I- O início

Durante os últimos meses da segunda grande guerra, na parte oriental, as tropas soviéticas já se encontravam às margens do Rio Oder, estavam fazendo os últimos acertos para o assalto final a Berlim.

Nesse contexto que os aliados realizaram outra importante reunião para decidir o destino da Europa e do mundo do pós-guerra. Iniciava-se a Conferência de Yalta, no balneário soviético localizado na Criméia, às margens do mar Negro, em território recém-libertado.

Em fevereiro de 1945, reuniram-se Winston Churchill (1874-1965)[1], Josef Stalin (1878-1953)[2] e Franklin Delano Roosevelt (1882-1945)[3], já bastante doente. Na pauta da reunião havia quatro principais pontos de discussão: a formação das Nações Unidas, a questão Alemanha, o Leste Europeu e o Extremo Oriente, era uma previa para a conferencia de Potsdam.

Meses depois a guerra na Europa já havia acabado. A Alemanha, havia se rendido incondicionalmente. Os membros do último governo do Reich, encabeçado pelo almirante Karl Dönitz, foram presos. Juntamente com outros líderes nazistas, o almirante respondeu por crimes de guerra e contra a humanidade perante o Tribunal de Nuremberg, instaurado pelos Aliados.

O novo presidente dos Estados Unidos, Harry Truman[4] (1884-1972), juntamente com Churchill e Stalin que chegou à conferência com um dia de atraso, justificando-se com "assuntos oficiais" que requeriam a sua atenção, embora seja possível que, na realidade, Stalin tenha tido problemas cardiovasculares,[5]chegaram a uma cidade que praticamente havia sido varrida do mapa. O cheiro de corpos calcinados era, segundo testemunhas, sentido por toda a parte, nesse ambiente se traçaram as diretrizes para um novo mundo mais pacífico. Contudo, os resultados não foram bem os esperados, delineou-se a arquitetura de um mundo dividido e ameaçador, que seria o cenário da Guerra Fria. E novamente tudo começava em solo alemão, para ser mais preciso, na cidade de Potsdam, cidade que não muito tempo atrás lideranças alemãs se reuniam para definir os rumos da guerra que travavam contra os aliados.

O sucessor de Roosevelt tendia a desconfiar dos comunistas soviéticos. O tratamento dispensado por Truman a Stalin foi sempre mais duro, se comparado ao de Roosevelt. Nessa conferência, o presidente americano comunicou a Stalin que os Estados Unidos possuíam nova e poderosa arma, e que pretendia utilizá-la contra o Japão. Hoje sabemos que nem os próprios estadunidenses tinham idéia do poder de destruição da bomba atômica, que flagelaram as cidades japonesas de Hiroshima em 6 de agosto e em Nagasaki 9 de agosto de 1945, mas sabemos que nenhum dos pilotos do Enola Gay[6], foi a julgamento por crimes contra a humanidade, essas são algumas vantagens de ganhar uma guerra.

Em Postdam os americanos mudavam, paulatinamente, sua visão sobre o que fazer com a Alemanha derrotada. Inicialmente, pensavam em transformá-la num país sem indústria, mas Truman e seus assessores sabiam que uma Alemanha industrializada era importante para um mundo ocidental industrializado e para a manutenção da economia capitalista.

Stalin apresentava uma posição quase que oposta. Queria que a Alemanha pagasse a destruição provocada e só então apoiaria uma reconstrução germânica.No subtexto das discussões apareciam claramente as divergências entre duas concepções de mundo.

Em questões aparentemente menores, afloravam as divergências. Quando Truman propôs que o Rio Danúbio fosse internacionalizado, o que afetava os interesses da União Soviética no mar Negro, Stalin exclamou, já queideia era assim tão boa, porque não internacionalizar o canal do Panamá e o canal de Suez. O mar Negro, onde desemboca o Danúbio, era reivindicado pela União Soviética como sua área de influência.

No entanto, de uma forma ou de outra, os antagonismos tinham de ser resolvidos. E, preferencialmente, de forma pacifica. Daí a proposta da formação de organismos internacionais. Pensava-se no estabelecimento de uma paz duradoura para compensar os anos de sofrimento e horror que a humanidade havia passados nos 2.194 dias de guerra.

O organismo pensado para coordenar as diretrizes para a manutenção da paz foi a ONU (Organização das Nações Unidas). A formalização da ONU deu-se na Conferência de São Francisco, em junho de 1945. Roosevelt, um dosseus grandes arquitetos, havia morrido meses antes.

Apesar desses esforços uma ruptura configurou-se claramente em 1947, quando ocorreram conflitos na Grécia, onde os comunistas estavam próximos de tomar o poder. A Grã-Bretanha informou aos Estados Unidos que não podia mais dar apoio ao governo conservador grego na luta contra as forças de esquerda. De certa forma, os britânicos estavam pedindo ajuda para conservar o Mediterrâneo oriental sob a influência do Ocidente. A resposta dos Estados Unidos foi rápida.

Em março de 1947, Harry Truman dirigiu-se ao Congresso americano e proclamou a doutrina que seria batizada com seu nome: "A política dos Estados Unidos deverá ser de apoio total aos povos livres que lutam e resistem às tentativas de submissão de povos, pela força das armas ou não..." Era a Guerra Fria que se anunciava...

II- Capítulos da Guerra Fria

A Guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a paz, impossível. Com essa frase, o pensador Raymond Aron[7] definiu o período em que a opinião pública mundial acompanhou o conturbado relacionamento entre os Estados Unidos e a União Soviética.

A paz era impossível porque os interesses de capitalistas e de comunistas eram inconciliáveis por natureza. E a guerra era improvável porque o poder de destruição das superpotências era tão grande que um confronto generalizado seria, com certeza, o último, a situação se caracterizava como o equilíbrio do terror.

Não existe um consenso sobre a data exata do início da Guerra Fria. Para alguns estudiosos, o marco simbólico foi à explosão nuclear sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Outros acreditam que seu início data de fevereiro de 1947. Data em que o presidente norte-americano Harry Truman lançou no Congresso dos Estados Unidos a Doutrina Truman, que previa uma luta sem tréguas contra a expansão comunista no mundo.

E há também estudiosos que lembram a divisão da Alemanha em dois Estados, em outubro de 1949. O surgimento da Alemanha Oriental, socialista, estimulou a criação de alianças militares dos dois lados, tornando oficial a divisão da Europa em dois blocos antagônicos. Poderia ser esse o marco inicial da Guerra Fria.

Não há consenso também sobre quando terminou a Guerra Fria. Alguns historiadores acreditam que foi em novembro de 1989, com a queda do Muro de Berlim, um dos grandes símbolos do período de tensão entre as superpotências. Nessa mesma perspectiva, o marco final da Guerra Fria poderia ser a própria dissolução da União Soviética, em dezembro de 1991, num processo que deu origem à Comunidade dos Estados Independentes. E outra corrente de analistas, ainda, considera que o período terminou não em dezembro, mas em fevereiro de 1991, quando os Estados Unidos saíram da Guerra do Golfo como a maior superpotência de uma nova Ordem Mundial.

Vários foram os episódios da guerra fria, podemos destacar a Guerra da Coréia que se travou entre 25 de Junho de 1950 e 27 de Julho de 1953, em 1950, cinco anos e meio depois de derrotar a Alemanha, os Estados Unidos e a União Soviética, ex-aliados, entram em conflito pelo controle da Coréia, uma nova zona de influência comercial e territorial, arriscando provocar uma nova guerra com proporções mundiais.

No período de 1954 e 1960 a maioria dos países africanos e asiáticos
conquistou a independência nacional soma equivalente há 1/4 da população do planeta. Depois da independência muitos desses países entraram em sangrenta guerra civil.

O episódio conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba, em Outubro de 1962, foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria. A crise começou quando os soviéticos, em resposta a instalação de mísseis nucleares na Turquia em 1961 e à invasão de Cuba pelos Estados Unidos no mesmo ano, instalam mísseis nucleares em Cuba. Em 14 de Outubro, os Estados Unidos divulgaram fotos de um vôo secreto realizado sobre Cuba com fotos de cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares. Houve tensão mundial, pois uma possível guerra nuclear parecia próxima pela primeira vez.

A Guerra do Vietnã foi um conflito armado entre 1958 (com a invasão de Laos pelo Vietnã do Norte) e 1975 no Vietnã do Sul e nas zonas fronteiriças do Camboja e do Laos, e bombardeios sobre o Vietnã do Norte.

As hostilidades originaram-se com a intromissão dos EUA na política interna do Vietnã. Conforme definido pela Convenção de Genebra, os vietnamitas teriam direito a eleições livres para escolher seus governantes.

O maior temor dos Estados Unidos não era apenas a possibilidade de o Vietnã cair nas mãos dos comunistas, e sim o chamado "efeito dominó", isto é, que outros países vizinhos tentassem seguir o exemplo da insubordinação vietnamita, então promoveram um banho de sangue e bombas em território vietnamita. A guerra fria transformou o globo em um tabuleiro de xadrez, de leste a oeste sofreram de alguma forma com esse jogo de interesses.

Na Alemanha como em toda a Europa depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as fronteiras foram completamente reestruturadas. A Alemanha e a sua capital Berlim foram divididas em quatro zonas de ocupação pelas quatro potências vencedoras da Guerra, União Soviética, os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha e a França.

As zonas de ocupação americana e britânica uniram-se a partir de 1947, juntando-se a elas a francesa em 1948. Mais tarde estas três zonas de ocupação formaram a República Federal da Alemanha (RFA).

Em 1949 fundou-se a República Democrática Alemã (RDA) na zona de ocupação soviética. Com isso realizou-se a divisão da Alemanha.

A RDA construiu pela primeira vez na História um estado com uma estrutura socialista em solo alemão. Criminosos de guerra e o quadro dirigente da Alemanha fascista, mas também latifundiários e magnatas industriais foram desapropriados. Realizou-se uma reforma agrária.

Mas talvez o grande representante dessa época seja o muro de Berlin que trataremos com mais afinco a partir desse momento.

III- Sangue, arame e cimento.

Conta Jorge Luis Borges, um dos grandes poetas argentinos, que o homem que ordenou a edificação da Grande Muralha da China, o imperador Shih Huang Ti, foi o mesmo que determinou que fossem queimados todos os livros anteriores a ele.

