longe.

   O livro e a Pedra deveriam ser sinônimos. Na concepção não existe diferença entre elas, cada uma agrega a mesma função, o mesmo interesse e guardam o mesmo conhecimento. Talvez, esteja sendo ignorante com os pensamentos, concluindo algo absurdo e improvável. Contudo, amo os livros e as pedras com igual intensidade, respeito e atenção que acredita que mereçam por tudo o que viveu.

   Quem sabe a pedra que guarda, não é um fragmento da ‘Torre do Tombo’, ou serviu a peso sobre as primeiras escrituras de Platão!