CONCEITO E UTILIZAÇÃO DE MIMESE, CATARSE E VEROSSIMILHANÇA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA MODERNA
Publicado em 16 de dezembro de 2013 por Solange Aparecida da silva
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE LINGUAGENS
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS
SOLANGE APARECIDA DA SILVA
CONCEITO E UTILIZAÇÃO DE MIMESE, CATARSE E VEROSSIMILHANÇA NA PRODUÇÃO LITERÀRIA MODERNA
ATIVIDADE II
Barra do Bugres, MT
2013
SOLANGE APARECIDA DA SILVA
CONCEITO E UTILIZAÇÃO DE MIMESE, CATARSE E VEROSSIMILHANÇA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA MODERNA
ATIVIDADE II
Atividade de Aprendizagem apresentado ao curso de letras Espanhol, da Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagem,como parcial para avaliação na disciplina de Teoria da Literatura I Profa. Dra Ana Paula
Barra do Bugres,MT
2013
CONCEITO E UTILIZAÇÃO DE MIMESE, CATARSE E VEROSSIMILHANÇA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA MODERNA
Essa produção tem como finalidade estabelecer o conceito de mimese, catarse e verossimilhança da literatura Moderna, tendo como ponto de partida Shakespeare e a poesia como denúncia social.
Mimese é um conceito utilizado pelos filósofos e seus seguidores desde o século IV a. C, usado como o ato de imitar, ou representar sempre referenciando a ideia de fazer ou criar algo que se assemelha a outra coisa. Porém, Aristóteles relaciona o conceito de mimese em a "A Arte Poética" atribuindo-lhe dois significados o da imitação e emulação que é o sentido construtivo de rivalidade que induz alguém a imitar o outro. Em síntese pode-se entender que a mimese é a reprodução de sua capacidade de gerar e de criar a realidade.
Para Aristóteles a poesia é imitação, um ato congênito ao homem, ao lado do ritmo e da harmonia. Portanto esse contato entre leitor e obra é imprescindível, porque a sensibilidade é a forma mais eficaz de aproximação com o texto. Mimese, no sentido aristotélico, é ativa e criativa, determina o modo de ser do poema trágico e estará sempre ligada à ideia de arte e de natureza, defendendo sempre que a arte imita a natureza. Exemplificando melhor a relação poesia e realidade , cita-se o poema ‘’A Rosa de Hiroshima’’de Vinícius de Moraes. Nela, o poeta relata a dor da perda de entes queridos, os filhos agora órfãos e a cidade devastada.
Mudas telepáticas
Pensem nas crianças
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária...
Durante a Segunda Guerra Mundial, o conflito ocorrido entre os anos de 1939 a 1945, onde a cidade de Hiroshima foi completamente destruída pela bomba nuclear esse ataque provocou a morte de mais de 250 mil pessoas em, além do desenvolvimento de enfermidades na população (queimaduras, cegueira, surdez, cânceres, entre outros) e desastres ambientais (devastação da vegetação, chuvas ácidas, que causaram a contaminação de rios, lagos e plantações). Entretanto os dois fatos retratam (imitam) a mesma história de destruição e dor.
Entendo que catarse é a emoção que sentimos (a mistura de felicidade e infelicidade, de terror e piedade) é purificada pela força do ritmo e da poesia. Em “O estupro de Lucrecia” de Shakespeare retrata a desgraça que é para a mulher ao ser estuprada, a dor, a culpa e a vergonha da mulher. Lucrecia não suportou mais aquela vergonha aquela dor, aquela culpa, e então se suicidou com o propósito de alívio. A catarse para Aristóteles é uma força emotiva causada pela mimese levando a um efeito suscitado pela tragédia no público.
Já a verossimilhança termo cunhado por Aristóteles ao estudar as tragédias gregas, diz respeito ao sentido de realidade que a narrativa deve ter, ou seja, a qualidade ou o caráter do que é semelhante à verdade, que tem a aparência de verdadeiro, que não repugna à verdade provável.
"Por que não vais a Belo Horizonte? a saudade cicia e continua, branda: Volta lá.
Tudo é belo e cantante na coleção de perfumes das avenidas que levam ao amor, nos espelhos de luz e penumbra onde se projetam os puros jogos de viver. Anda! Volta lá, volta já.
E eu respondo, carrancudo: Não.
Não voltarei para ver o que não merece ser visto, o que merece ser esquecido, se revogado não pode ser.
Carlos Drummond de Andrade
Em suma, essas poesias mostram a vida como ela é, nelas podemos ver claramente os conceitos aristotélicos seja mimese, catarse e a verossimilhança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aristóteles. A Poética. Trad. e Comentário Eudoro de Sousa. Lisboa: Casa da Moeda, 1990.
http://www.filologia.org.br/abf/rabf/7/009.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
ODISSÉIA, HOMERO; ADP:ROBERTO LACERDA. ED SCIPIONE