O ESTUDO DA “COR LOCAL” COMO IDENTIDADE NACIONAL EM “O SERTANEJO” E “VIDAS SECAS”

 

OLIVEIRA, Armando gomes

RESUMO

Esta produção possui o objetivo de identificar e comparar um tema de relevante importância para a literatura brasileira em diferentes aspectos e contextos socioculturais, a princípio a “cor local” é definida pela sua descrição não só da natureza brasileira mas também de toda cultura adquirida ao longo de sua formação. O estudo realizado concentra-se em fazer um elo analítico e comparativo na tentativa de identificar esses elementos citados anteriormente, com foco apenas no cenário onde se desenvolve o romance. As obras escolhidas são de períodos diferentes, “O Sertanejo” pertencente ao romantismo e “Vidas Secas” ao modernismo brasileiro. O resultado obtido foi satisfatório com o esperado em vista que a “cor local” apresenta-se em ambas as obras porem diferenciam entre se por serem de escolas literárias diferentes, a primeira é mais idealizada já a segunda aproxima mais da realidade da época em que a seca castigava o povo da região nordestina.  

PALAVRAS-CHAVES: Cor local. Literatura brasileira. Formação. O Sertanejo. Vidas Secas.

1.INTRODUÇÃO

O objetivo do presente trabalho é reconhecer a cor local, elemento de grande importância na construção da identidade nacional presente nas obras literárias brasileiras, com mais especificidade em duas obras de diferentes fases da literatura brasileira, “O Sertanejo” de Jose de Alencar do romantismo e “Vidas Secas” do modernismo.

A questão da identidade nacional da literatura brasileira se inicia no século XVIII mais só veio a se definir definitivamente no século XIX através da cor local que adotava como tema principal a beleza da pátria para que fosse um diferenciador das literaturas europeias, buscando assim uma definição da identidade nacional, ou inda como Fiorin afirma que: “A identidade nacional é construída, dialogicamente, a partir de uma autodescrição da cultura.”(FIORIN. 2009, p.115) 

Machado de Assis também faz suas referências sobre o assunto em questão quando ele fala que:

O romance busca sempre a cor local. A substância, não menos que os acessórios, reproduzem geralmente a vida brasileira em seus diferentes aspectos e situações. Naturalmente os costumes do interior são os que conservam melhor a tradição nacional. (ASSIS. 1955, p.128)

Naturalmente o que os dois autores afirmam é que a cor local não é apenas a descrição da natureza brasileira mais também os costumes de cada região ou localidade. Porém o presente trabalho limita-se a uma análise dessa cor local no âmbito de descrição da natureza, ou seja, como se constrói o espaço narrativo em “O Sertanejo” e “Vidas Secas”. Por quanto o objetivo maior é reconhecer a cor local limitado ao espaço narrativo já citado anteriormente, em ambas às obras nos diferentes contextos históricos da literatura nacional.

2 MATERIAIS E METODOS

 

Para desenvolver a referida análise é necessário utilizar alguns materiais e usar métodos para fazer de maneira coesa e por fim obter um melhor proveito do estudo elaborado e que possa servir de referência à outros trabalhos.

Os romances “O Sertanejo” e “Vidas Secas” ambas regionalistas são os materiais utilizados para realização deste estudo e deles obtidos recortes para melhor compreender o assunto em discursão, embora sejam de diferentes escolas literárias e consequentemente de contextos históricos diferentes, “O Sertanejo” do romantismo período esse que inovou a literatura em âmbito geral pelo sentimentalismo e o patriotismo e “Vidas Secas” do Modernismo Brasileiro que inovou também criando uma nova estética literária trazendo à tona as mazelas da sociedade nacional, atendem perfeitamente a uma linha de pesquisa que satisfaz o objeto de estudo em questão e para melhor satisfazer este objeto de estudo utiliza-se de abordagem de estudo que serão apresentadas a seguir: A primeira consiste na abordagem analítica e o segunda a comparativa seguindo assim uma linha de raciocino em que primeiro se analisa para depois comparar.