Com a queima dos livros do passado, pretendia o imperador nada menos do que a abolição da História. Com a construção da infinda muralha, procurava Shih Huang Ti proteger o seu império dos bárbaros do Norte, garantindo o futuro daquelas terras, para que a China, assim defendida do seu passado e do seu futuro, permanecesse imutável por séculos e séculos.

De qualquer modo, há um traço comum a todos os muros que se erigem, na China, na Alemanha, no Médio Oriente ou na fronteira do Sul dos Estados Unidos. Os muros visam criar uma barreira ao contato entre seres humanos.

Se as muralhas da China ou de Adriano foram erigidas para proteger impérios dos povos bárbaros do Norte, o Muro de Berlim não foi construído para evitar a invasão dos ocidentais. Foi edificado para evitar a hemorragia dos povos do Leste, ou seja, para proteger os alemães da RDA deles próprios.

O Muro de Berlim (Berlim Mauer em alemão) foi a realidade e símbolo da divisão da Alemanha em duasentidades estatais, a República Federal da Alemanha (RFA) e a RepúblicaDemocrática Alemã (RDA), além de dividir a cidade de Berlim ao meio,simbolizava a divisão do mundo em dois blocos antagônicos.

Nas semanas que se seguiram à construção do Muro de Berlim, a Guerra Fria atingiu um dos seus momentos mais dramáticos. A tensão entre os EUA e a União Soviética podia ser vista claramente no posto de controle da rua Friedrich, o chamado Checkpoint Charlie, no centro de Berlim, tanques americanos e soviéticos permaneceram durante dias, frente a frente, à espera de um comando de ação militar.

No dia 12 de agosto, o Conselho de Ministros da RDA decidiu cercar as fronteiras com a República Federal da Alemanha, "para impedir a atividade inimiga das forças revanchistas e militares".

Talvez quem ardesse o maior desejo de uma muralha de pedra e concreto armado era o chefe de Estado da República Democrática Alemã (RDA) Walter Ulbricht. Ele precisava dela para impedir o êxodo de milhares de pessoas para o outro Estado alemão a República Federal da Alemanha. Na calada da noite Ulbricht encarregou Erich Honecker, então secretário do Conselho Nacional de Defesa, de cercar a fronteira. À 1h05 da noite de 13 de agosto, apagou-se a iluminação de Rua no Portão de Brandemburgo[8], o cartão de visita da cidade.

Cerca de 20 mil policiais da Guarda de Fronteira, soldados, funcionários do Stasi, o poderoso serviço secreto e de segurança da RDA, além de milícias de trabalhadores, avançaram rumo à demarcação do setor ocidental, demoliram-se os prédios localizados na linha divisória, construindo uma muralha e um campo minado em seu lugar.Cercas de arame farpado e blocos de concreto armado foram instalados. Onde isso ainda não era possível, tanques bloquearam a passagem.Durante esses trabalhos, soldados foram alinhados e tinham ordens de atirar em todos os que tentassem atravessar.

A cerca ao longo dos três setores ocidentais de Berlim dividiu ruas, cemitérios, linhas de bonde e trens, propriedades e famílias. Da noite para o dia Berlim era uma cidade cercada. Dos 81 postos fronteiriços em Berlim, 69 foram fechados nessa mesma noite e outros cinco tiveram igual destino nos dias seguintes.

Restaram sete, a partir de então utilizados para o tráfego de mercadorias e a entrada de pessoas que visitavam a Alemanha Oriental. Sua população não podia mais sair. Posteriormente, estabeleceu-se um rigoroso sistema de autorização de viagens ao Ocidente, que continuaram sendo um sonho para a grande maioria dos alemães orientais.

A principio tratava-se de uma cortina de arame farpado, no entanto foi rapidamente substituída por placas de concreto, e foi sendo regularmente melhorado. Em junho de 1962 começou as obras de uma segunda linha, paralela à primeira. Uma nova geração do muro teve início em 1975, com 3,6 metros de altura e custo estimado em 16 milhões de marcos alemães orientais.

Partes do Muro de Berlim tinham o aspecto de uma verdadeira fortaleza protegido por cercas de ferro, alarmes, barreiras antiveículos, arame farpado, cerca de 300 postos de vigilância e observação e 30 bunkers[9], mantidos pelos Volkspolizei, como eram conhecidos os policiais do leste alemão, e dele faziam parte 66,5 kmde gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicaseletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.

Além da muralha, uma terra de ninguém com campo minado e cerca de arame farpado impedia o acesso ao Muro, no lado oriental.

A construção do muro provocou indignação no Ocidente. Na República Federal da Alemanha, contudo, não faltaram apelos à razão e à moderação. Numa primeira reação, o então chanceler federal Konrad Adenauer referiu-se a "uma situação muito séria" e "uma violação flagrante do tratado das quatro potências aliadas".

Ao mesmo tempo, ele conclamou a "encarar com serenidade o desafio do bloco oriental" e confiar nos Aliados. Bem mais enérgica foi à reação de Willy Brandt, então prefeito de Berlim Ocidental, para quem o cerco significava "que em plena Berlim se levanta o paredão de um campo de concentração".

No entanto, os Aliados não viram necessidade de adotar medidas imediatas, considerando que o Muro não se voltava contra as potências aliadas e sim, em primeira linha, contra a população de Berlim Oriental e da RDA, como expressou em uma nota, o Secretário de Estado norte-americano Dean Rusk, no mesmo 13 de agosto, após indicar que faria "um protesto enérgico junto aos canais competentes".

