Se nossa preocupação é de definir os desafios essenciais, bem como os principais problemas econômicos e desenvolvimento desta etapa recente, a responsabilidade da classe política, mais particularmente do governo, do Parlamento e dos partidos políticos, então reunir as condições favoráveis passam a ser ​​o ponto culminante do Marrocos. O que sublinhou o Rei Mohammed VI no seu discurso pela ocasião da abertura da primeira sessão do quarto ano legislativo da 10ª legislatura.

O déficit em termos de confiança popular, a forte abstenção eleitoral e a expansão do populismo constituem no Marrocos um desafio para o Estado e aos partidos políticos. Esses efeitos negativos para adesão a legitimidade pressionam o sistema político e administrativo para tomar consciência e inovar o processo de prestação de serviços públicos e a estrutura das políticas públicas.

Neste contexto, os partidos políticos marroquinos se encontram atualmente enfrentandos a uma crise de legitimidade associada à fuga de membros e do declínio do partidarismo aos seus niveis.

O declínio da taxa de participação política, a perda de membros, apoiadores e a formação de novos partidos revelam os sinais de insatisfação em relação a democracia representativa. Os cidadãos não se sentem representados pelos partidos políticos, a confiança e o interesse pelos assuntos públicos provocam o fosso entre políticos e cidadãos. Enquanto, tradicionalmente, apenas os membros de órgãos executivos, os especialistas em políticas e lobistas apoiam os políticos, com uma colaboração aberta sobre os cidadãos e profissionais, até então sem contato

com a política, para melhorar a compreensão sobre as questões públicas, as soluções que dizem respeito as estruturas sociais e econômicas.

Com base nessa consta da apatia política, os partidos políticos devem imperativamente prosseguir na reforma democrática de suas organizações, envolvendo os cidadãos, por um lado, no processo de reforma de suas organizações e projetos políticos e, por outro, promovendo o desenvolvimento de políticas públicas. Uma vez, os partidos políticos instados; a levar em consideração as novas gerações de jovens a serem integrados no processo interno, tomqando decisões sobre as necessidades e interesses, sobretudo nos programas de novas tecnologias de comunicação e informação, em termos de consolidar as plataformas e redes sociais.

Essa abordagem a nosso ver possa  reduzir o fosso entre o partido político e os cidadãos, aumentando a confiança na política, combatendo assim a alienação política.´

O sucesso de novas formas de participação cidadã no seio dos partidos políticos na Europa e na América implica os benefícios de um processo colaborativo mais aberto e inclusivo, diante das abordagens hierárquicas e estagnadas, as quais exigem dos partidos políticos adotar formas mais diretas de participação política, como a democracia intra-partidária e abertura sobre as contribuições externas.

No entanto, apesar das experiências relativamente bem-sucedidas de algumas partes em abordagens participativas, da participação de membros, indivíduos ou grupos do partido na tomada de decisões internas e na estimulação de procedimentos democráticos, isso pode levar as consequências imprevisíveis para os próprios partidos. (risco de conflito e risco de insatisfação no caso de conflitos de interesse). O que requer uma nova geração de liderança com a capacidade de enfrentar os riscos e conflitos de interesse, longe da cultura do carisma histórico patriarcal.

Perante os desafios da preservaação dos valores democráticos num ambiente interno e externo, o povo assuma a frente social, a política e economia, cujos partidos políticos inovam no jogo das mudanças e nas percepções dos valores públicos, e nos princípios procedimentos oficiais da governança pública de forma eficaz, eficiente e eqüitativa.

Assim a inovação política nasce no processo da mudança das culturas eleitorais a ser estruturada, uma vez que esta cultura estratégica preocupa os gestores públicos,  e intelecuais aqueles envolvem a tomada de decisões. Nesta perspectiva, o partido político tem que facilitar a troca de conhecimento com os cidadãos, disseminando o seu papel organizacional, processual, histórico etc..

Neste sentido, o sucesso desse processo inovador de abertura exige dois componentes essenciais:

O primeiro é relacionado com a mudança organizacional e procedural, evita o modelo hierárquico vertical, incorporando os modos participativos que exploram as novas tecnologias da organização, informação e comunicação. Este componente pode modificar e facilitar as trocas com os partidos políticos, seus membros e cidadãos.

O segundo, ele complementa o primeiro, desenvolve e melhora as trocas entre os políticos e cidadãos, com base no conhecimento do partido.

Para esse fim, os atores externos envolvem os conhecimentos estratégicos, capazes de apresentar os projetos políticos. O que permite a inovação a nível da interação e criatividade, em termos de processamento e julgamento padronizado.

Os partidos políticos são também considerados como a ferramenta capaz de adaptar à realidade das comunicações em termos sociais e políticas. Da mesma forma, o surgimento de grupos temáticos não apenas desafia os partidos políticos como partes interessadas, mas também oferece aos partidos novas oportunidades de mobilização política.

Assim, os partidos políticos democráticos, únicos capazes de estabelecer os vínculos formais com sindicatos e ONGs, e grupos influentes preocupados com o meio ambiente, direitos humanos, moradia, bem-estar social, questões ligadas com o feminismo e outras, etc.

Por fim, os partidos políticos marroquinos precisam questionar sua razão de ser, se desejar se adaptar a uma crescente necessidade em relação a participação e as novas formas de comunicação em prol do equilíbrio de poder, entre os diferentes protagonistas da sociedade. . Cabe também instar sobre a liderança no contexto político, porque o objetivo final da democratização no país é o estabelecimento de valores públicos da renovação do novo modelo de desenvolvimento.  Bem como dos partidos políticos democráticos que respondem à derrota eleitoral ou ao declínio de seus membros, em termos organizacionais, de incentivo aos membros, aos  partidos ou as estruturas e processos da democracia no país. Uma questão da sobrevivência que é relacionada com a adaptabilidade da vontade das elites partidárias e do reconhecimento do potencial restante da reforma, da inovação e da luta contra as culturas comerciais e o clientelismo.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário