Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: resenha

Obra: CAIRNS, Earle. O cristianismo através dos séculos, uma história da igreja cristã. São Paulo, Vida Nova. 1990. Pgs 160-210.

Avanços e retrocessos na relação entre igreja e estado

  O período de 800 à 1054 a igreja de Roma se estabelece no poder. Para apoiar suas posições a igreja se utiliza de um documento, que menciona a doação de terras que Constantino havia feito para igreja. Ela também teve auxilio de alguns lideres competentes que deram peso as palavra da igreja. No entanto, ela estava dividida em duas, uma no Oriente, totalmente influenciada pelo pensamento grego, onde o imperador mandava na igreja, e outra no Ocidente, onde a igreja romana estava localizada, nesta devido a falta de imperador, o papa assumia o poder eclesial e político. Essas duas igrejas eram divididas não apenas por localização, mas suas ideias e teologias eram divergentes. O que gerou muito atrito entre ambas. Fazendo com que a possibilidade de uma união se tornasse cada vez mais distante. Até que por razão de “poder ser” ou “poder não ser” a Santa Ceia realizada com pão que não seja levedado, as duas marcaram a sua divisão definitiva. Resultando no surgimento da Igreja Católica Roma, e o da Igreja Ortodoxa Grega.

  A igreja medieval nunca teve tanta influência no poder politico como nos anos de 1054 a 1305, sobre o domínio de Hildebrando e Nicolau II. Com eles o poder Papal chegou no seu auge. Quando em 1073 Hildebrando é declarado Papa Gregório VII, ele estabelece o poder da igreja,  e seu poder sobre as autoridades temporais. Mesmo morrendo exilado, seu pensamento continua a influenciar os Papas que foram seus sucessores. Como o caso de Inocêncio III(1160-1216), que implantou dogmas de autoridade suprema do poder Papal no mundo temporal, estando ele somente abaixo de Deus. Com todo esse poder, ele realizou as cruzadas contra os mulçumanos, conquistou territórios e humilhou muitos imperadores. Foi ele que estabeleceu o dogma da transubstanciação. Contudo, com o Papa Bonifácio(1294-1303), o poder papal teve um declínio, pois Inocêncio na lutas que teve contra outros impérios pediu ajuda para os franceses, o que levou após sua morte, que eles não viessem a se subordinar a autoridade do papa, por achar que o Papa não tinha tanto poder como simulava.

  Quanto às cruzadas, elas foram motivadas por fins religiosos, porém havia os fatores econômicos e sociais que a influenciaram. Elas trouxeram tanto prejuízo como benefícios para o Ocidente. Prejuízo porque muitos venderam suas propriedades para investir nelas, e acabaram não voltando mais, então muito dinheiro estava na mão de poucos. Benefícios, porque a estadia no Oriente fez as pessoas verem os produtos finos que havia neste local, o que abriu um espaço para o comercio. Como a força não estava tendo muito resultado contra os mulçumanos, o Ocidente muda de estratégia e passa a estudar a língua e os costumes dos mulçumanos, para tentar converte-los ao cristianismo.

  A igreja está com todo o poder, e abusa de sua autoridade, fugindo totalmente do cristianismo instruído nas Escrituras. O que suscita varias ordens fora da igreja como a monástica, a cisterciense, dos militares, dos frades, valdenses, puritanos. Cada uma em busca de uma reforma, mas mantendo sua submissão o papa. Como algumas dessas ordens começam a fazer comparações da igreja do Novo Testamento com as suas igrejas, e se percebem das diferenças, a Igreja Católica Romana ameaçada proíbe a leitura da Bíblia para os leigos. Neste período surge o escolastícismo, com base nos ensinos aristotélicos visam organizar as verdades existentes de maneira harmoniosa. Decorrendo no surgimento de grandes nomes da teologia como Tomás de Aquino, entre outros. E que demandou o aparecimento de lugares específicos para realização e formação de estudantes e professores, o que rematou originando as universidades.

 Com o abuso da igreja e sua falta de estabilidade, pois sua sede mudava conforme os pedido do rei da França, a sociedade temia o Papa, porque diziam que a salvação vinha por meio dos sacramentos que só ele distribuía, mas estavam revoltados e desacreditados. O que despertou em alguns líderes religiosos a necessidade de uma reforma dentro da própria igreja. Visto que surgiam movimentos místicos, que queriam de alguma forma de levar as pessoas a um contato direto com Deus, o que a igreja não estava fazendo. Então, dentro da igreja surgiram homens que tentaram por uma reforma em prática. Como, João Wycliffe, João Huss, e Savanarola. O primeiro colocou a Bíblia como autoridade, e renunciou tudo na igreja que não condizia com as Escrituras. Os outros foram seus sucessores, e levaram suas ideias, e acabaram mortos pela igreja. Estes homens podem ser intitulados os embrionários da reforma protestante. Com a intensão de manter o poder, e não deixarem ideias como as deles atrapalharem a igreja nesse período realiza vários concílios, o que mostra como estava o estado deturpado da igreja e como e reforma realmente se fazia necessária.