Manifesto Antropófago

O manifesto antropófago foi escrito por Oswald de Andrade. Lido em 1928 para seus amigos na casa de Mário de Andrade. Foi publicado na Revista de Antropologia que ajudou a fundar com seus amigos.
A origem desse movimento surge quando Oswald de Andrade e sua esposa Tarsila do Amaral e alguns de seus amigos vão a um restaurante a fim de comerem rã. Quando o prato chegou, Tarsila faz um comentário que naquele momento eles poderiam ser considerados uns "quase-antropófagos".
Em seu aniversario, Oswald ganhou de sua esposa o quadro "O homem plantado na Terra", que mais tarde recebeu o nome de Abapuru de origem Tupi-Guarani, que significa aba: homem, puru: que come muito. Surge então, o Manifesto Antropófago primitivo com a seguinte idéia: "Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Filosoficamente.".
Esse movimento gerou a Revista de Antropofagia, que defendia a pluralidade ideológica e suas tendências eram contraditórias.
O movimento antropofágico tem como características a busca de uma identidade e a necessidade de valores nacionais e culturais, o próprio nome enfatiza bem a palavra "manifesto", ressaltando os objetivos e sua clareza, alem de manifestar sua visão critica dos fatos históricos.
A antropofagia foi tematizada por Oswald nesse manifesto, mas também reapareceu outras vezes em suas obras. Em Marco Zero (1943), romance escrito sob influência do marxismo e da arte realista mexicana. Surgiu o personagem Jack de São Cristóvão, relembrando a antropofagia e celebrando-a como uma saída para o problema de identidade brasileira e mesmo como antídoto contra o imperialismo.
Na maturidade Oswald buscou fundamentação filosófica para a antropofagia, ligando-se a Nietzsche, Engels, Bachofen, Briffault e outros autores, tendo escrito a respeito ate teses, como a Decadência da Filosofia Messiânica incluído em A Utopia Antropofágica, entre outras.


BIBLIOGRAFIA

Revista Discutindo Literatura: Antropofagia. Ano 3, n 16.2008. Editora Escala Educacional, pág.34 a 39.