O conto em primeiro lugar postula as questões sociais, quem vivi atrás dessas máscaras, como uma peça de teatro, e ao mesmo tempo da cronologia que acontece, pois elas não são evidentes. Segundo Faulkner o conto inicia com a morte do personagem principal onde existe inúmeras situações de conflitos, já a personagem Miss Emily é focalizadora que vive deslocado da sociedade, tendo em vista que a mesma é natural de um mundo que não existe mais.

            No conto percebemos a origem de qualidade de Miss Emily, quando o narrador descreve sua casa, dando referências de um castelo, por ser a única em meio à sociedade que ainda possuía estruturas tão antigas, as condições sociais em que a personagem vive é totalmente diferente do mundo em que se insere, seus modos de viver, pensar, agir e sentir os diferenciava, vivendo em um meio arcaico sem evoluir juntamente com a era industrial avançada pela economia capitalista e pela mentalidade positivista, as distorções sociais causadas pela processo de modernização não fazia com que os personagens Miss Emily e seu pai também evoluísse de acordo com tempo, pois as novas condições sociais para o mundo de Miss Emily segundo seus pensamentos não se definem a sua imagem por isso podem destruir o caráter de verdade sobre a certeza de um futuro melhor segundo a citação seguinte:

                                                                      

Era um casarão quadrado, de madeira, outrora branco, decorado de cúpulas, de flechas, de balcões, no estilo pesadamente frívolo da época de 1870, situado na rua que já tinha sido a mais distinta da cidade. Mas as garagens e as debulhadoras de algodão, multiplicando-se em derredor, acabaram por fazer desaparecer até os nomes augustos daquele bairro. A casa de Miss Emily era a única, levantando sua decrepitude teimosa e faceira acima dos vagões de algodão e das bombas de gasolina. [...] (P.121)

           

Para a sociedade a família de Miss Emily se acha muito importante, a figura retratada do pai no texto, a forma como ele age é algo de poder, ele é quem manda ao mesmo tempo que o impede de qualquer contato com a sociedade, a sociedade também não tem como se aproximar de Miss Emily porque existe uma grande barreira  que o próprio pai constrói, a personagem vive em mundo que nada, nem ninguém é digno perante a sua pessoa, seu pai deu-lhe tanta proteção para que nada de mal acontecesse que ela tornou-se um ser solitária, ele a tratava como uma figura de mãe em vez de uma figura paterna.

A personagem era uma pessoa misteriosa por sempre afastar as pessoas ao seu redor, em causa das restrições dada pelo pai, ela morre como vive: solitária. E para que ela pudesse mudar de vida, o pai teria que morrer, depois que o pai faleceu Miss Emily quebrou toda a tradição que foi ensina.

No entanto com a quebra da tradição a personagem viveria em “dois mundos”, o mundo tradicional em que vive e o mundo lá fora para ela ingressar, onde ela terá que deixar o dela e se habituar ao novo que será oferecido, procurando de maneira sociável, mantendo contado com os vizinhos, parentes e fazendo amigos. Pois a personagem vivia com as portas e janelas fechadas, e o único momento em que ela abriu a casa seria quando procuraram para conversar sobre os impostos. A própria sociedade é culpada por isentar Miss Emily, não deixa que ela tenha felicidade, vivem a fofocar de sua vida e tentam descobrir o que se passa dentro de sua casa onde em alguns momentos parece ter pena dela, outras vezes parece se divertir com toda sua situação trágica.

                                              

[...] Assim, quando ela chegou aos trinta anos ainda solteira, não posso dizer que isso tenha causado uma verdadeira alegria, mas nós, os rapazes nos sentimos vingados; mesmo com os casos de loucura na família, ela não teria virado as costas a todas as oportunidades, se essas se tivessem verdadeiramente materializado. (Faulkner, pág. 213)

            Portanto a partir do momento em que Miss Emily resolve quebrar a tradição dada pelo pai ela está se libertando de certos costumes, apesar de passar dias com o corpo do pai guardado a personagem não enxergar o grau de sua loucura e o quanto parece nunca conseguir se libertar do pai, vive como se nada estivesse acontecendo, age naturalmente até que a sociedade tome providências em sua vida, e só assim ela resolve realmente enterrar o pai. Depois da perca do pai e o abandono de Homer Barron, a personagem fica louca, pois as leis da sociedade não se submetem a ela, e ela continua se achando melhor que todo mundo, contrapondo o mundo velho ao novo, ela não consegue se libertar e nem se adequar ao novo, ela segue a tradição Sulista, resolvendo suas coisas com violência, tratando-se de uma visão que a sociedade pensa a respeito de Miss Emily uma pessoa desequilibrada.

Bibliografia

 

Faulkner, William. "Uma Rosa para Emily". In: Maravilhas do Conto Norte-Americano. São Paulo: Cultrix, 31958 , pp. 205-219