No que diz respeito a abordagem analítica será realizada a partir de um análise contextual em diferentes aspectos de cada uma das obras, ou seja, os aspectos relacionados a cada época, e diferentes contextos sócio culturais

Na abordagem comparativa o foco será concentrado do o objeto de estudo deste trabalho, ou seja, será realizada uma comparação entre as obras extraindo das mesmas recortes que contenham “a cor local” e a partir da identificação dizer por que diferem entre se.

3. RESULTADOS E DISCURSÕES

 

É necessário antes de iniciar a análise das referidas obras, ver em que contexto e escola literária cada uma delas está inserida, pois dessa maneira torna-se mais fácil a compreensão das mesmas. É partindo desse ponto que se pode compreender a busca pela nacionalidade da literatura brasileira nas obras em análise, e por fim apresenta-se os romances para continuidadedeste trabalho.

3.1 AS ESCOLAS

A escola a qual pertence O Sertanejo de José de Alencar é o romantismo surgido na Europa mais especificamente na França com a Revolução Francesa e como afirma (Carpeaux 2008) surge como uma literatura do tipo emocional.

No Brasil o romantismo surge logo após a independência política de Portugal e a obra que inaugura o romantismo no Brasil é Suspiros Poéticos e Saudades em 1836 e teve seu fim em1881 com o início do Realismo.

O romantismo por ser do tipo sentimental como Carpeaux afirma possui características peculiares a essa afirmação, ou seja, o romântico é subjetivista, sentimentalista, cria uma evasão tanto do mundo como si mesmo, idealiza a mulher; um herói; um mundo, utiliza-se do ilogismo e não preocupa-se com forma e possui ainda uma liberdade de criação.

Conforme Candido:

No Romantismo predomina a dimensão mais localista, com o esforçode ser diferente, afirmar a peculiaridade, criar uma expressão nova ese possível única, para manifestar a singularidade do país e do Eu.(CANDIDO p.33)

É com o romantismo que se inicia a busca por uma literatura nacional, ou seja, é a partir desse momento que se começa a falar das características do país, dando ênfase maior ao indianismo e a cor local, ou seja, os elementos da natureza como a flora e a fauna como também os costumes isso abrangendo toda uma cultura do país ou de um determinado lugar sendo esse o objeto de estudo deste trabalho.

O romance “VidasSecas” é do modernismo brasileiro e que se inicia no Brasil com a semana de arte moderna de 1922 com a tentativa de sair do tradicional e deixar as influências europeias de lado, conforme Candido: “O Modernismoresultou de impulsos internos e do exemplo europeu” para a partir desse momentofazer uma literatura somente do Brasil, embora a semana sofresse fortemente influências das vanguardas que por ventura são europeias.

Foi sem sobra de dúvida uma revolução na arte e literatura, pois criaram uma nova arte que exprimiam a aquela época que viviam. Por isso eram modernos.

Como afirma Candido:

O Modernismo não foi apenas um movimento literário, mas, comotinha sido o Romantismo, um movimento cultural e social de âmbito bastante largo, que promoveu a reavaliação da cultura brasileira, inclusive porque coincidiu com outros fatos importantes no terreno político e artístico, dando a impressão de que na altura do Centenário da Independência (1922) o Brasil efetuava uma revisão de si mesmo e abria novas perspectivas, depois das transformações mundiais da Guerra de 1914-1918,...(CANDIDO, 1999. p.63)

O modernismo foi uma reavaliação conforme Candido afirma acima, porém pode–se dizer que foi também uma renovação da literatura brasileira conforme ele mesmo reafirma:

“O Modernismo Brasileiro foi complexo e contraditório, com linhas centrais e linhas secundárias, mas iniciou uma era de transformações essenciais. Depois de ter sido considerado excentricidade e afronta ao bom gosto, acaboutornando-se um grande fator de renovação e o ponto dereferênciada atividade artística e literária.(CANDIDO, 1999 p.64)

Assim como no romantismo uma das características comum entre os dois foi a liberdade de criação e experimentação. Porém o que diferem é que no modernismo é pelo uso de uma linguagem coloquial, uma linguagem do cotidiano despregando-se das normas gramaticais tanto na poesia quanto na prosa, e por abordar temas diferentes por isso o modernismo se distancia do acadêntismo diferentemente das outras escolas literárias.

