Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: resenha

Obra: Jean GRONDIN. Introdução à Hermenêutica Filosófica. São Leopoldo: Unisinos, 1999, p.23-89.

Introdução à hermenêutica filosófica

  A hermenêutica existe a um tempo remoto. Desde a patrística foram implantados os primeiros princípios hermenêuticos. Notoriamente não com esse termo ainda, pois esse só veio a ser empegado a partir do século XXVII. Porém a hermenêutica filosófica é mais recente. Sendo ela uma forma de interpretação, que procura explicar os fatos e escritos com base em conceitos filosóficos. Hans George Gadamer e Paul Ricoeur formam uns dos que fundamentaram esse conceito, com base em Heidegger que também discutia sobre esta questão.

  No entanto, a hermenêutica antes ser cunhada como filosófica, foi explorada por vários teóricos, como Schieiermar, Droysen, Dilthey. Este ultimo, foi o primeiro a apresentar um ensaio sobre sua origem. Lutero também e utilizou dela, não com esse termo, mas suas exegeses e forma de interpretar tinham as principais normas hermenêuticas. Schieiermar deixou seu legado, contudo bem mais tarde foi atribuído o devido valor a seu trabalho.

  A hermenêutica passou por um tempo de esquecimento, que só em 1900 Dilthey vem realçando a sua importância. Seus estudos a fizeram voltar, e despertaram o interesse de muitos estudiosos para questão.  Tanto Dilthey, como Gadmer viram nele argumentos para realizar uma redefinição de uma hermenêutica filosófica.

Nesta linha de pensamento, Karl-Otto Apel conseguiu ver três alas filosóficas, o marxismo, a filosofia analítica, e o pensamento fenomenológico-existencialista-hermenêutico. Ademais, o primeiro logo foi deixado de lado. A filosofia analítica na interpretação deixa de se preocupar com a escrita, e passa a ter um olhar mais abrangente, levando em conta aspectos culturais e sociológicos.

  Nas interpretações surge uma variedade de sinais que podem identificados como padrão para outras interpretações.E, a hermenêutica filosófica vem com essa intenção, de universalizar os sinais, que até então parecia impossível devido ao paradoxo criado pela própria universalização. Por exemplo, se for imposta uma verdade, se levanta a questão sobre o que é a verdade, sendo que tudo é relativo. Assim cada vez que se levanto um argumento, facilmente surge outro que leva para o lado contrário. Por isso até o século XVII, parecia impossível uma universalização, mas a partir de agora se começa enxergar uma possibilidade.

Assim foi se desenvolvendo a hermenêutica filosófica, com base em varias linhas de pensadores, como os platônicos, os aristotélicos. Que viam a forma de interpretar de vaias maneiras. A interpretação, a exegese, a explicação, e outros termos que são utilizados para dar significado a palavra hermenêutica, e mostram que conforme se observa algo pode variar o significado, fazendo necessário a implantação de variadas linha filosóficas, que possibilitam todas formas de interpretação. Considerando que esta sempre foi uma forma de dar significado as coisas que são estranhas, como mitos, lendas, esculturas, etc. Se torna importante saber que a alegoria, que Filon a empregou, sendo ela a explicação das coisas, descobrindo seus significados ocultos por trás das palavras e imagens, foi muito utilizada para realizar tais interpretações. Mas, a alegoria corre o risco de tirar totalmente o significado real do autor, fazendo com que sua obra perca o valor. Assim, ela foi utilizada para realizar interpretações das Sagradas Escrituras, e logo se aplicou a tipologia, utilizada por Orígenes, que é um estudo que tenta encontrar todas as representações de Cristo contidas no antigo testamento. Mas essa tipologia também muitas vezes falha por colocar significados estranhos ao do autor. Contudo, elas conseguiram implantar sinais universais. Do mesmo modo Agostinho, que foi utilizado por Gadamer, Heidegger, acreditava na clareza das Escrituras. Ela erao principio, a comunhão com Deus, e aquilo que ele inspirava é o que contribuíam para uma verdadeira hermenêutica. E onde houvesse uma passagem obscura, a própria Escrituras, pelas passagensclaras, daria a interpretação para elas.

  Agostinho implantou a universalidade do logos interior, para ele o verbo ou o logos na ação humana nunca conseguem expressar o que realmente esta no pensamento. Entretanto, quando Deus decide usar seu logos, Nele está toda a concretização do pensamento de Deus, porque Ele não é imperfeito como o homem, logo ele consegue fazer aquilo que o homem não consegue. Este conceito foi utilizado por Gadamer em seus estudos. Flacius, que vem após Lutero, explica o conceito da hermenêutica, que a base para interpretação é o conhecimento das línguas originais. A falta deste conhecimento é que faz surgir as passagens obscuras. Então a letra seria o suficiente para salvação.

   Entretanto aceitar que a letra basta, não é possível, quando as Escrituras trabalham com os mais variados tipos de linguagens, que afinal não podem ser interpretados como a letra mostra. Por isso a hermenêutica continua num aprimoramento.