Link do artigo do Sr. Aderbal (explicação, segundo o autor, sobre a lei rouanet e seu uso):
http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/05/para-ser-claro.html

 

 

Para ficar claro também, Sr. Aderbal Freire Filho:

 

a) Nós, povo brasileiro, não somos contra a cultura, e sim contra o que fizeram com ela. Desde escolhas ao que é chamado de arte/cultura exclusiva à um pequeno grupo, até falhas - para não dizer corrupção - na seleção dos projetos, beneficiando quase que exclusivamente projetos auto-sustentáveis de uma minoria, em desfavor da efetiva disseminação da cultura, como o apoio a projetos menores ou regionais, onde a população seja parte do projeto, e não apenas espectadora de shows e filmes diversos (claro, se pagar o ingresso);

 

b) Não achamos que artistas são vagabundos. Artistas são profissionais e pagadores de impostos como qualquer outro trabalhador brasileiro. E incentivo à cultura, assim como incentivo à ciência, inovação/desenvolvimento e outros setores é sim importante. Em discussão fica:

 

- Cadê a cultura? (se possível, nos explicar na prática);

- O que um governo formado por pessoas que pensam somente em seus próprios interesses, juntamente com um seleto grupo de artistas definem como cultura, toda uma nação deve ser imposta a aceitar?

- Show business é cultura?

 

Outra dúvida que gostaríamos de uma resposta, claro, se possível plausível, justa para TODOS e dotada de bom senso: Se aqui na vida real, profissionais diversos se viram [nos 30], numa luta árdua e de juros altos, para investir em seus projetos comercias e com isso, exercer suas profissões e/ou administrar seus negócios, por que artistas têm privilégios sobre outras profissões, se é o conjunto de TODAS as profissões que fazem um país? Como explicar que o MinC, na administração petista, através da lei rouanet vinha aprovando como fomento à cultura projetos partidariamente elitista, exclusivista em sua maior parte, e ignorava quase que totalmente a verdadeira disseminação de cultura entre as escolas, instituições e população como um todo. É justo incentivo público dado a produções comerciais auto-sustentáveis em detrimento de tantos e tantos museus fechados/em reforma ou a falta de ensino básico de dança, música ou teatro nas escolas?

 

A cultura não seria muito mais que apenas arte? E principalmente: não seria muito mais que apenas assistir espetáculos de arte? Mas ainda assim, um pequeno e privilegiado grupo de artistas e trabalhadores da "cultura", passa-nos a nítida impressão de que são os ministros, ou mais que isso, os únicos detentores de tudo o que pode ser chamado de cultura em nosso país, mesmo que contrariando sua definição no dicionário, o senso comum, e a diversidade livre e sem amarras, próprias da genuína arte.

 

Especificamente à lei rouanet, se a mesma é tida como necessária à cultura e seus desdobramentos benéficos ao país, por que não haver uma maior transparência na disposição dos recursos, tal como uma política justa de alocação do orçamento da pasta, como: x% p/ grandes produções como cinema e teatro, x% p/ projetos pequenos e artistas iniciantes, x% p/ museus e afins, x% para projetos culturais nas escolas, x% p/ arte regional que chegue mais perto (de verdade) da população mais carente, que não pode pagar por ingressos de teatro, muitas vezes, sequer de cinema.

 

Sobre sua explicação quanto a lei rouanet, alguns pontos não ficaram totalmente claros:

 

01) ítem 10: O senhor afima que o dinheiro é da iniciativa privada. Mas se o valor que a empresa repassa é descontado do seu imposto de renda, seria correto afirmar que o dinheiro é privado? Não seria dinheiro PÚBLICO repassado de forma indireta? Isso sem falar, que o dinheiro pode ser captado em empresas privadas e ESTATAIS, onde é sabido que as maiores patrocinadoras são as estatais, como CEF, BNDES e ... Petrobrás.

 

02) ítem 14: A opinião dos ferrenhos defensores da "cultura" é muito importante para nós. O que teriam a nos dizer por exemplo quanto aos tantos museus fechados/ em reforma (reforma PARADA) em todo país? Ou sobre o fato das crianças hoje em dia não terem mais excursões de escola p/ museus, planetários, treinamento e educação de transito da CET, etc... Onde está a cultura de fato e na prática? Não seria correto e sensato que os trabalhadores da "cultura" lutassem pela disseminação da genuína cultura em nosso país?

 

03) ítem 20: Toda profissão tem sua importância e os profissionais da cultura e entretenimento (a propósito, vemos muito mais entretenimento que cultura) não são diferentes. É certo que a arte nos alegra e pode nos ajudar a relaxar do corrido dia-a-dia, e após os rápidos momentos de lazer, voltemos a enfrentar nossa rotina quem sabe, com mais leveza, mas daí a julgar-se (como alguns artistas argumentam, ao defenderem a importância da "cultura") salvadores do bem estar e saúde públicos , como se tal prioridade fizesse algum sentido num país tão cheio de problemas como o Brasil... Ou como se apreciar uma apresentação artística fosse a única forma de nos divertirmos, ora por favor...