Consta que o presidente norte-americano John F. Kennedy[10] (1917-1963) teria reagido com certo alívio à notícia. "Não é um solução muito agradável, mas um muro é muito melhor do que uma guerra", não é para menos, já que em torno de 2,5 milhões de alemães orientais passaram para o lado ocidental, entre 1949 e 1961, isso provocaria grandes transtornos para o lado capitalista que não iria conseguir absorver tantas pessoas.

O símbolo arquitetônico de Berlim, o Portão de Brandemburgo, ficou inteiramente isolado com a construção do Muro. O acesso a ele só era possível a partir do lado oriental da cidade, ficando reservado às autoridades policiais, militares e aos próceres do regime comunista. Hoje, a área circunvizinha do Portão de Brandemburgo é novamente uma das mais movimentadas e freqüentadas da capital alemã.

A muralha edificada em Agosto de 1961 não dividiu dois estados, não fraturou uma cidade nem sequer separou dois regimes ou sistemas políticos. O Muro apartou famílias, estilhaçou vidas, destruiu trajetórias pessoais, penetrou nos pormenores mais ínfimos do quotidiano de gerações inteiras.

IV- Fugindo do gigante de concreto.

Com a construção do Muro, o código penal da RDA ficou mais severo para garantir a fronteira. A tentativa de fuga passou a ser crime. Os desertores eram considerados "traidores da pátria". No primeiro semestre de 1961, foi aberto inquérito contra 4400 pessoas que tentaram cruzar a fronteira. Seis meses depois, 18.300 foram condenadas por tentativa de fuga e passaram anos nas prisões.

Apesar do risco de morte, muitos cidadãos da RDA não desistiram de escapar para o Ocidente.

O Muro provocou a morte de 136 pessoas segundo pesquisas recentes, e milhares ficaramferidas e aprisionadas nas diversas tentativas de atravessá-lo.

Cenas espetaculares de fuga acompanharam o Muro de Berlim em toda a sua história. Algumas com final feliz, outras com um desfecho trágico. A primeira vítima fatal foi Peter Fechter, em 17 de agosto de 1962, atingido pelos disparos da guarda de fronteiras da RDA, os policiais da fronteira de Berlim Ocidental presenciaram sem poder prestar socorro ao jovem que se esvaía em sangue Fechter agonizou durante 50 minutos na chamada terra de ninguém,. falecendo, pouco tempo depois foi recolhido pela polícia alemã oriental.

No final de 1963, um grupo reunido pelo ator Wolfgang Fuchs, iniciou a construção de um túnel sob o Muro de Berlim. Durante dez meses foi escavado um subterrâneo de 145 metros de extensão, 80 centímetros de altura e numa profundidade de até 12 metros. Nos dias 3 e 4 de outubro de 1964, um total de 57 pessoas pôde fugir da RDA, antes que a polícia descobrisse e fechasse o túnel, no dia seguinte.

Sempre houve quem tentasse fugir atravessando o Muro das mais variadas formas: através de túneis, carros, barcos, aviões ou simplesmente com escadas. Casos curiosos ilustram o que foi a vida na fronteira, em cinco de outubro de 1964 um grupo de 57 pessoas incluindo crianças rastejaram por mais de 150 metros em um túnel ligando a Strelitzer Strasse e Bernauer Strasse em Wedding. Na fuga, um soldado foi morto a tiros. Entre os que ajudaram a organizar a fuga, estava Reinhard Furrer, que mais tarde se tornou astronauta. Em oito de março de 1989, oito meses antes da abertura da fronteira Winfried Freudenberg, de 32 anos, foi o último para quem transpor o Muro foi fatal. Ele morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf.

V- Segmentos Culturais da Guerra Fria

A Guerra Fria se manifestou em todos os setores da vida e da cultura, representando a oposição entre dois ideais de felicidade: o ideal socialista e o ideal capitalista. Os socialistas idealizavam uma sociedade igualitária. O Estado era o dono dos bancos, das fábricas, do sistema de crédito e das terras, e era ele, o Estado, que deveria distribuir riquezas e garantir uma vida decente a todos os cidadãos. Para os capitalistas, o raciocínio era inverso. A felicidade individual era o principal. O Estado justo era aquele que garantia a cada indivíduo as condições de procurar livremente o seu lucro e construir uma vida feliz.

A solução dos problemas sociais vinha depois, estava em segundo plano. É por isso que a implantação de um dos dois sistemas, em termos mundiais, só seria viável mediante o desaparecimento do outro. Nenhum país poderia ser ao mesmo tempo, capitalista e comunista. Esta constatação deu origem ao maior instrumento ideológico da Guerra Fria: a propaganda.

Durante a guerra fria o mundo foi bombardeado com imagens que tentavam mostrar a superioridade do modo de vida de cada sistema. Para ridicularizar o inimigo, os dois lados utilizavam muito a força das caricaturas e da propaganda.

No mundo ocidental, os capitalistas procuravam mostrar que do seu lado a vida era brilhante. As facilidades tecnológicas estavam ao alcance de todos. Os cidadãos comuns possuíam carros e bens de consumo, tinham liberdade de opinião e de ir e vir. Segundo a propaganda ocidental, a vida no lado socialista, retratada em diversos filmes de Hollywood, (importante ferramenta ideológica), era triste e sem brilho, controlada pela polícia política e pelo Partido Comunista.

No mundo socialista, as imagens mostravam exatamente o contrário. A vida no socialismo era alegre e tranqüila. Os trabalhadores não precisavam se preocupar com emprego, educação e moradia. Tudo era garantido pelo Estado. A cada dia, as novas conquistas tecnológicas, especialmente na área militar e espacial, mostravam a superioridade do socialismo. A propaganda socialista mostrava, ainda, o mundo ocidental como decadente e individualista, onde o capitalismo garantia, para alguns, uma vida confortável. E para a maioria, uma situação de miséria, privações e desemprego.

Foi durante a Guerra Fria que uma nova onda de super-heróis surgiu nos gibis norte-americanos, especialmente nos da Marvel Comics (hoje a maior editora de quadrinhos do mundo). Heróis como o lendário Capitão America. O primeiro gibi do Capitão América, por exemplo, foi publicado em março de 1941, mesmo ano do ataque[11] a Pearl Harbor[12].

O Capitão América não foi o primeiro super-herói dos gibis norte-americanos (o Super-Homem já havia aparecido em 1938), mas ele foi um dos primeiros a trazer histórias mais engajadas na luta contra o nazismo e inspirou inúmeras imitações.

Criado pela dupla de desenhistas Jack Kirby e Joe Simon, o Capitão América tinha como seu principal inimigo o Caveira Vermelha, um supervilão nazista. No entanto, na aparência, o Capitão América era muito mais parecido com o ideal de "raça pura" dos nazistas do que o Caveira Vermelha: era alto, forte, tinha olhos azuis e, por debaixo da máscara, o seus cabelos eram loiros, ou seja, o padrão de beleza nórdica que Hitler tanto admirava. A figura do Capitão America foi muito utilizada durante a Segunda Grande Guerra.

Embora sejam fictícias e tenham sido criados apenas para entretenimento, seus criadores se inspiraram na época que viviam. O primeiro gibi do Quarteto Fantástico foi publicado em novembro de 1961, ou seja, poucos meses depois de o cosmonauta soviético Yuri Gagarin ter-se tornado o primeiro ser humano a viajar para o espaço, quase uma década antes de o astronauta norte-americano Neil Armstrong ter sido o primeiro homem a pisar na Lua. Assim, o Quarteto Fantástico foi lançado na mesma época em que os EUA e a URSS disputavam a corrida espacial, fato que iremos analisar mais a frente.

No início da história, pouco antes de os quatro futuros heróis viajarem para o espaço, a narração menciona que os EUA estão numa "corrida espacial" com "uma potência estrangeira". Os gibis da Guerra Fria preferiam não citar diretamente o nome verdadeiro quando se referiam aos "inimigos da América".

A corrida espacial não é a única alusão à Guerra Fria que encontramos nos primeiros gibis do Quarteto Fantástico. O principal inimigo do Quarteto era o Doutor Destino, que governava literalmente com mãos de ferro um pequeno país do Leste Europeu, bem na região onde se concentravam os países do bloco socialista.

Posteriormente quando Lein Wein criou Wolverine em 1973 para uma participação especial na revista do Hulk, ele nem imaginava que estava criando uma nova lenda dos quadrinhos. Logan ao exemplo do Capitão America, era um soldado. O que nos interessa sobre Wolverine e a sua batalha com Omega Red, na tradução Omega do alfabeto grego que significa fim e red do inglês no qual a tradução seria vermelho, ou seja, fim do vermelho, a cor dos comunistas. Omega Red cujo nome verdadeiro é Arkady Rossovich, era um psicopata mutante russo utilizado como assassino pelo governo soviético durante a Guerra Fria. Embora criado após o fim da URSS, travavam batalhas em um submarino da URSS.

Um componente fundamental da corrida armamentista foi à disputa pelo espaço. Em 1957, os soviéticos colocaram em órbita da Terra o primeiro satélite construído pelo homem, o Sputnik-1. Em 61, os soviéticos fariam uma nova demonstração de avanço tecnológico: lançou o foguete Vostok, a primeira nave espacial pilotada por um ser humano. O jovem cosmonauta Yuri Gagarin viajou durante cerca de 90 minutos em órbita da Terra, a uma altura média de 320 quilômetros.

Os Estados Unidos reagiram. Num histórico discurso em maio de 61, o presidente John Kennedy prometeu que, em menos de 10 anos, um astronauta norte-americano pisaria o solo da Lua. Toda a estrutura tecnológica e científica foi direcionada para o programa espacial. Cumprir a promessa de Kennedy era mais do que um desafio científico: era um compromisso político.

Em 20 de julho de 1969, o grande momento: o astronauta Neil Armstrong, comandante da missão Apollo-11, e o piloto Edwin Aldrin pisam o solo lunar. A conquista norte-americana foi transmitida ao vivo pela TV, e acompanhada por mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo.

Não podemos esquecer que a corrida espacial tinha, desde o começo, um significado militar. Se um foguete podia levar ao espaço uma cachorrinha como a Laika, sem dúvida poderia transportar equipamentos bem menos inofensivos, como ogivas nucleares.

A combinação da tecnologia nuclear com as conquistas espaciais colocou o mundo na era dos mísseis balísticos intercontinentais. Um míssil disparado em Washington, por exemplo, poderia atingir Moscou em cheio em apenas 20 minutos. O aperfeiçoamento constante das armas acentuou a corrida armamentista. A conquista sistemática de novas tecnologias, nos dois blocos, incentivou o desenvolvimento de um ofício milenar: a espionagem.

A espionagem foi um dos aspectos da Guerra Fria mais explorados pelo cinema. O espião mais famoso das telas, James Bond, criado por um ex-agente do serviço secreto britânico, Ian Fleming, vivia aventuras glamorosas e bem distantes da realidade.

No mundo real, as duas grandes agências de espionagem, a KGB soviética e a CIA americana, treinavam agentes para atos de sabotagem, assassinatos, chantagens e coleta de informações.

O clima de terror que pairava no mundo não era simples paranóia. Nada disso. Havia um medo atômico, realmente a sensação que a vida humana poderia deixar de existir de um momento para outro, se um dos lados apertasse o célebre "botão vermelho". Nesse clima, o diálogo político foi bastante prejudicado. Era difícil falar em negociações de paz com os dois blocos apontando mísseis um para o outro.

Hoje percebemos como havia contradições entre o discurso e as práticas de cada superpotência. De um lado, os Estados Unidos apresentavam-se como defensores da liberdade e da democracia, mas para combater o socialismo, apoiaram ditaduras na América do Sul nas décadas de 1960 e 1970 (dentre as quais, os regimes militares da Argentina, Chile e do próprio Brasil) e onde eram praticadas a prisão e a tortura dos opositores desses regimes. Por outro lado, a União Soviética que se apresentava como defensora da igualdade e inimiga da miséria era controlada por um partido único, o Partido Comunista, cujos altos funcionários formavam uma elite privilegiada usufruíam de luxos como produtos importados de boa qualidade enquanto a maioria da população era obrigada a enfrentar longas filas para comprar artigos de primeira necessidade que faltavam nas prateleiras.

VI- Surgem rachaduras

A chegada da primavera trouxe mais do que flores para a Europa oriental, no dia cinco de maio de 1989 em plena glasnost[13] de Gorbatchev[14] há Hungria começa a remover a cerca na fronteira com a Áustria, aproveitando essa primeira brecha na chamada Cortina de Ferro, muitos estrangeiros da Alemanha Oriental, usaram a Hungria como um trampolim, fugiram em massa, buscando refúgio em embaixadas. Em seis meses, 220 mil alemães orientais passaram para o lado ocidental.

Com a presença do convidado especial o chefe de Estado e de partido da União Soviética, Mikhail Gorbachev, foi comemorado no dia 7 de outubro de 1989, o 40º aniversário da República Democrática Alemã. Para irritação da liderança comunista da RDA, Gorbachev advertiu para a urgência de reformas no país.

No plano econômico, Gorbatchev instituiu a Perestroika[15], ou Reconstrução, buscando novas formas de conduzir a economia soviética. No plano político, retomou negociações para pôr fim à corrida armamentista. Internamente, libertou opositores do regime, viabilizou o abrandamento da censura e permitiu que os problemas fossem discutidos abertamente pela população. As reformas iniciadas em Moscou logo se refletiram na Europa socialista, onde os movimentos democráticos ganharam força para mudar todo o panorama político do antigo bloco soviético. Esse processo iniciado por Gorbatchev culminou no fim da própria União Soviética, em 1991.

Poucas semanas pasasadas as festividades comemorativas, o chefe de Estado e de partido Erich Honecker, após varias tentativas de conter as manifestações por meio de repressões violentas e intimidações fracassaram e Honecker, no poder soviético desde 1971 foi destituído de todas as suas funções. A pressão dos protestos populares e as fugas em massa da RDA fizeram com que os comunistas mais jovens ainda tentassem salvar o regime, depondo a liderança conservadora. A rebelião palaciana não trouxe o efeito desejado, os protestos continuaram, em quatro de novembro de 1989 cerca de um milhão de manifestantes reuniram-se na Praça Alexanderplatz, em Berlim Oriental, protestam por reformas.

Em oito de novembro de 1989, desde o último dia 4, haviam entrado na Alemanha Ocidental mais de 45 mil fugitivos alemães orientais.

E no dia nove de novembro de 1989, cedendo aos apelos dos manifestantes aprova-se uma nova regulamentação sobre viagens para o Ocidente. Por causa de um mal-entendido na divulgação desta notícia pelo secretário de Comunicação do Comitê Central do Partido Socialista Unitário, Günter Schabowski, espalha-se a notícia de que os alemães orientais podem sair livremente do país, motivo pelo qual eles se dirigem em massa aos postos de controle em Berlim e forçam a abertura de fato da fronteira, um dia após todas as fronteiras do país serem abertas começa a derrubada do muro da vergonha. Após 28 anos de separação alemães poderiam transitar livremente, longas filas de carros e pessoas se formaram ao longo dos pontos de travessia, havia apenas uma única exigência burocrática, um carimbo concedido sem muitas exigências, quando o dia amanheceu a travessia já estava sendo feita em massa.

No entendimento de Flávia Bancher em seu trabalho discutindo a "Queda do Muro de Berlim" a contribuição os alemães ocidentais foi de grande importância.

Os meses que antecederam a queda do Muro de Berlim foram de manifestações em massa, principalmente a partir outubro. Elas se espalhavam pelas cidades da Alemanha oriental: Leipzig, Berlin oriental, Dresden e outras [...] As pessoas pediam reformas no governo, eleições livres, liberdade de ir e vir assegurada e não, diretamente a queda do Muro. Mesmo após a queda, no dia 9 de novembro de 1989, ocorreram, em Leipzig, manifestações com mais de 300 mil pessoas pedindo eleições livres. Por isso a queda do Muro de Berlim não é redutível a uma única data e as relações de 9 de novembro de 1989 e outras datas são indiretas, nos vêm de viés, por marcas a serem decifradas, recontadas. (BANCHER, 2003, p. 111)

Com as fronteiras abertas milhares de cidadãos alemães orientais viajaram para a parte ocidental da Alemanha, para fazer compras visitar parentes e amigos ou então satisfazer a vontade e a curiosidade pessoal de conhecer o "outro lado", era a primeira vez desde 1949, que se cantava um só hino nacional, e uma só bandeira representava os oitenta milhões de alemães.

Só poderemos compreender a gigantesca explosão de alegria a que assistimos em 1989 se conhecermos a amargura dos que em 1961 viram as suas vidas alteradas de forma tão violenta e radical, sobretudo, tão repentina.

VII- A unificação

Após as festividades houve então o "choque de viagem", ou seja, os alemães sob uma mesma Alemanha viram-se em uma situação de diferença social e passaram à fase de adaptações culturais e ideológicas, principalmente os alemães orientais sob os ocidentais.

Os costumes da Alemanha ocidental diferiam dos do lado oriental visto que o sistema econômico capitalista do ocidente transforma-se, mudava produto, regia modas e maneiras de viver. Desta forma, o desnível de consumo tornou-se uma questão fundamental na esfera sócio-econômica e ideológica do conflito intersistêmico e interalemão. Assim também se refere Lukacs:

Por muito tempo, a democracia alemã-ocidental revelou-se inseparável da americanização, um fato de evidências multiformes que passavam do admirável ao cômico, incluindo a americanização de boa parte do cotidiano alemão, em como de sua linguagem de negócios. (1993, p. 98).

As transformações na Alemanha reunificada compõem-se primeiramente de ordem econômica, reestruturando a economia oriental, aos moldes da ocidental e intensificando-se o desemprego no leste alemão. A diferença dos modos de vida passou a chocar-se como, por exemplo, a renda per capita da Alemanha Ocidental caracterizava-se por ser três vezes superior à dos habitantes do lado oriental. O leste alemão precisou se adaptar ao modelo econômico ocidental, principalmente no ramo industrial.

A anexação monetária (adoção do marco alemão ocidental) e o desejo de alcançar rapidamente o padrão de vida dos alemães-ocidentais eram a grande expectativa e o sonho da maioria da população oriental. Embora no ar de algumas incertezas, primeiro as notícias de desemprego, antigos proprietários pretendendo reaver suas terras, casas e indústrias, preços se elevando a esperança e a propaganda de uma futura vida melhor predominavam. Após a unificação alemã os pedidos eram para que essa área da Alemanha "atrasada" com sistema socialista se transformasse em uma das mais modernas e industrializadas da Europa.

Apesar da unificação política e territorial representada na queda do muro as divisões econômicas, culturais e sociais permaneceram representadas no portão de Brandemburgo, de forma simbólica e por um longo tempo.

VIII- Atualmente

Hoje, às vésperas do aniversário de 20 anos da queda do muro, as atenções estão voltadas para, quem diria, o restauro do que sobrou do grande símbolo da Guerra Fria. Nada a ver com política, mas com patrimônio histórico, manter trechos do Muro de Berlim gera polêmica entre os alemães, pois alguns não querem as lembranças dos tempos difíceis, já outros pedem a conservação destes poucos trechos para que nunca se esqueça dos erros do passado.

Do muro que muitos alemães passaram 28 anos querendo derrubar, só restou em pé um trecho de 1,3 km, decorado com trabalhos de cerca de 120 artistas, de mais de 20 países. E é esse trecho remanescente, chamado de Galeria do Leste, atual ponto turístico de Berlim, que está precisando de reparos. A erosão, além do vandalismo e pichações, está colocando em risco esse último vestígio do que foi a barreira de concreto de 155 km de extensão.

Em toda a sua extensão, o Muro de Berlim tornou-se uma plataforma de pichações no lado ocidental. Com lemas políticos ou meros desenhos, milhares de berlinenses e de turistas lançaram mão dos aerossóis para deixar uma mensagem colorida sobre o concreto. Como a profecia: Berlim ficará livre do Muro.

Muro exprimia um acordo tácito de partilha do mundo em esferas de influência. Seja como for, a sua queda tornou-se um dos momentos mais emblemáticos da implosão do comunismo, como se naquelas paredes estivessem inscritos, além de milhares de graffitti, as marcas de uma ideologia generosa nos princípios, desastrosa nos resultados.

Quem observa de perto os restos do muro da capital alemã percebe que um dos lados apresenta mais manifestações artísticas do que o outro, já que no lado capitalista todos podiam se aproximar do muro, e deixar seus relatos.

