Conto: O Prédio da rua 13

Esse conto se passa na rua 13 na cidade de Três Primaveras, subúrbio do Rio de Janeiro em 2023. E lá vai.......

O prédio da rua 13 era totalmente assombrado, de manhazinha, podia-se ouvir sussurros das janelas lá da rua, uivos de cachorros, portas rangendo, era um misto de barulho e silêncio apavorante. À noite, a noite era bem pior, os gatos pulavam de janela em janelas, causando um barulho de vidro quebrado. Dizia-se que há muitos anos, moravam neste prédio uma família de turcos, que eram muitos sovinas e ranzinzas, essas gentes era odiada pelo bairro e ninguém gostava de ter contato com eles. Todos falavam mal do Senhor e Senhora Kfiros, mas isso não é o “xis” da questão, conta-se que numa sexta-feira 13, um parente distante veio na surdina da noite e assassinaram toda a família, não deixaram vivos nem o gato e o cachorrinho das crianças para contarem a história. Foi um terror local, não há uma alma viva que não passa em frente ao prédio e não faz o sinal da cruz. Mas, a criançada, não se rende ao medo, fazem piadas e até apostas para ver quem tem coragem de entrar no prédio assombrado e ficar pelo menos um minuto lá dentro. E assim, começa a história......

No dia 24 de setembro de 2023, Debora ,  menina de olhos grandes e cabelo de molinha, brincava na rua 13 com outras crianças de sua idade, tudo normal, se não fosse por uma coisa que aconteceu sem ninguém notar, as crianças brincavam de pique-esconde e por volta das 15horas, os pais chamavam todas as crianças para voltarem para suas casas. A rua ficava deserta, ninguém por lá transitava ou arriscava ficar na rua quando a mãe gritava pela ultima vez o seu nome.  De repente, alguém no meio da rua grita ansiosa um nome, Deboraaaaaaaaá, Debororaaaaaá!!!!!!!! Ninguém responde, onde está essa menina meu Deus do céu!!!!!!!!!!!!!!

Nas janelas dos outros prédios, os vizinhos nervosos perguntam que gritaria era aquela, a mãe da pequena, quase sem folego, fala a Débora não voltou para a casa. Logo, uma multidão sai para as ruas, ajudando a busca da pequena Débora, que não responde ao chamado de ninguém. Que desespero!!! Quase meia-noite e nada da menina aparecer, a polícia é chamada e todos estão preocupados com o sumiço da menina. Todo o quarteirão é vasculhado, praças, parques, até o prédio assombrado e nada. Não encontraram nada!!! Horas, dias, meses e um ano. A família não perde a fé em um dia reencontrar a filha com vida. A TV local deu total cobertura do desaparecimento durante as buscas e de vez em quando fala sobre o acontecimento nos seus noticiários.

Débora sumiu da face da terra, era uma chamada de um jornal amarelado que a mãe de Débora guarda no seu armário da cômoda da sala. Hora e outra, olha a foto e reza, balbuciando algo sobre, onde você está, minha filhinha. A família tem esperança e segue na sua dor.

Um belo dia, numa sexta-feira, 13 de setembro de 2025, Débora aparece do nada no quintal de sua casa, com as mãos tampando os olhinhos e contado: 1,2,3, 4,5 e diz: já posso correr? Parece que ela estava parada no mesmo instante do dia do seu desaparecimento, como se nada tivesse acontecido. Situação bizarra e estranha.  Dona Carla, não entendia nada do que acontecia, só estava feliz por ter sua filhinha de volta, houve um tumulto em torno da menina, perguntas foram feitas sobre onde ela estava, a polícia fez perguntas capciosas aos pais sobre a menina, foi um verdadeiro caos. A menina não entendia nada, não se importava com a multidão em torno dela e da casa, só queria brincar e correr pela casa, como fazia, normalmente. Afinal, ela só tinha 7 aninhos. Tudo estaria igual para ela se não fosse a escola, a sala de aula e a nova professora. Afinal, tinha se passado um ano, e ela perdeu todo ano letivo. Ela ficou confusa no início, mas depois conformou com os novos coleguinhas.

Novamente, o tempo foi passando, mais um novo ano chegou, o tempo foi ficando cada vez mais rápido. As pessoas evitavam conversar sobre o fato e assim a vida daquela família mudou e se transformou muito rápido, muitas pessoas que eram amigas da família, não queriam mais conversar com eles. O tempo foi passando, a família mudou de cidade e nunca mais ninguém comentou com eles o ocorrido. A cidade comentava maldosamente sobre abdução e até sequestro, ora falavam que o prédio a engoliu e devolveu, era muito difícil para a família continuar naquela cidade, O fato é que é um mistério para todos o que poderia ter acontecido com aquela família e o que havia acontecido com a pequena Débora.  Só Deus sabe o que aconteceu. Somente os habitantes antigos que sabem desta história, quando alguém de foram ou algum novo morador pergunta se a cidade ou o bairro é tranquilo, apenas os antigos oradores se olham e respondem: Ôh!!!!