ORGULHO E PRECONCEITO

Lucilene Maciel de O. Vidal¹

Pontifícia Universidade Católica Goiás (PUC_GO)

Profº Drº Divino José Pinto

A obra-prima de Jane Austen vem primeiro através da Literatura, o livro Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), considerado como “mais leve, luminoso e cintilante” segundo palavras da própria autora, traz a historia de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, e se passa na Inglaterra no ano de 1797. O livro foi publicado pela primeira vez em 1813, época em que a mulher era preparada apenas para ser esposa, com diversas habilidades e submissa ao seu marido. Lizzy, como é chamada Elizabeth, com 20 anos demonstra ter habilidades avançadas para sua época e essas não agradaria a um homem. Com sua mente e língua ágil contraria o ponto de vista dos aristocratas que viviam no século em questão e sabia desenvolver questões como educação, cultura, moralidade e matrimonio com qualquer um. O outro personagem Mr. Darcy, um típico aristocrata inglês, rico, charmoso, e muito orgulhoso a ponto de achar que ninguém era suficiente bom para ele. Em meio a essa historia também tem a irmã mais velha Jane que se apaixona pelo Mr. Collins e a irmã caçula Lydia que foge com um soldado inescrupuloso Mr. Wickham, esses personagens e outros exploram os temas principais e constantes temas desse romance: riqueza, casamento, moral, educação, orgulho e preconceito.

A Literatura tem como objetivo fazer o leitor viajar e construir suas próprias imagens e interpretações do que sente ao ler. E na época, em que esse livro foi escrito, essa arte era levada a sério com o objetivo de fornecer uma moral social de conduta.

[...] É sobretudo a critica marxista que vincula literatura e ideologia. A Literatura serve para produzir um consenso social; ela acompanha, depois substitui a religião como ópio do povo. (...) à literatura seria atribuída, ainda que provisoriamente, e graças ao estudo literário, a tarefa de fornecer uma moral social. Num mundo cada vez mais materialista ou anarquista, a literatura aparecia como a ultima fortaleza contra a barbárie, o ponto fixo do final do século XIX: chega-se assim, a partir da perspectiva de função, à definição canônica de literatura (COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: UFMG, 2003)

Então, surge o cinema, que é definido pelo dicionário Aurélio como o conjunto de métodos e processos empregados para registrar e projetar fotograficamente cenas animadas ou em movimento, e que apesar de ser um tipo diferente de arte está intrinsecamente relacionada com a literatura e assim vem à adaptação que dá vida a obra de Jane Austen.

1_ Bolsista FAPEG.

O filme Orgulho e Preconceito já teve várias versões, no entanto a versão que foi lançada no dia 10 de fevereiro de 2006, na direção de Joe Wright, com Keira Knightley no papel de Elizabeth Bennet (Lizzy) e Matthew Macfadyen no papel de Mr. Darcy.

As duas obras tratam do mesmo assunto, o mundo feminino, com todas as suas peculiaridades. O roteiro é uma historia contada em imagens, diálogos e descrições, ou seja, é uma cópia quase fiel do livro. A argumentação é seguida como a obra literária, caracterizada pela sociedade rural georgiana, de uma família que vive em Kent na Inglaterra.

A fotografia do filme é impressionante, uma obra de arte a parte, a combinação da captação dos lugares com as luzes traz qualidade ao trabalho do fotógrafo. E o que chama a atenção é que o filme começa e termina com uma cena do amanhecer.

As músicas combinam com o cenário e os personagens e fazem o efeito de tempo e espaços necessários. O filme inicia com a Elizabeth chegando a sua casa, lendo um livro e ao fundo o som de um piano, instrumento que as mulheres da época deveriam saber tocar; um outro exemplo é a cena do balanço e a do quarto, em ambos os momentos Lizzy vê o tempo passando com uma música ao fundo dando uma sensação espantosa de adequação e realidade aos fatos.

A dança é uma história de romance entre música e atores dando vida a obra de Jane Austen. Os bailes tem muita música, dança, diversão e neste momento as moças podem dançar com os rapazes sem medo de serem julgadas.

A arquitetura das casas que aparecem no filme é de espantosa grandiosidade, com características de equilíbrio e despretensioso bom gosto, elegância e com inspirações no Renascimento Italiano e antiga Roma, estilo que inicia a eliminar o Barroco. As casas eram grandes, com luz natural e fácil acesso e marcação de espaço. As construções visavam o público e não o individual.

As escrituras tinham um lugar especial na casa do Mr. Darcy, ficavam numa galeria. Eles eram em tamanho real. As pinturas são outras obras de artes que são apresentadas no cinema e no livro e que não conseguimos sentir com a mesma proporção e grandiosidade que essa linguagem traz.

   

Bibliografia

Austen, Jane Orgulho e Preconceito

Filme Orgulho e Preconceito