3.2 AS OBRAS

Em “O Sertanejo” publicado em 1875, uma das obras regionalista de José de Alencar, ele coloca em cena o interior nordestino mais especificamente em Quixeramobim no interior de Ceará no ano de 1765 (século XVIII) onde se desenrola a trajetória de heroísmo de Arnaldo,vaqueiro astuto que luta por amor e por seus ideais.

Alencar Traça na obra as mais belas características do sertão nordestino, coloca o idealismo romântico quando ele descreve o nordeste repleto de vida de e harmonia como nas paisagens verdes, alagados, rios de correntezas fortes e muitos animais silvestres traçando um complexo de características geográficas e também culturais. 

Na obra “Vidas Secas” publicado em 1938 apresenta de maneira sintética uma visão da sociedade brasileira em um nível profundo com uma dimensão social da exploração e também da opressão política da época,pois vivia-se em plena ditadura militar e em contexto geral vivia-se tensões da segunda guerra mundial na Europa, Além do agravante natural que a grande dimensão da seca.

Nesse romance modernista apresentacaracterísticas de um nordeste sem vida, sem condições de sobrevivência não só pela natureza da seca mais também pela exploração tanto do governo quanto dos patrões.

Graciliano representa bem a condição do nordestino com uma família que procura sobreviver fugindo da seca e ver-se o descaso do governo ao representar as crianças, eles não possuem nome são referidos apenas como menino mais novo e menino mais velho. Há também a questão da exploração que é colocada no instante que o patrão de Fabiano repassa mantimentos com preços abusivos e na cobrança de imposto quando Fabiano vai vender um porco. Diferentemente de “OSertanejo”,“"Vidas Secas” representa uma crítica social muito relevante desde aquela época até dias atuais, o descaso que existe por parte do governo com relação às classes mais baixas. Porém (o objetivo deste trabalho) é mostrar o processo de nacionalidade da literatura brasileira através da cor local enfatizando o cenário em que se desenvolvem as narrativas das referidas obras.

3.3.A ANÁLISE

É preciso salientar que ambas as obras possuem características que revelam essa cor local porém de modo totalmente diferente na construção da mesma, em “O Sertanejo”, por exemplo, apresenta-se de modo idealizado enquanto em “Vidas Secas” é mais verossímil, mais próximo da realidade e pode-se perceber essa diferença logo no início dos romances como se segues os recortes.

Quando Alencar diz que a luz é uma luz celeste e quando despontava trazia um eflúvio celeste de felicidades celestiais. Nota-se nesse recorte de “O Sertanejo” o senário apresentado pelo narrador em suas primeiras palavras é idealizado por se passar em pleno inverno e por isso é ressalvado a sua beleza o deslumbre, principalmente quando ele fala das manhãs do sertão sendo de uma frescura deliciosa e serena.

Raiava uma formosa madrugada.A frescura deliciosa das manhãs serenas do sertão no tempo do inverno derramava-se pela terra, como se a luz celeste que despontava trouxesse da mansão ethera um effluvio de bem-aventurança.(ALENCAR, 199?, p.01)

Já nesse recorte de “Vidas Secas” é totalmente contrário, o cenário é seco, o rio está seco e os juazeiros são as únicas sombras existentes em meio a uma catinga de galhos pelados e rala.

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas com haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredia bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. (RAMOS. 1995. p.9)

O senário apresentado nesse recorte de “O Sertanejo” é de uma natureza em que tudo é exuberante e belo no sertão.

D. Flor que havia parado perto de uma touceira de carnaúba, descobriu uma bella de uma trepadeira, aberta n’aquelle instante e aproximou-se para colhe-la; mas não pode alcançar o pâmpano que ficava muito alto, e entrelaçado com os galhos da palmeira.(ALENCAR, 199?. p.10)

Em ‘Vidas Secas” não aparece nenhuma beleza como mostra esse recorte, ao contrário do senário de “O Sertanejo”, Vidas Secas mostra a realidade do sertão e do sertanejo.

Mas chegando aos juazeiros, encontrou os meninos adormecidos e não quis acorda-los: foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio roída pelo cupim, arrumou tudo para a fogueira. (RAMOS, 1995. P.13)

A idealização do sertão através de sua flora, fauna e outras características locais se da sempre em um período invernoso onde tudo é verde e cheio de vida como ver-se nesse recorte.

