Creumir Guerra
AS GRANDES MUDANÇAS DOS ÚLTIMOS ANOS
A grande maioria dos usuários das redes sociais não testemunhou a grande mudança nos meios de comunicação nos últimos anos. O meu pai nasceu no ano de 1942 e naquela época os meus avos paternos andavam 05 km para ouvir programação no radio de um amigo. O rádio era uma caixa enorme e funcionava com pilhas que mediam 20 cm de comprimento. A copa do mundo de 1970 foi assistida em uma televisão preto e branco instalada em uma área pública da cidade onde nasci. As pessoas saiam de suas casas e iam assistir aos jogos na única televisão da cidade. Na minha adolescência era comum as famílias não possuírem o televisor, era artigo de luxo. O jeito era ver a novela ou o futebol na casa do visinho rico ou pela janela de alguma casa. Os rádios captavam os sinais de ondas curtas e ondas médias e o radio FM só existia em grandes cidades. A gente subia os morros com antenas para tentar captar os sinais das rádios FM Imparson e Por um Mundo Melhor, ambas de Governador Valadares. A minha geração viu nascer a televisão colorida. O meu colega de trabalho, Reinaldo Menezes, foi um dos primeiros a comprar a cobiçada TV em cores e nós fazíamos excursão à sua casa para vermos aquelas imagens maravilhosas. Naquele local onde trabalhávamos só existiam maquinas de datilografar. A primeira maquina elétrica eu só usei muito tempo depois, quando já estava no serviço público. O computador foi outra coisa que a minha geração viu surgir. Só o fato de ter um editor de texto foi um ganho enorme. O disquete, que muitos jovens nem sabe o que é, era grande, media uns 15cmx15cm, com capacidade de 04MB. O jeito de ter musica sem comprar era gravando aquelas que tocavam nos rádios em fitas K-7. A radiola do meu pai podia ser programada para tocar até dez discos de vinil. O treco era mecânico, o braço que tinha a agulha voltava ao lugar de repouso e o próximo disco caia. Eu já era adulto quando o telefone fixo chegou a minha cidade e custava caríssimo. O telefone fixo para o meu escritório de advocacia custou três mil dólares. O aparelho de FAX para mim era um milagre, passar uma folha pelo aparelho e uma cópia dela se materializar em qualquer lugar do mundo. O meu primeiro celular era um tijolão e não faz muito tempo, trabalhava como promotor de justiça em Colatina quando o adquiri. Não tem dez anos que eu conheci a internet, funcionava ligada a linha telefônica. Só usava para email. Abrir uma pagina levava uma eternidade. A banda larga é uma beleza, só não existe aqui em casa. Hoje, os computadores, notebooks, celulares, tocadores de música ficam defasados com menos de um ano. O pen drive surgiu com 128 MB. No comercio só se vende atualmente de 4Gb, 8Gb, 16 Gb e 32 Gb. As memórias externas já passaram da casa do tera – 1.000Gb. Se a vida começa aos 40 anos, eu ainda sou uma criança e vivi todas as mudanças acima relatadas. Onde vamos parar?