Helen Karla Noé da Silveira
Janeska de Alencar Gomes Silva
Kaminski silva Florêncio
Laylma Farias de Araújo Batista
Luzia Maria da Silva
Tarcísio Augusto Santos Cunha

Esta pesquisa propõe investigar aspectos do maniqueísmo presentes na obra de Padre José de Anchieta, “O Auto de São Lourenço”, e que de modo geral, teve como principal objetivo realizar uma análise direcionada para o âmbito da literatura jesuítica voltada para o maniqueísmo. Para a construção do Corpus desta pesquisa teve-se como estudo, os pressupostos de Bosi (1986) com o livro História concisa da literatura Brasileira assim como alguns capítulos dos livros Maniqueísmo: Filosofia e Religião (MARCOS ROBERTO NUNES COSTA, 2003.), Santo Agostinho, uma biografia (PETER BROWN, 2005). Esta análise foi desenvolvida como um estudo qualitativo de cunho bibliográfico, para que dessa maneira fosse possível realizar uma melhor análise da obra, pois o Maniqueísmo é uma doutrina religiosa, fundada por Maniu, em que se propagava o dualismo entre dois princípios ou duas vertentes opostas, que usualmente eram o bem e o mal. Desse modo, compreendemos que o maniqueísmo acreditava que o mundo estava dividido em duas partes, espírito e matéria, um lado repleto de luz, bondade e divindades, e um lado maligno, escuro, sombrio e trevoso. Ao final da análise, constamos que o Auto de Padre José de Anchieta, possui em seu texto mais precisamente no segundo ato de sua obra um discurso maniqueísta. Que são facilmente perceptíveis e expressos no texto e que se apresentam para o leitor ora de forma direta, ora de forma indireta e de maneiras deliberadas, desde o seu título até a sua última estrofe.

Palavras-chave: Literatura Jesuítica. Teatro de Anchieta. Maniqueísmo. 

1. Introdução

O seguinte estudo pretende investigar aspectos do maniqueísmo presentes na obra “O auto de São Lourenço” (1583), de Padre José de Anchieta¹, visto que tal pesquisa e estudo ainda são embrionários dentro da esfera da literatura Brasileira na perspectiva do religioso. A importância deste estudo, encontra-se em poder compreender acerca da literatura jesuítica por meio de uma composição teatral do subgênero da literatura dramática que possui em sua estrutura uma grande e forte carga literária, cultural, religiosa e simbólica. Além de levantar em seu texto questões contemporâneas, problemas e polêmicas que envolvem as relações humanas e sociais. O auto ao qual será analisado levanta em seu texto uma temática religiosa que ainda é bastante conflituosa em nossa sociedade atual levantando no texto o lado profano e o religioso, mostrando também através dessas duas temáticas a intenção do homem europeu da época que era aproximar o índio de sua cultura, aproximando-o para mais perto da cultura europeia, boa cheia de luz divina e dominante e aniquilando de uma vez por todas a cultura indígena demoníaca e tupi. Buscando também dessa forma agregar, por meio da análise revelar a presença do maniqueísmo presente nesse texto. Este foi o ponto inicial, o qual chamou a atenção
para estudá-lo. Desse modo, essa pesquisa pretende discutir sobre a literatura jesuítica, conceituar o maniqueísmo e identificar questões estruturais, além de reconhecer a presença do maniqueísmo na obra.

Para este estudo utilizamos ALFREDO BOSI (1986), PETER BROWN (2005) e MARCOS ROBERTO NUNES COSTA (2003). O maniqueísmo, por sua vez é uma filosofia religiosa sincrética e dualística, essa dualidade se encontra em dividir o mundo entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. Este estudo, portanto foi desenvolvido por meio de um estudo qualitativo de caráter bibliográfico onde por meio desta metodologia identificamos no auto, aspectos e características de um discurso maniqueísta. De forma tal que, pesquisa e análise, estarão contribuindo ainda mais, de forma significativa para a literatura Brasileira.