O PAPEL DA ESCOLA DO SEC. XXI

   Mara Ap. Pereira do Nascimento  -  [email protected]

1-     Graduada em Letras (FAI),  pós graduada em Docência para o  Magistério Superior (FAI) e pós graduada em Linguística Aplicada à Educação e em Psicopedagogia da Educação (ESEA).

RESUMO

                 Este artigo elaborado no ano de 2010,  intitulado “O papel da escola do sec. XXI” , objetivou buscar melhor compreensão quanto ao papel da Escola hoje. Para  as necessárias reflexões e conclusões se fez necessário um apanhado bibliográfico remetendo a história da Educação brasileira,  a algumas tendências metodológicas, e  primícias quanto a relação educando/educador, tomando-se por base e norte o trabalho do educador Paulo Freire, o qual   representa inestimável  contribuição para a metodologia de ensino de qualquer modalidade e nível.  A prática de todo educador, mesmo de forma inconsciente, sempre pressupõe uma concepção de ensino/aprendizagem que determina sua compreensão dos papéis de educador e educando, da metodologia, da função social da escola e dos conteúdos a serem trabalhados. Tais práticas se constituem a partir das concepções educativas e metodologias de ensino que permearam a formação educacional e o percurso profissional do educador, incluindo, assim, suas experiências escolares e de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que lhes são contemporâneas. Foi plausível de conclusão que, apesar da gama de funcionários e atores dentro de uma instituição de ensino, quando se fala em Escola se fala em aluno e professor, especificamente. O papel da escola da atualidade deve ser cumprido conforme as expectativas de uma  sociedade globalizada e democrática, compreende a formação integral do educando, ou seja, formação intelectual, profissional e comportamental. Enfim o peso da sociedade presente e futura se aplica ao papel da escola do século XXI.

Palavras chave: Escola - Hstória - Pedagogia – Tendências- Atualidade.

INTRODUÇÃO

A biografia de Paulo Freire revela que apesar de pertencer a classe média vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929. Tais experiências o levaram a preocupar-se como os mais pobres e a construir seu revolucionário método de alfabetização, tornando-se inspiração para gerações de professores.      

       Freire procurou fazer uma síntese de algumas correntes filosóficas de sua época conquistando um grande público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos. 

            Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolmentista do governo João Goulart, o qual se empenhava nas reformas de base, aprovando o Plano Nacional de Alfabetização com a rápida implantação de núcleos pelo país, prevendo a formação de educadores em massa.

          Em 1964, com o golpe militar, Freire foi encarado como traidor sendo exilado do Brasil, ficando um tempo na Bolívia e depois no Chile.  Com a  anistia política retornou em 1980 atuando até 1986 como supervisor do programa para alfabetização de adultos do partido dos trabalhadores (PT), ao qual se filiou. Em 1988 foi nomeado Secretário da Educação de São Paulo, quando foi criado o Movimento de Alfabetização como um modelo de Educação de Jovens e Adultos.

         Paulo Freire marcou a história da Educação brasileira, pois suas idéias e obras tiveram alcance amplo, principalmente no que concerne a educação marxista, a qual incorpora o conceito de que não existe educação neutra e de que todo ato educativo é um ato político.

       Partindo destes pressupostos, o artigo em questão aborda um pouco da história da educação brasileira, tendências pedagógicas e a visão de Freire sobre educação buscando compreensão quanto ao papel da escola do sec.xxi.

EDUCAÇÃO:  PARTICULARIDADES E  HISTÓRICO 

        Poder-se-ia dividir a educação em formal e informal. A educação informal é também chamada de difusa por acontecer no meio familiar, no trabalho, no lazer, resultando no desenvolvimento de conhecimentos e valores.

       A educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades chamadas primitivas e dos povos chamados bárbaros, por exemplo, não existem escolas nem métodos de educação conscientemente reconhecida como tais. No entanto, existe educação, cujo objetivo é promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição de experiência de gerações passadas. (MONROE, 1983:1)

       A retrospectiva geral da história da educação brasileira mostra o quanto foi tratada como um simples produto utilizado pelo Estado para dominar e alienar o cidadão. Porém houve mobilização popular contra as medidas oficiais que desvalorizavam não só os trabalhadores da educação, mas educação como um todo e a parcela menos favorecida quase sempre ficou em desvantagem.

