O Feminino em Senhora,de José de Alencar

RESUMO

A pesquisa em questão é de cunho bibliográfico e tem como objeto de estudo a obra  Senhora ,  de  José  de  Alencar.
Na  referida  obra,  discuti mos  o  tema da  mulher na  literatura  e  surgiu  da  necessidade de se estudar o modo  como as mulheres eram vistas na literatura e na sociedade do  século  XIX
.  O  principal  objetivo  da  pesquisa  é  mostrar  como  José  de  Alencar  valorizou  a  f igura feminina, temática pouco trabalhada nos autores da época. O trabalho foi embasado nos  seguintes   teór icos:  Bosi   (2006),  Coutinho (2004) e   Hanher (2003)
.   Para   uma   melhor  compreensão  leitora,  foi divido  em  duas  seções
:
um a tratou da  condição  da  mulher na  literatura;
a outra foi direcionada à obra  Senhora
.
Acreditamos que esse trabalho contribuirá  de forma significativa
às pesquisa s relativa s
à obra de José de Alencar no Curso de Letras da  UVA
.
PALAVRAS
 CHAVE
:  Lite ratura Brasileira.
Condição da mulher
.  Senhora
.

1  INTRODUÇÃO

O  presente  trabalho  consiste  em  analisar mos a  condição  da  mulher na  obra  Senhora ,  de José de Alencar. Atentamos , principalmente, à personagem  principal ,  Aurélia Camargo.
A escol ha da obra como objeto de estudo aconteceu durante a disciplina  Literatura  Brasileira  do  Romantismo  ao  Simbolismo.  Na  leitura  realizada,  percebemos  que  seria  possível  desenvolvermos  o  tema  aqui  proposto.  No  decorrer  da  leitura,  contatamos  que  a s  mulheres  da  literatura,  assim  como  as  da  sociedade  do  século  XIX  são ,  na  maioria  das  vezes,  descritas  de  acordo  c om os conceitos estabelecidos pela sociedade vig ente, a burguesia.
Esta,  por  ter uma  tradição  patriarcal  e  religiosa , conferia
às  mulhe res  os  papeis  menos  importantes. Elas, na maioria das vezes, comportavam
 se como submissas aos  1 Artigo  apresentado  à  disciplina  de  TCC  como  requisito  parcial  para  obtenção  do  Título  de  Graduada em Letras pela Univers idade Estadual Vale do Acaraú
 U VA
.
2 Acadêmica do curso de Letras
 Português da Univers idade Estadual Vale do Acaraú
 U VA.
3 Professora  d e  Literatura  Portuguesa  do  Curso  de  Letras  da  Universidade  Estadual  Vale  do  Acaraú
 UVA.   Mestre   em   Literatura   Brasileira   pela   Universidade   Federal   do   Ceará
 UFC.
Doutoranda em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba
 UFPB.
6 seus "superiores" (pa i,  irmãos  e  marido) , servi ndo  apenas  para  procriação  e  afazeres domésticos
.  Esta pesquisa  é  de  natureza  bibliográfica  que,  de  acordo  com  Rocha  e  Bernardo  (2011,  p.88),  "[...]  é  aquela  feita  a  partir  de  bibliografia  variada,  ou  seja,  engloba  livros,  revistas,  jornais,  publicações  técnicas,  dentre  outras  fontes  escritas
".  A  metodologia  deu
 se,  inicialmente,  pela  leitura  de  Senhora
.  Em  seguida,  foram  destacados  trechos  da  obra  em  estudo  que  apontavam para a escolha do tema investigado. Logo após , buscamos aparato  teórico com o objet ivo de desenvolvermos a temática. Por fim, partimos  para  a  escrita  do  artigo  que foi  dividido  em  duas  seções.  Na  primeira,  foi  discutida  a  condição da mulher na literatura do século XIX a partir das discussões teóricas de Cantele (1996);  Ferreira  (2002)  e  Hahner  (1981) ,  dentre  outros  autores
.  Na  segunda  seção,  aplicamos  as  questões  teóricas , expostas  na  primeira  seção , em  Senhora
.
Apesar  de  o  tema  desta  pesquisa  ser  recorrente  no  meio  acadêmico,  acreditamos  que  este  trabalho  poderá  contribuir  de  forma  significativa  com  os  futuros  artigos  desenvolvidos ,  no  curso  de  Letras  da  UVA, sobre  a  obra  Senhora.

2  O PAPEL DA MULHER NA LITERATURA

Ao   longo   da   história,   as   mulheres   sempre   foram   vistas   como  i ncapazes e  inferiores aos  homens,  quer  fosse  pai,  irmão  ou  marido.  O  papel  da mulher estava restrito apenas à procriação e ao trabalho doméstico
.
Estudar  era algo desnecessário e distante da realidade das jovens , pois o que os pais  queriam  para  as  filhas  era  um  bom  casamento.  A  educação  estava  restrita  apenas  aos  bons  modos,  à  música  e  a  um  pouco  de  francês,  nada  além  daquilo que elas precisariam para serem boas donas de casa e boas esposas.

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