Com o avanço do racionalismo cientificista, o maravilhoso dos contos de fadas começa a perder espaço, uma vez que o conhecimento objetivo e exato não aceita a fantasia, o sobrenatural.

Em 1856, a Condessa de Ségur lança na França Novos Contos de Fadas e tenta misturar o maravilhoso dos contos de fadas tradicionais arcaico com o racionalismo moderno, porém não obtém sucesso com a tal fusão e seu primeiro livro fracassa.

As novas diretrizes do ensino recusam o sobrenatural, o maravilhoso dos contos de fadas tradicionais. A preocupação com a escola para todos e as reformas pedagógicas insistem na obrigatoriedade da alfabetização. Não era conveniente à burguesia os contos de fadas maravilhosos, mas sim, passar às crianças os interesses burgueses.

Uma literatura que preocupava-se com o realismo, sua intenção era expressar a vida realmente vivida pelos homens em sociedade. Num primeiro momento, a literatura resulta de uma fusão entre o real e a invenção do maravilhoso, mas com o avanço do racionalismo cientificista, os contos de fadas e as narrativas maravilhosas passam a ser vistos como "histórias para crianças".

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, foi escrito para crianças e introduziu o maravilhoso na própria realidade cotidiana. A fusão do maravilhoso e do real foi feita de uma maneira que seria impossível separar o que era fantasia, para Alice, ou o verdadeiro real. Carroll rompe a cadeia de livros moralizantes, que até então, estavam sendo escritos. E. seguindo a linha dos novos contos de fadas, temos além de Lewis Carroll, Júlio Verne, Collodi, com o Pinóquio, entre outros, que passaram a escrever literatura infantil, fazendo a fusão entre maravilhoso e real.