Consciência Negra: a luta não pode parar


No dia 20 de novembro

Se comemora a Consciência Negra.

Devido aos africanos

Que aqui sofreram muita peleja;

Mas alguns muito valentes,

Provaram serem bons combatentes,

Superaram os brancos com destreza.

Da África para cá

Eles vieram acorrentados.

Nos porões de navios

Todos eles amontoados;

Com pouca alimentação,

Remédio não tinha não,

Eles morriam aos bocados.

Ao chegar em terra firme

Viravam mercadoria.

Eram escolhidos e agrupados

Com alguns de outra etnia;

Por muito durou esse processo,

Que representava progresso,

Para quem os vendia.

Por quase 400 anos

O Brasil foi escravocrata.

A lei era a do senhor:

“Da ponta da chibata”;

Quem se metesse apanhava,

Alguns, o feitor matava,

Só pra curar a ressaca.

Para todos os serviços

Os negros eram usados.

Desde cuidar de meninos

Até limpar o roçado;

Fosse noite ou fosse dia,

Era o negro quem fazia,

E os seus “donos”, bem sossegados.

Mas com o passar do tempo

O negro reconheceu sua bravura.

E pra não viver mais acorrentado

Cometia qualquer loucura;

Colocava veneno na comida,

De feitores tirava a vida,

E fugia pra mata escura.

Para se fortalecer criaram agremiação.

Se juntaram, se agruparam de fato.

Criaram alguns quilombos

Bem no meio do mato;

Para não serem encontrados

E novamente escravizados,

Invadiam as fazendas de assalto.

Existiu um importante quilombo

Nas terras nordestinas.

Os negros que aqui viveram

Trocaram as suas sinas;

Lutavam por liberdade,

Por vida de qualidade,

Pros homens, mulheres e meninas.

Dentre muitos desses heróis

Alguns vale destacar.

Tem Ganga Zumba

O primeiro a lutar;

E depois veio Zumbi,

Que mostrou a todos daqui,

Que era mestre em guerrear.

O Quilombo de Palmares

Como era conhecido.

Sob a guarda desse guerreiro

Ficou muito fortalecido;

Construíram paliçadas,

Cercas bem fortificadas,

Para ficarem protegidos.

Mas as tropas do Governo

Com apoio dos engenhos.

Organizaram um grande levante

Mataram com todo empenho;

Dentro da fortificação,

Abateu-se a aflição,

Mas Zumbi nem mexeu o cenho!

 

Depois de muito lutar

E ver amigos abatidos.

Zumbi parecia uma fera

Lutando e fazendo ruído;

Defendia a sua causa,

Na luta mandava brasa,

Que do inimigo se ouvia os gemidos.

Mas a luta era desigual

Pois as tropas, armadas fortemente.

Nem todos os negros sabiam lutar

A maioria era inocente;

Armados de porretes,

Ou pedaços de cacetes,

Lutando contra insolentes.

Mesmo na desvantagem

Lutavam que nem gigante.

Não descansavam

Nem paravam um só instante;

Enquanto estivessem de pé,

Lutavam com muita fé,

Seu vigor era constante.

Em determinado momento

Zumbi foi alvejado.

Veio a desfalecer

Teve seu corpo esquartejado;

Mas a luta continuou,

E a única coisa que sobrou,

Foi seu sonho eternizado.

A escravização ainda não acabou,

Nem Zumbi perdeu a vida.

Lutemos pela igualdade

Na Constituição garantida;

Mas enquanto houver preconceito,

Ou Racismo contra o preto,

Nossa bandeira continuará erguida!

Ivanildo S. da Silva