 

A lista de profissões importantes para uma civilização é imensa, mas vou citar as primeiras que me vieram à mente:

Engenheiro, arquiteto e pedreiro > Não fossem eles, não teríamos quem construísse o teto sobre nossas cabeças;

Professor > Creio que dispensa comentários;

Médico e profissionais da saúde > Cuidam mais a fundo do que ALGUNS profissionais da arte dizem que são os salvadores, de que mesmo? Ah sim, da nossa saúde;

Profissionais de TI > Sem eles, não teríamos softwares e processos automatizados que tanto ajudam a produtividade de empresas e profissionais diversos em qualquer setor da economia;

Dentistas > Dá pra fazer alguma coisa com dor de dente forte? Acho que nem mesmo assistir a um filminho, nessas horas, só o dentista mesmo pra nos ajudar. E se o cidadão não tiver dinheiro para pagar o dentista? Aí danou-se, assim como se não tiver dinheiro para o acesso ao que "andam chamando de cultura", fica sem "cultura" pois quem não tem dinheiro para pagar um dentista, não terá dinheiro para comprar ingresso de uma apresentação artística, que alguns artistas (felizmente, SOMENTE alguns) insistem em afirmar que é a própria encarnação da cultura e provedora do bem estar da população. Ai, ai... não sei se me sensibilizo com a falta de grana para curar uma dor de dente ou pela falta "dessa tão necessária cultura" na vida do cidadão exemplificado. Definitivamente, parece uma prioridade de difícil definição para alguns artistas não?

 

Grande parte das profissões são importantes para o bem estar geral da população, claro, com suas respectivas prioridades delimitadas, porém nem todas (ou a minoria) recebe incentivo aos seus projetos, e este é só um dos pontos que prova que o socialismo (ou um governo com essa tendência) não é justo, pois fere o princípio da igualdade de direitos e deveres. Não há justiça na punição (ou pouco caso) de alguns, em detrimento de outros, somente há justiça onde todos recebem as mesmas bases, como por exemplo: EDUCAÇÃO DE QUALIDADE e uma Economia Promissora, que seja capaz de ofertar empregos e oportunidades de negócios para todos E A PARTIR DAÍ... Cada um lute por aquilo que gosta ou deseja alcançar. O médico e dentista por exemplo (e vários outros, citei esses dois, já que estamos falando de profissões imprescindíveis, e quanto a essas duas, acredito que há total consenso), que querem abrir seus consultórios, devem pegar empréstimo no banco e posteriormente pagar o empréstimo + juros com os seus rendimentos (atendendo seus clientes). E essa é a realidade da esmagadora maioria de profissionais do nosso país.

 

Na história e na atualidade temos inúmeros exemplos reais e fundamentados de que um governo socialista (ou com viés socialista) entrega exatamente o contrário do que tanto defende em palavras. O povo como um todo (trabalhadores, empregadores, empreendedores) é quem produz riqueza, e não o estado, logo, temos o dever de pensar sobre o que é bom, como também o que atende a toda população de forma mais harmônica e justa possível para TODO O PAÍS. As divisões separam as pessoas, já as junções, não somente somam como também multiplicam e produzem paz entre os diferentes grupos participantes de um todo. Um governo que devolva ao seu povo, de maneira honesta e correta, os impostos pagos, minimamente: Uma base igualitária para TODOS (educação real e de qualidade, economia promissora com ampla oferta de empregos, salários dignos a todas as profissões) não poderia ser suficiente para todo e qualquer cidadão viver dignamente? O cenário Menos Estado, mais Mercado é o ponto de partida para a verdadeira liberdade e igualdade de direitos e deveres de um povo, e de quebra a corrupção é drasticamente reduzida. Qual será o motivo (ou motivos) que muitos de nós ainda não consigamos enxergar que o melhor que podemos fazer por nós mesmos, nossos filhos e netos é NOS UNIR!  (TODOS)! E juntos exigirmos que os políticos façam efetivamente seu trabalho (os pagamos muitíssimo bem para isso, aliás seus salários e qualificações também deveriam entrar em pauta) e que o discurso fake de isonomia, que deixa cada vez mais claro que o que ocorre de fato é uma "maquiagem" para os mais pobres e grandes favores/desvios à elite-companheira, que é a primeira a pregar o discurso, mas NÃO VIVE O DISCURSO. E infelizmente, com um modelo político onde o estado prevaleça mais e mais sobre o mercado, essa prática não irá mudar, pois é esta fórmula que sustenta tal ideologia. E na contrapartida, a esmagadora maioria da população, tanto empregados quanto empregadores, fica a mercê dos resultados desastrosos do infeliz casamento entre a 'corrupção na prática' com 'utópicas melhorias na teoria'.

 

Para finalizar, o artista ou pessoa pública que não enxerga (ou prefira não enxergar) que a educação básica nesse país é uma afronta, e que sem ela pode até existir show business, mas mata-se aos poucos a genuína cultura, desculpe-nos, mas nós brasileiros trabalhadores e defensores da VERDADEIRA liberdade e igualdade de direitos e deveres: NÃO reconhecemos como profissional da cultura e NÃO nos representa.

 

Nota: Na frase "NÃO reconhecemos como profissional da cultura e NÃO nos representa" fora utilizado propositalmente alguns conhecidos e peculiares termos para facilitar o entendimento entre pessoas que têm o costume de expor "argumentos" por meio de mantras, palavras de ordem, inverdades e por vezes, imposições e/ou cuspes. Felizmente e para o bem de toda a nação, tais pessoas estão cada vez mais se tornando raras e reduzindo-se a uma minoria. O Brasil e o brasileiro... agradecem.

 

No mais, é sempre válido relembrar, definição de cultura, segundo o dicionário:

"Todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro."