Discute-se hoje em dia o fato do homem viver pouco, e as pesquisas apontam que morrem mais homens que mulheres, e, a prova que o sexo masculino é mais displicente com a saúde, é que, a cada três mortes, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres, pois eles sofrem muito mais de doenças do coração, diabetes, câncer, colesterol e pressão arterial alta, (Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE), pelo simples motivo de não terem o costume ou uma cultura de buscar a saúde ou de prevenção às doenças. O homem necessita de cuidados, só que por dificuldade ao acesso, ou pela carência de unidades especializadas em atendimento na área da saúde masculina, ou por se acharem fortes e potentes ou inabaláveis, deixam sua saúde de lado, o que vem elevando de maneira absurda os índices de mortalidade masculina. O que o nosso Governo tem feito em relação a isso? Como a administração pública tem trabalhado para sensibilizar os homens da necessidade que se tem de gerar uma nova consciência no público masculino? Com a intenção de estimular que o homem cuide melhor de si, o Ministério da Saúde iniciou a “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem”, onde trata de assuntos para promover melhoria nas condições de saúde da população masculina, dando oportunidade para que o nosso Estado crie estratégias e tome a responsabilidade para si no que tange o trabalho de sensibilizar a classe masculina através de campanhas e palestras, da importância de se criar uma nova cultura de cuidados com a saúde, estimulando buscar atendimento, tratamento, orientação, prevenção, aumentando assim, sua longevidade com melhor qualidade de vida.

No Brasil os homens se tornam vulneráveis as doenças por se automedicarem. A cultura de que, “homem não fica doente, homem é forte, homem é saudável e não precisa ir ao médico” já está ultrapassada, tendo em vista o fato de muito deles morrerem de problemas que poderiam ter sido tratados, ou até mesmo evitados com um simples checkup ou exames de rotina. E, pensando na quebra desses paradigmas e devido iscasses de um espaço único, como já existente para o público feminino (Instituto da Mulher), crianças e adolescentes (CAIC) e para idosos (CAIMI), e, sabendo que a falta de cuidado do homem em relação a sua saúde tem elevado o índice de mortalidade masculina, é que se iniciou uma campanha pelo Ministério da Saúde de conscientização a criar novos hábitos de vida que incluem cuidados com a saúde, prevenções às doenças e tratamento de males que possam prejudicar sua saúde ou levá-lo ao óbito.

Muitas doenças surgem com a idade, e prejudicam a vida dos homens, podendo causar sérios danos, quando não recebem acompanhamento médico. Em muitos casos o tratamento é simples e eficaz, só que ainda existe grande resistência por parte deles.

“A falta de cuidados com a saúde ocorre porque o homem não tem o hábito de fazer exames de rotina”. (Jornal Saúde e Lazer, 27 de agosto de 2009).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas no mundo. Os homens iniciam precocemente o consumo de álcool e, por isso, tendem a beber mais e a ter mais prejuízos em relação à saúde do que as mulheres. A prevalência de dependentes de álcool também é maior para o sexo masculino: 19,5% dos homens são dependentes de álcool enquanto 6,9% das mulheres apresentam dependência.

A publicação Saúde Brasil 2007 informou que entre os anos de 2000 a 2006, dos 92.919 óbitos registrados, 89,1% foram de homens para 10,9% de mulheres.

Diante dessa questão da saúde masculina ser muito preocupante, o ex-Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem , através da portaria de n 1.944, de 27 de agosto de 2009. Com a intenção e fazer com que a expectativa de vida masculina aumente, já que os homens só procuram o médico quando a saúde prejudica o trabalho, o que não pode acontecer, falou o ex-ministro.

 

Segundo o ministro da saúde (TEMPORÃO, 2009):

 

Essa política parte da constatação de que os homens, por uma série de questões culturais e educacionais, só procuram o serviço de saúde quando perderam sua capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce ou de prevenção, já que chegam ao serviço de saúde em situações limite. Em geral, os homens têm medo de descobrir que estão doentes e acham que nunca vão adoecer, por isso não se cuidam. Não procuram os serviços de saúde e são menos sensíveis às políticas. Isso coloca um desafio ao SUS, já que vai exigir do sistema mudanças estruturais para que o sistema esteja mais sensível, inclusive com o treinamento de profissionais para que olhem de forma mais atenta a essa população.

 

Em Manaus pouco se tem feito a respeito do assunto, já até se ouve falar, mas nada de muito concreto, como em São Paulo, que focou no tema, e, inclusive até criou um hospital voltado para o atendimento específico à classe masculina. “A chamada crise da saúde a que se assiste hoje aponta para um certo desgaste de seus modelos anteriores”. (DONNANGELO, 2004, p. 06). Não existem estudos que norteiem a respeito dos impactos deste tipo de atendimento em nossa cidade, mas trabalhar em cima de uma sensibilização acerca de uma melhor qualidade de vida e dos benefícios que isso traria para eles, seria o primeiro passo. “A saúde pública se transformou em uma questão social no Brasil”. (MONTEIRO, 2010, p. 68).

 

O presente estudo objetivou analisar a necessidade da Administração Pública da Cidade de Manaus se envolver no tema e o que a mesma poderia fazer para que o homem se sensibilize acerca dos cuidados que o mesmo deva ter a respeito da sua saúde e dos benefícios que essa nova consciência vai trazer. “Assim sendo, permanece o fato de que, em geral, a saúde é considerada como o maior bem e o fundamento de todas as atividades humanas”. (MONTEIRO, 2010, P. 42).

 

A amostra do estudo foi composta por 84 indivíduos adultos (partir de 18 anos), entre usuários do Caimi André Araújo, sócios da Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiros Militar do Amazonas – ASSPBMAM, ambos situados na zona norte da cidade de Manaus e Alunos do 8° período de Administração da Faculdade Martha Falcão, situada na zona sul de Manaus.

 

A coleta de dados foi realizada no período de 21NOV11 a 30DEZ12, por meio de questionário aplicado com questões relacionadas à falta de interesse do homem na busca de serviços médicos e suas dificuldades, e a opinião deles de como a Administração Pública poderia ajudar nesse processo, respondido diretamente pela classe citada acima, garantindo assim a maior veracidade das informações.

 

Através da análise dos dados obtidos, foi-se possível constatar que dos 84 homens que responderam ao questionário, 71,43%, disseram que foram ao médico fazer exames de rotina somente há alguns meses, 33,33% dizem que só vão ao médico em caso de urgência, 23,81% disseram que, quando não estão bem de saúde, tomam remédio por conta própria, 33,33%, acham fácil o acesso aos serviços de saúde, mas não procuram por eles, 76,19% disseram que só procuram por um posto médico, se estiverem muito mal de saúde, 47,62% acham que o homem não cuida da saúde por desleixo, e 33,33% acham que o serviço de saúde no Brasil e especificamente na cidade de Manaus é bom, 57,14% dos homens acham que os governantes da nossa cidade não estão preocupados com a saúde deles, 52,38% disseram que é por falta de interesse que não procuram um atendimento especializado e, por fim, 47,62 acham que a Administração Pública poderia investir em palestras, campanhas e em marketing para sensibilizá-los e incentivá-los a procurar por ajuda médica.