       Depara-se repetidamente com a crise na educação. A Ciência e a tecnologia avançam velozmente. A globalização econômica, política e cultural por um lado promovem a influencia pungente dos ideais capitalistas, e por outro impulsiona a ascensão das massas, as quais só terão o poder igualitário através do conhecimento.

      Por conta da Revolução industrial a escola única para todos, começou a impor-se através de sistemas públicos de educação que passaram a oferecer um ensino publico, gratuito e obrigatório. Tal sistema, entretanto, apesar de atender às pressões dos trabalhadores da época não eliminou e não elimina no presente a dicotomia entre escolas boas para poucos e escolas precárias para muitos, separados pelas condições econômicas.

       Numerosos movimentos de educação popular foram organizados, ressaltando-se a Campanha de Educação de Adultos, a partir de 1947, Movimento de Educação de Base, a partir de 1961 e Programa Nacional de Alfabetização, a partir de 1963.

      A atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumir a posição na sociedade. O compromisso da escola é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes devem lutar para superar suas dificuldades e conquistar seu lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam devem procurar o ensino mais profissionalizante. (LIBÂNEO, 1989:23)

      Em suma, tanto no passado quanto no presente, infelizmente, se constata o direcionamento da escola pública para os menos favorecidos economicamente e a particular para os filhos das famílias mais abastadas.Vale ressaltar, que se constata um  paradoxo curioso no Ensino Superior: faculdades públicas para os de condições econômicas favoráveis e particulares para os de baixa renda financeira.

METODOLOGIAS E TENDÊNCIAS

        O método Paulo Freire de alfabetização de adultos alcançou repercussão nacional e internacional. Primava pela adequação do processo educativo às características do meio (localização e recrutamento do alfabeto da área; entrevista com adultos conhecedores da localidade, seleção de palavras de uso corrente, representativas do universo vocabular, decomposição das palavras geradoras visando conscientização do individuo à sua participação na transformação da realidade. Quanto à educação e mudanças Paulo Freire proferiu as seguintes afirmações, válidas, inclusive, para o novo processo que o país está vivendo:

        O Brasil vivia exatamente a passagem de outra época, de uma sociedade  “fechada” a uma sociedade “aberta”. A passagem era precisamente o elo entre um período que se extinguia e o outro que ia tomando forma. A sociedade brasileira estava por isso mesmo, sujeita a retrocessos em sua passagem, na medida em que encarnam aquela sociedade na vigência de seus poderes, conseguissem sobrepor-se, de um modo e de outro, à consubstanciação de um novo tipo de sociedade. Sociedade que se  oporia, necessariamente, quaisquer que fossem suas origens, contrários aos interesses do homem brasileiro. (FREIRE, apud GADOTTI, 1979:14)

     Em resumo, uma das maiores contribuições de Paulo Freire ocorreu no âmbito da alfabetização de jovens e adultos. O educador questionou o método tradicional de alfabetização, apoiado em cartilhas, que eram distribuídas por todo o Brasil e que desprezavam as características e costumes de cada região.

       As tendências pedagógicas originam-se de movimentos sociais e filosóficos, num dado momento histórico, objetivando propiciar a união das práticas didático-pedagógicas, com os desejos e aspirações da sociedade de forma a favorecer o conhecimento. Seu conhecimento é muito importante para o professor que deseja construir sua prática. As tendências são norteadoras, mas requerem uma avaliação cuidadosa quanto a sua eficácia. 

         Na tendência liberal tradicional, por exemplo, é tarefa de o professor fazer com que o aluno atinja a realização pessoal através de seu próprio esforço. O cultivo do intelecto é descontextualizado da realidade social com ênfase para o estudo dos clássicos e das biografias dos grandes mestres. A transmissão é feita a partir dos conteúdos acumulados historicamente pelo homem, num processo cumulativo, sem reconstrução ou questionamento. A aprendizagem se dá de forma receptiva, automática, sem que seja necessário acionar as habilidades mentais do aluno além da memorização.