A cavalgada atravessa agora uma zona, onde o sertão ainda inculto ostenta a riqueza de sua varia formação geológica.

De um lado, para o norte, os tabuleiros com uma vegetação pitoresca e original, que formagrupos de ramalhetes de arbustos, semeados pelo branco areal, e divididos por um interminável meandro.

Do outro lado, o campo coberto de mattas no meio das quaes, destacam as clareiras, tapetadas de verde grama, e fechadas por cúpulas frondosas, como rustico e graciosos camarins.

Além a várzea, levemente ondulada como um regaço, e coberta de grandes lagoas formadas pelas águas das chuvas recentes.

Ali são carnaúbas que fluctuam sobre as águas, como elegantes colunnas, carregadas de festões de trepadeiras, d’onde pendem flores de todas as cores, e aves de brilante plumagem.

Ahi dentro da selva espessa, fez a nambú seu ninho, onde piam os pintinhos implumes. (ALENCAR, 199?. p. 15 e 16)

Nesse recorte percebe-se que não há idealização em “Vidas Secas” e sim uma busca de retratar a realidade onde o sertanejo sofre com a seca.

Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira, encaminhou-se ao rio seco, achou no bebedouro dos animais um pouco de lama. Cavou a areia com as unhas, esperou que a água marejasse e, debruçando-se no chão, bebeu muito. (RAMOS, 1995. p.14)

O senário em “O Sertanejo”era de muitos animais e árvores silvestres e que não existia nenhum resquício de sofreguidão.

As jaçanans esvoaçavam por cima das lagoas e passavam entre os juncos. Os corrupiões brincavam nos galhos da cajazeira; e a industriosa colônia de soffrês   construía seus ninhos em forma de bolsas penduradas pelos ramos da árvore hospitaleira. (ALENCAR, 199?. p.19)

Já em “Vidas Secas” o senário era de pouca vidas não tinha animais silvestres e era poucas as árvores, somente as que resistia por mais tempo a seca como os mandacarus, xiquexiques, catingueiras como mostra o fragmento a seguir: “Olhou as guipás, os mandacarus e os xiquexiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas.” (RAMOS, 1995. P.19)

Mais uma vez a natureza é construída de uma beleza e harmonia onde existia muitas espécies de animais em O Sertanejo:“Nos tabuleiros, um bando de emas apostavam carreira com os veados campeiros; as raposas davam caça as zabelês; e o tamanduá passeava gravemente hasteando o longe penacho de sua cauda à guiza de bandeira.” (ALENCAR, 199?. p.31)

O senário construído em todo o romance de “Vida Secas” é de um sertão seco que não tem inverno rigoroso como percebe-se no recorte abaixo em que a lagoa esta seca, torrada e a vegetação a mais rustica possível.

Fabiano meteu-se na vereda que ia desembocar na lagoa seca, torrada, coberta de catingueiras e capões de mato.

Andara cerca de cem braças quando o cabresto de cabelo que trazia no ombro se enganchou num pé de guipá. Desembaraçou o cabresto puxou o facão, pôs-se a cortar as guipás e as palmatórias que interrompiam a passagem. (RAMOS, 1995. p.99)

As árvores são de grande elegância e floridas em “O Sertanejo”.“Na ourela da mata, à sombra de umas grandes sicupiras copadas de flores roxas.” (LENCAR, 199?. p.95)

As árvores em “Vidas Secas” são rusticas, espinhentas e não são floridas.“Quis acorda-lo e perguntar, mas distraiu-se olhando os xiquexiques e os mandacarus que avuntavam na campina.” (RAMOS, 1995. p.41)

O rio cheio mostrava que o inverno é rigoroso em “O Sertanejo” sempre era assim já que esse recorte passou-se na infância de Arnaldo.“Indo o Louredo para a serra com a mulher e o filho, encontrou o rio cheio. A força d’água era medonha e formava uma torrente impetuosa.” (ALENCAR, 199?. p.150)

Até que teve inverno em “Vidas Secas” Não foi totalmente seco mais as chuvas não perduraram. “Estava um frio medonho, as goteiras pingavam lá fora, o vento sacudia os ramos das catingueiras, e o barulho do rio era como um trovão distante.” (RAMOS, 1995. p.63)

No recorte a seguir em “O Sertanejo” a natureza mostra-se de um verde exuberante e que não podia se destacar uma única árvore seca porque o verde não o permitia um único indicio de ruina no sertão.      

