- Josh, eu não posso fazer isso comigo mesma. Seria burrice da minha parte.
-Como é?
-Você entendeu. Eu não me renderia às minhas vontades, mesmo que pareçam irresistíveis, porque não valeria a pena eu ter um minuto de felicidade e esperanças amorosas, e mais tarde... mais tarde acordar triste porque aconteceu e pronto, não vou ter mais aquilo. Eu já passei por isso, e não vou passar de novo, porque é uma experiência horrível.
-Você acha que eu só quero brincar com você, não é? Acha que eu a beijaria e depois iria embora. Não faria isso nunca, Jessica. Nunca, porque eu não faria isso com alguém que eu gosto tanto. Nem comigo mesmo, porque eu também sofreria se a beijasse e depois não pudesse repetir a dose, que apesar de não ter provado, acho que é irresistível.
-Sabe que estou passando por um conflito interno, não sabe? Digo, uma parte de mim aceita o que você diz. A outra, diz que eu devo me poupar de chateações.
-Acontece que eu não estou brincando! Olha, eu sei que você, apesar de forte, tem um lado sensível e que não quer se apaixonar de novo, não é?
-Sim.
-Olhe nos meus olhos. Me dê sua mão. Vê como meu coração está batendo rápido? É assim que eu fico quando estou perto de você, Jessica. Eu não consigo evitar. Acredite em mim, me dê só um voto de confiança e eu vou prová-la que sou confiável. Eu a quero mais do que tudo. Não vou dormir bem se eu... ah, esqueça.
-Não, continue!
-Se eu for para casa mais uma vez sem ter tomado atitude nenhuma, sentido-me um fraco. Nem vou dormir, pelo visto. ? ele balançou a cabeça em tom de derrota, até sentir um toque em seu queixo.
Jessica estudou os lábios do rapaz e se aproximou. A batida do coração deles era frenética. Ele sabia o que estava por vir a seguir, mas não acelerou um movimento, sentindo a energia que era emanada deles. Os lábios se tocaram, e eles puderam notar a simetria labial entre si. O beijo foi, aos poucos ficando mais profundo, e novos participantes foram invocados, não controlados pelo impulso apaixonante: mãos, língua, pescoço. Tudo foi lento, mas incrivelmente intenso.
Os dois sorriam quando interromperam o beijo.
-Não vou dormir hoje do mesmo jeito, mas dessa vez, é de felicidade.
-Isso foi... foi... diferente de tudo que já experimentei antes. ? Jessica falou perplexa, ainda paralisada pelo efeito do beijo.
-Teremos mais disso. Acho que agora você me viciou. É mais incrível!
-Teremos mais disso sempre que quisermos, Josh.
-Eu te amo.
-Tenho medo de pronunciar essas palavras, infelizmente. Mas o que meu coração diz agora é unânime. Não há parte que negue nada desse sentimento. Há somente uma voz muito forte querendo gritar dentro de mim, gritar que quer mais disso por um longo tempo.
-Não vou pressioná-la a dizer ou a fazer nada. Estou muito feliz por isso.
-Eu tenho que ir agora. Está tarde, minha mãe me mataria se soubesse que ainda não estou em casa uma hora dessas.
-A vejo amanhã?
-Sim, nos mesmos lugares e hora de sempre.
Josh beijou de leve a mão da moça e a esperou entrar em casa. Sentiam a mesma coisa, aquela coisa que os deixava tão leves, calmos e felizes. Jessica só não queria admitir isso para si, mas com o tempo, ela o faria sem dificuldade.