O muro do lado comunista, soldados armados prontos pra atirar em qualquer pessoa que se dispusesse a transpor o muro. Ninguém podia se aproximar do muro por uma distancia de x metros, por isso, o muro do lado comunista não continha nenhum grafite, o que vez com que após a queda grafiteiros tivessem uma parede de 155 km para colorir.

A idéia de manter um trecho do muro e transformá-lo em galeria foi lançada no começo de 1990.A East Side Gallery, que beira o rio Spree hoje é conhecida como a maior galeria ao ar livre do mundo, e desde 1992, uma das atrações turísticas mais visitadas da capital alemã. Em 2000, uma pequena parte das pinturas passou por processo de revitalização. Agora, os artistas que participaram da elaboração desse painel estão sendo chamados para restaurar os próprios trabalhos. A idéia é que tudo fique pronto para o aniversário de 20 anos do fim do muro, em Nove de novembro de 2009.

IX – REFERÊNCIAS

 

ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX. Editora UNESP, São Paulo 1994.

ARON, Raymond. Paz e guerra entre as nações. Editora UnB, Brasília 1979.

AYERBE, Luis Fernando, Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. Editora UNESP, São Paulo 2002.

BANCHER, Flavia. A queda do muro de Berlim, e a presentificação da História. Ateliê Editorial. São Paulo, FAPESP, 2003.

CAVALCANTE, Ania. Reconstrução econômica e centralização política: as origens da RDA (1945- 1953). ENTRE PASSADO & FUTURO * REVISTA DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA São Paulo - N° 3 Abril / 2003 www.gtehc.pro.br Artigo 5 ISSN:167686717

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos, o breve século XX: 1914-1991. Companhia das Letras, São Paulo 1995.

CARROLL, John Martin, HERRING, George C. Modern American Diplomacy. 2ª Edição. Publicado por Rowman & Littlefield. (1996).

LUKACS, John. O fim do século 20 e o fim da era moderna. São Paulo: Editora Best Seller, 1993.

MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. Editora Contexto, São Paulo, 2006.

RAMA, Ângela (org.) Como usar as Histórias em Quadrinhos na sala de aula. Editora Contexto, 2004. 160 p.

RODEGHERO, Carla Simone, Capítulos da Guerra Fria - O Anticomunismo Brasileiro Sob o Olhar Norte-americano (1945-1964) Editora: UFRGS. 272 p.

TAYLOR, Frederick. O muro de Berlim. 13 de agosto de 1961 – 9 de novembro de 1989. Lisboa Edições 2007. 581 p.



[1] Foi um estadista britânico, escritor, jornalista, orador e historiador, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

[2] Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder de fato da União Soviética.

[3] Foi o 32° presidente dos Estados Unidos da América, foi o primeiro presidente a conseguir mais de dois mandatos, e será o único devido à 22ª Emenda.

[4] Foi 33º presidente dos Estados Unidos da América, governando de 1945 a 1953.

[5]CARROLL, John Martin, HERRING, George C. Modern American Diplomacy. p.131

[6] Foi o nome dado ao bombardeiro B-29 que lançou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Foi pilotado pelo coronel Paul Tibbets Jr. A fim de realizá-la, Tibbets escolheu pessoalmente um quadrimotor B-29, batizando-o com o nome Enola Gay em homenagem à sua mãe.

[7] ARON, Raymond. Paz e guerra entre as nações.

[8] O Portão de Brandemburgo (em alemão: "Brandenburger Tor") é um tipo de arco do triunfo. É o único remanescente de uma série de outras entradas de Berlim. Constitui na terminação monumental da "Unter den Linden" (uma das principais avenidas da cidade), que dá acesso à residência real. Sua construção foi ordenada pelo rei prussiano Frederico Guilherme II (Friedrich Wilhelm II) e executada pelo arquiteto Carl Gotthard Langhans.

[9] São unidades de defesa ostensiva, geralmente construídos em concreto e contam com aberturas que possibilitam o fogo de armas leves, ou de artilharia.

[10] O 35° presidente dos EUA. Assassinado quando estava passando pela Dealey Plaza, Kennedy é atingido por dois tiros, um no pescoço e outro fatal na cabeça.

[11] O ataque a Pearl Harbor foi uma operação aeronaval de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de Dezembro de 1941.

[12] Pearl Harbor é uma base naval dos Estados Unidos e o quartel-general da frota estadunidense do Pacífico, na ilha de O'ahu, Havaí, Pearl Harbor era uma baía pouco profunda chamada Wai Momi pelos havaianos, o que significa  "água a pérolas", devido a isso em livros mais antigos em português, usa-se por vezes a designação Porto das Pérolas.

[13] Significa transparência, foi uma medida política implantada na URSS durante o governo de Mikhail Gorbachev. A Glasnost concedeu deu novas liberdades à população, como uma maior liberdade do discurso - uma modificação radical, visto que o controle de discurso e supressão da crítica do governo tinha sido anteriormente uma parte central do sistema soviético. Houve também um maior grau da liberdade dentro dos meios de comunicação.

[14] Nascido em Stavropol, Dois de Março de 1931, foi o último Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, seu mandato é de 1985 a 1991.

[15] Uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbatchev, em 1985. A palavra perestroika, que literalmente significa reconstrução, ganhou a conotação de 'reestruturação econômica'. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da perestroika. Uma idéia principal era reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa nacional.