         O aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com a s realidades sociais. É a predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual. (LIBÂNEO. 1989 p.22)

          Seu método enfatiza a transmissão de conteúdos e a assimilação passiva. É ainda intuitivo, baseado na estimulação dos sentidos e na observação. Através da memorização, da repetição e da exposição verbal, o professor chega a um interrogatório (tipo socrático), estimulando o individualismo e a competição. Envolve cinco passos: preparação, recordação, associação, generalização e aplicação.          

         A tendência progressista libertadora, outro exemplo, sustenta os fins sócio-políticos da educação. Teve seu início com Paulo Freire, nos anos 60, rebelando-se contra toda forma de autoritarismo e dominação, defendendo a conscientização como processo a ser conquistado pelo homem, através da problematização de sua própria realidade.

         Revolucionária, preconizava a transformação da sociedade e acreditava que a educação, por si só, não faria tal revolução, embora fosse uma ferramenta importante e fundamental nesse processo.

         Segundo FREIRE (apud LIBÂNEO, idem:33), apesar de os seguidores dessa tendência não terem tido a preocupação com uma proposta pedagógica explicita, havia uma didática implícita em seus “círculos de cultura”, sendo  da atividade pedagógica a discussão de temas sociais e políticos, parece claro ser o método dialógico, usado para o despertar da consciência política dos analfabetos adultos.

           A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares,já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e troná-la democrática. Se o que define uma pedagogia crítica dos conteúdos é a consciência de seus condicionantes histórico  sociais, a função da pedagogia dos conteúdos é dar um passo a frente no papel transformador da escola, mas a partir condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham  ressonância na vida dos alunos ... a educação é uma atividade mediadora no seio  da prática social global... pela qual o aluno, pela intervenção do professor e e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada a uma visão sintética, mais organizada e unificada. (LIBANEO, 1990 p. 39)

        Uma das primícias da LDB 9393/96, Talvez a mais importante e abrangedora das demais, é a conscientização e efetivação de uma cidadania ativa para seus educandos e todos os outros envolvidos no processo educativo.

        Para construir uma cidadania, urge que o professor utilize outros métodos e traga à baila discussões que despertem em seus alunos tanto ou mais interesse que a TV. As novas tecnologias empregadas pedagogicamente estão à disposição do professor. Da Internet à sucata, muito se pode utilizar para envolver o aluno e discutir com ele questões contemporâneas condizentes com os problemas que enfrenta no dia a dia, que se relacionam com sua capacidade de melhor conviver em sociedade. Que dizem respeito a aspectos aparentemente simples, mas são de uma complexidade impressionante. (CHALITA, 2004:115)

          A efetivação da escola enquanto espaço democrático se faz mais do que necessária. Para se obter sucesso em um projeto que tenha como objetivo a humanização do espaço escolar, a participação de todos os sujeitos ali presente, principalmente dos alunos e da comunidade, é indispensável.

           Em seu trabalho, Pedagogia da Autonomia, Freire enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que “ formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho das destrezas”( p 15). Define essa postura como ética e defende a idéia de que o  educador deve buscar essa ética, a qual chama de “ética universal do ser humano”(p. 16), essencial para a prática docente.

               Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação  que separe as pessoas em raça, classes. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.

                 Ensinar é algo profundo e dinâmico. Portanto, torna-se imprescindível a solidariedade social e política para se evitar um ensino elitista e autoritário como quem tem o domínio exclusivo do saber articulado, Freire salientava, constantemente, que educar não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida, senão não terá eficácia.

                  Paulo Freire, afirmava que ensinar exige consciência do inacabado, o reconhecimento de ser condicionado, respeito à autonomia do ser do educando, bom senso, humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, apreensão da realidade, alegria e esperança, convicção de que a mudança é possível e acima de tudo o respeito à autonomia e a dignidade de cada um.

          Desde as reflexões apresentadas por Freire, o eixo da educação formal, anteriormente constituído pelas concepções de ensino, deslocou-se para as teorias da aprendizagem. Em conseqüência, vêm sendo postas em cheque as principais crenças e práticas há muito institucionalizadas e codificadas na forma do “ensino tradicional”, onde o educando era visto apenas como simples alvo ou objeto do ensino, e não como um  dos sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. O ensino era concebido essencialmente como “transmissão de conteúdos conceituais sistematizados”; o professor visto como “aquele que sabe” e o aluno “o que não sabe”.

           Num contexto social de crenças como essas, foi possível, enxergar que ações como tais desperta hoje, estranhamento e rejeição. Por esta razão, que Paulo Freire critica a pedagogia tradicional, um dos aspectos mais recorrentes em suas obras. Essa pedagogia ele chamou de bancária, a qual só defende os interesses da classe dominante, mantém os alunos de classes menos favorecidas fora da escola, ou dentro da mesma em posição de oprimido.  Nessa prática educacional, o professor centraliza o processo educacional levando seus educandos à memorização mecânica do conteúdo transmitido. As informações são passadas aos alunos e estes as recebem passivamente como se fossem recipientes vazios sem nenhum conteúdo.

             Trata-se de uma prática pedagógica verbalista voltada para a transmissão e memorização dos textos, sem nenhuma perspectiva crítica. Nesta concepção para o educador o mundo é algo estático, harmônico e sem condições e o aluno é completamente passivo e sem o menor vestígio de autonomia e criatividade. Para

            Em contraposição à prática educacional bancária, Paulo Freire propõe a prática educacional problematizadora. Essa pedagogia supera a relação vertical entre educador e educando, tão valorizado na bancária e destaca alguns pontos importantes tais como: o educador educa e também é educado pelo aluno; educador e aluno são sujeitos do processo, educador e educando escolhem e negociam o que vai ser feito em termos de construção do conhecimento, a autoridade do professor não é o do autoritarismo, mas é a conquistada pela liderança, respeito e sabedoria.

CONCLUSÃO

        Paulo Freire marcou a história da Educação brasileira, pois suas idéias e obras tiveram alcance amplo. Escreveu várias pedagogias contribuindo com as práticas pedagógicas do educador em relação ao educando.      

       A prática de todo educador, mesmo de forma inconsciente, sempre pressupõe uma concepção de ensino aprendizagem que determina sua compreensão dos papéis de educador e do educando, da metodologia, da função social da escola e dos conteúdos a serem trabalhados. Tais práticas se constituem a partir das concepções educativas e metodologias de ensino que permearam a formação educacional e o percurso profissional do educador, aí incluídas suas próprias experiências escolares, suas experiências de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que lhes são contemporâneas

          Paulo Freire orienta e incentiva os educadores a refletirem sobre suas  práticas pedagógicas mudando aquilo que acharem necessário, mas especialmente aperfeiçoando o trabalho, afim de torná-lo cada dia mais eficaz, pensando sempre no educando como o  eixo da educação tanto formal quanto empírica.

       As novas relações entre sociedade e o Estado lançam exigências de uma nova educação. A escola, hoje mais do que nunca, há de cumprir o seu papel que compreende informar, formar, libertar e transformar, o que depende e muito de novas relações entre funcionários, professores e alunos, do envolvimento comunitário familiar e dos órgãos e entidades publicam. Enfim o peso da sociedade presente e futura se aplica ao papel da escola do sec. XXI. Os rumos da educação nacional direcionam-se a formar o cidadão global, universal, aquele que conhece e respeita o passado, participa e melhora o presente e preserva para as próximas gerações.

REFERENCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394, dez. 1996. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil). Brasília. ano. CXXXIV, nº 248, 1996.

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. Editora Gente. 1ª edição atualizada. São Paulo. SP. 2004.

CURY, Augusto. Pais brilhantes e professores fascinantes. Sextante. Rio de Janeiro.  RJ. 2008.

FREIRE, Paulo. Sobre a Educação: Diálogos/ Paulo Freire e Sergio Guimarães. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 165 p. 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido- 17ª ED. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987.

KRAMER, Sonia. Escola Hoje: Questionamentos e Buscas. Rio de Janeiro: PUC, 2001

LIBÂNEO. José Carlos. Democratização da ESCOLA Pública. Loyola. São Paulo. SP. 1990.

 MONROE, Paul. História da Educação. 6.ed. São Paulo, Nacional, 1983

MORAES, Regis de. Cultura Brasileira e educação – Estudo Histórico – Filosófico/ Campinas, SP: Papirus, 1989.