Segundo Pereira, aspecto a considerar em relação à maioria das crianças surdas é o fato de chegarem às escolas analfabetas, pois sua linguagem visual às vezes não é dominada pelos familiares, haja vista não tem um convívio de comunicação oral, ao contrario das ouvintes. Mediante a isso, a interação será realmente iniciada na escola, que com o decreto nº5626, de 22/12/05 determina "uma língua bilíngüe", priorizando a língua brasileira de sinais (visual-espacial) para alunos surdos e posteriormente é que será ensinada a língua portuguesa na modalidade escrita, é relevante enfatizar que essa língua possui uma gramática própria, mas com as mesmas finalidades da língua dos ouvintes.
Sabe-se que até a década de 80, esse método era contraditório, haja vista que as escolas para surdos seguiam o método da memorização, esperando a repetição das palavras. De acordo com a autora, essa didática também era utilizada nas aulas de línguas estrangeira. Conseqüentemente a essa forma mecânica, percebia-se uma deficiência na compreensão e na escrita da língua majoritária, quando alguns alunos tentavam produzir textos imprevisíveis. Logo, o problema associava-se às pessoas surdas que também eram vistos como incapazes de entender o que liam.
Porém, essa problemática aos poucas foram mudando com a introdução da educação bilíngüe, buscando estratégias que incentivassem a reflexão em relação ao sentido das palavras no contexto mediante a língua de sinais. Dessa forma, os professores devem estar habilitados a desenvolver atividades que "envolvendo as crianças surdas em práticas discursivas e interpretando os enunciados produzidos por elas", um exemplo de grande importância também, é contar história através da língua visual espacial relacionando com a escrita. Partindo desse princípio, a clientela não ouvinte terá a capacidades de atribuir sentido a tudo que lê e escreve, então, adquirindo domínios a língua bilíngüe, poderá interagir com o mundo com mais precisão.
Baseando-se em Svartholmi, Pereira afirma que é de grande relevância a língua de sinais para a aquisição da língua portuguesa.
Referente a isso, o mediador precisa seguir trajetos que relacione a língua de sinais à escrita, dando ênfase aos aspectos que compõem todo o contexto, já que o papel do mesmo não é corrigir prováveis "erros", mas sim, oferecer subsídios, improvisando tais desvios. Portanto, a escola tem a finalidade de adapta-se a linguagem da clientela para oferecer-lhe uma educação de qualidade.