ESTÁGIO HOSPITALAR EM UNIDADE OBSTÉTRICA E PEDIÁTRICA – UMA INSTITUIÇÃO, DUAS REALIDADES.

Adriana Rodrigues de Sousa Garcia

O estágio hospitalar teve como objetivo atender aos requisitos para conclusão do curso de Especialização em Psicopedagogia, sendo ele a compreensão da atuação do profissional psicopedagogo no ambiente hospitalar. Guiados pela dedicação de nossa orientadora pudemos ter experiências significativas e enriquecedoras que ensejaram a necessidade deste relato. O estágio deu-se no complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará e foi dividido em duas etapas, uma na Maternidade Escola onde tínhamos as enfermarias com mães em estágios finais de gravidez de risco e recém-paridas, e no Hospital Universitário, na enfermaria infantil onde nossa atuação concentrou-se na brinquedoteca espaço nitidamente designado para atuações terapêuticas. Na MEAC desenvolvemos um projeto que visava à prevenção de dificuldades de aprendizagem das futuras crianças ao tratar com as mães sobre assuntos como estimulação precoce e amamentação, mas que se estendeu também a propagação de informações e materiais sobre planejamento familiar e prevenção de DSTs e AIDS. A atividade foi concretizada através de métodos como palestras e oficinas, objetivando a aprendizagem e respaldando, portanto o caráter psicopedagógico deste trabalho.  Quanto a nossa atuação na ala infantil, foram atendidas crianças com idade entre 11 meses e 12 anos. O método que utilizamos neste trabalho foi o de oficina de brinquedos recicláveis onde levamos quatro projetos a serem executados pelas crianças, os quais possuíam níveis de dificuldade variáveis e trabalhavam a concentração e atenção através do envolvimento na produção dos brinquedos, a coordenação motora, pelos esforços que foram empreendidos na construção e, por fim, foram fontes de estímulo à autoestima, já que as crianças foram as autoras da produção dos brinquedos. Os resultados imediatos foram a mudança na receptividade aos tratamentos e dietas necessárias a recuperação da saúde das crianças o que nos faz concluir que além destas, alterações específicas da aprendizagem foram estimuladas através do trabalho envolvente abrangendo uma reestruturação do self da criança, que esquecida da dor e da distância de seu cotidiano, colabora para a liberação das endorfinas e produção da serotonina. A autonomia do fazer e de ter o controle deste fazer também são fatores influenciadores de seu sucesso ou insucesso escolar, logo encerramos satisfeitos de termos alcançado os resultados esperados e até mesmo nos surpreendido pela superação dos aprendizes, ratificando, portanto, a importância e necessidade da atuação psicopedagógica neste setor institucional.