RESENHA DO TEXTO
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COMO EIXOS ORIENTADORES.

APRESENTAÇÃO;
Nesta temática sugerida pelo título, o texto inicía-se com as eventuais dúvidas que podem surgir na organização e planejamento da ação pedagógica, nos anos/séries iniciais do ensino fundamental de nove anos.
Sugerindo, descrevendo e apontando as necessdades de um estudo contínuo de atualização e revisão das práticas docentes.

ESTRUTURA
Este texto inicía-se com um trecho de uma narrativa de Carlos Drummond de Andrade, seguindo de uma introdução, em que o trabalho pedagógico é descrito, de forma à identificar as principais indagações na preparação e aplicação da ação pedagógica.
Apresentando citações de autores relevantes no assunto. Seguindo com tópicos que ajudam nesta abordagem. Tais como: A ênfase na criança de seis anos; A escola como espaço social pedagogicamente organizado; a importância do reconhecimento de diferentes modos de falar; o letramento como horizonte para a organização do trabalho pedagógico, a relação língua oral-língua escrita e a aprendizagemda escrita.

ANÁLISE
Partindo das muitas interrogações dos docentes como: Para que serve a escola? Qual o seu papel? O que fazer para que as crianças aprendam mais e melhor? E, sugestionando as possíveis indagações das crianças, como: Como é a escola? O que podemos fazer lá e o que não podemos? O que vamos aprender?
Buscando dialogar sobre a organização do trabalho pedagógico nos anos/séries iniciais do ensino fundamental de nove anos, a autora nos permite mergulhar junto com os docentes e discentes, e até aguçar o desejo de formular nossos próprios questionamentos sobre o assunto.
Sugerindo a atualização e revisão de nossas práticas e ao constante sentido que atribuimos à escola e a sua função social; nos apresenta pontos de vista de grandes nomes da educação como Paulo Freire, J.J. Barbosa, Bakhtin, entre outros, o que de certa forma nos transporta a outra indagação. Que tipo de cidadão pretendemos formar? Ora, fica explícito, neste texto que este outro tipo de cidadão a que pretendemos formar é: o novo cidadão aluno, como também o novo cidadão professor.
Uma vez que citamos autores 'antigos', ou que suas contribuições para a educaçao se deram há anos, ou séculos, o que nos faz busca-los ainda hoje? Se esses conhecimentos já existiam, por que esses professores, em sua maioria, não os detém?
Percebe-se que houve uma lacuna em algum momento para que isso acontecesse, o que a autora não expõe. Possivelmente esta lacuna teria surgido durante os 'anos de chumbo' em que esses autores não eram permitidos nos currículos nacionais. Passado todos esses anos, após 1985, precisamos intensificar o processo de redemocratização nos estabelecimentos de ensino, em que, em muitos casos ainda permanecem com uma gestão verticalizada, e que a tal 'violêcia simbólica' como dizia Pierre Bourdier, parace impedir que este processo se conclua.
A autora nos leva a concluir que seja necessário uma atualização e revisão de nossas práticas, sem contudo observar que uma desconstrução de conceitos e práticas empregnados nos tempos de ditadura é fundamental neste processo.
Alguns mais imediatistas podem se apressar em dizer: " isso não existe mais", não esqueçamos que o Brasil não é só grandes centros, e que tantas outras questões que não fazem parte do nosso cotidiano, são fatos muito comuns nas médias e pequenas cidades, como trabalho escravo, analfabetismo, prostituição infantil etc.
Devo concluir que, ao que se propoe este texto, em muito ele colabora nesta pretensão de fazer os questionamentos e tentar dar uma posição, segundo os conceitos dos autores mencionados. Contudo, não podemos deixar de observar que a nossa realidade brasileira, exige um pouco mais além.

AUTORA:
CECÍLIA GOULART

Por, PAULO C. BRITO ? 5º PERÍODO ? PEDAGOGIA - UFRRJ