D. Flor abriu as gelosias da janela, e divagou os olhos pela floresta, que arreiava-se então de toda a sua pompa vernal com a estação das águas.

O pincel do mais fino colorista não imitaria a gradação d’aquela admirável palheta desde o verde negro do jacarandá até o verde gaio do espinheiro.

Próximo a casa havia uma árvore seca, mais a exuberância da seiva não consentia que no seio da esplendida transfiguração hibernal, se destacasse um indicio de ruina e perecimento, cobria aquele esqueleto de um manto de purpura, tecido com as flores de uma bignonia. (ALENCAR, 199?. p.157/157)

Nesse recorte de “Vida Secas” mostra que o inverno já passou e o senário está com características secas novamente, o inverno não perdurou muito tempo e tudo se acabou novamente.

Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido.(RAMOS, 1995. p.116)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A “cor local” objeto de pesquisa deste trabalho, um dos principais assuntos que servem de apoio para identificar os traços de nacionalidade na literatura brasileira é analisado/comparado em duas obras de autores renomados de diferentes épocas da literatura nacional, Correspondeu ao objetivo esperado e é satisfatória a pesquisa realizada. 

As formas como são descritas as obras são diferentes, assim como também o ponto de vista com as mesmas, o que facilitou a análise em questão. No romance “O Sertanejo” a cor local aparece como uma idealização do nordeste brasileiro, mais especificamente no interior do Ceará em que a natureza é rica em todos os seus aspectos, ou seja, não existe um sertão de secas que castiga o povo local e sim uma natureza exuberante com muita água, florestas verdes e muitos animais silvestres. Já no romance “Vidas Secas” ocorre o contrário, o ambiente deixa de ser idealizado e passa a ser descrito com mais proximidade da realidade local. O cenário não é mais de natureza exuberante e sim descrita como uma natureza que existe pouca ou nenhuma água e as florestas se reduzem a uma caatinga seca e rala. As árvores que eram floridas em “O Sertanejo”, em “Vidas Secas” são mandacarus e xiquexiques que são resistentes a grandes períodos de secas.

5 REFERÊNCIAS

ALENCAR, José de. O Sertanejo. Coleção dos autores celebres. Tomo 2. Rio de Janeiro, Garnier. 199?.

CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. / 2ª Ed. São Paulo :  Humanitas /

FFLCH / SP, 2004.

CANDIDO, Antonio.Iniciação à literatura brasileira: resumo para principiantes/Antonio Candido. – 3. ed.– São Paulo: Humanitas publicações/ FFLCH/USP, 1999.

CARPEAUX, Otto Maria. História da Literatura Ocidental. Vol. 3. 3º ed. Brasília: Edições do Senado Federal, 2008.

FIORIN, José Luiz. A construção da identidade nacional brasileira. Bakhtiniana, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 115-126, 1º sem. 2009.

FRANÇA, Eduardo Melo. Atendendo a uma demanda externa: o problema da tradição, da identidade e da cor local como suposta solução para a construção da literatura brasileira no século XIX. Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego, 1235, 50670-901, Recife, Pernambuco, Brasil. E-mail: [email protected]

GUINSBURG, J. O Romantismo. 4ª ed. São Paulo. Perspectiva, 2008.

MACHADO DE ASSIS. J. M. Literatura brasileira: instinto de nacionalidade. InCrítica literária. Rio de janeiro: Jackson, 1955. P. 29-136. / www.cce.ufsc.br/.../literatura/bt4522147.htm! – Acesso: 28. 09 2014.

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Posfácio de Álvaro Lins, Ilustrações de Aldemir Martins. 69ª ed. Rio, São Paulo, Record,1995.

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vidas-secas-analise-obra graciliano-ramos-702012.shtml - Acesso em 25/11/2014