A MISERICÓRDIA DIVINA

 

O Mi astenia é uma doença oriunda dos Quirópteros, ela atinge uma parcela muito pequena de pessoas e ainda é por muitos desconhecida e ignorada. Imaginem a surpresa desagradável que tivemos ao saber que uma de nossas amigas mais queridas havia contraído a doença. Após um período de sofrimento, a pessoa vai definhando, através da fadiga e exaustão do sistema muscular. Uma das maneiras de se combater este grave distúrbio neuromuscular, é através da cirurgia que retira o timo; o que também pode resultar em outros graves problemas. Como se não bastasse tudo isso, após algum tempo, nossa amiga teve de ser internada em estado gravíssimo na UTI de um Hospital na cidade de Passo Fundo, RS; diga-se de passagem, um dos melhores do interior do estado. Mas seu estado de saúde a cada dia era mais preocupante.

Era um domingo à tarde quando recebi a ligação de um grande amigo, que era sogro da moça. O mesmo estava muito abalado, pois segundo informações as esperanças eram poucas e estavam apenas esperando a hora do desfecho fatal.

Eu fiquei muito triste, pois a moça era uma jovem belíssima, inteligente e educada. De imediato, liguei para minha amiga Terezinha da cidade de Abadiânia, GO, pedindo que a mesma entrasse em contato com o poderoso médium João Teixeira de Farias, pois o caso necessitava de grande força espiritual. Terezinha tentou contatar o médium, mas não obteve sucesso, pedindo-me que retornasse a ligação mais tarde.

Tentei então, outra médium de igual poder, pedindo que ela intercedesse pela menina perante tal fato. Para minha surpresa recebi uma resposta extremamente desestimulante dizendo-me para deixar isto assim, pois quem sabe era a vontade de Deus. Fiquei indignado e apreensivo. Numa última tentativa liguei novamente para Terezinha para saber se ela havia conseguido contato com João Teixeira. Infelizmente a resposta foi negativa. Então ela me disse convicta o que deveria ser feito: “Meu amigo, você não está entendendo que a espiritualidade quer que você interceda neste caso? Vá para casa, faça uma oração para as entidades espirituais da Casa de Abadiânia e mentalize o espírito do Médico Dr. Bezerra de Menezes”. Cheguei em casa chateado, conversei com minha esposa os fatos e deitei-me em nossa cama, onde após alguns momentos de oração, dormi profundamente.

Haviam se passado aproximadamente umas duas horas, quando de súbito despertei chamei minha esposa e disse: “Vamos para Passo Fundo, pois recebi uma orientação que devo ir lá fazer uma energização”. E lá fomos nós; eu, minha esposa e nossa filha Anna Carolina. Tão logo pegamos à estrada, tivemos uma grande surpresa, o dia estava lindo e de repente sobre nosso carro pairou por alguns instantes, o que no primeiro momento pensávamos ser uma águia, pois sua sombra refletia no asfalto e vimos duas enormes asas acima de nós. Comentei com minha esposa “Deve ser uma águia”! Tentávamos enxergar, olhando através dos vidros do carro, mas nada vimos. Alguns quilômetros à frente nos recompomos da surpresa e comentamos que aquilo não era uma águia, pois as mesmas não existem em nossa região, mas sim um sinal divino de vitória e proteção angelical para reforçar o compromisso que tínhamos pela frente. Assim que chegamos a nosso destino, encontramos o esposo e a família da moça. Os mesmos estavam em profunda tristeza e apreensão, pois ao que parece, não tinham conseguido visitar a enferma naquele dia.

Rendido ao cansaço e ao desespero, estava o esposo; era o sinônimo da desolação. Conversamos em frente à porta do Hospital e ele me confessou que não sabia mais o que fazer e convidou-nos para jantar. Neste momento, fui tomado por uma forte presença espiritual e até com certa aspereza disse a ele “Você vai jantar, porque eu vou fazer aquilo que me foi designado”. Ele ficou me olhando incrédulo enquanto me dirigia ao porteiro, pois sem a prévia autorização do corpo clínico e fora do horário de visitas ninguém entra no Hospital. Cheguei em frente ao porteiro, olhei em seus olhos e disse que precisava ver a paciente que se encontrava numa das salas da UTI. Para minha surpresa e espanto, fui interrompido pelo porteiro que gentilmente disse “O Senhor pode entrar e a família da moça também”. Chamei a todos, que pasmos me seguiram. Passamos à primeira portaria, seguimos pelo corredor até pararmos em frente às portas fechadas de acesso aos leitos e a UTI do Hospital. Antes de esboçar qualquer palavra, à nossa direita abriu-se a porta de um grande elevador de serviço, onde várias pessoas desceram e a porta manteve-se aberta. Observei que em um dos botões estava escrito UTI. Convidei a todos e entramos no elevador. Apertamos o botão, o elevador subiu e quando a porta se abriu estávamos dentro da unidade de Terapia Intensiva. Entramos e à direita havia uma pequena sala de espera. Pedi a todos que sentassem e ficassem em oração mentalizando boas energias para a enferma. E eu, me dirigi ao corredor onde se encontravam várias salas com pessoas doentes. Neste momento, como se tivesse saído de um transe, percebi que estava mal vestido para onde estava. Abrigo, tênis e uma camiseta manchada de mostarda, resultado do lanche que havia feito ainda em minha casa, e o cabelo totalmente despenteado. Então, uma enfermeira gordinha, muito simpática e séria aproximou-se e perguntou o que eu desejava? Eu sem saber o que dizer, tentei lhe falar a melhor verdade que me veio no momento: “Olha moça, eu sou amigo da paciente que se encontra enferma (fulana de tal), e eu e sua família estamos muito apreensivos, e como eu tenho um amigo que é médium, ele enviou-me para vê-la e fazer uma prece junto a ela”. A enfermeira me olhou com uma compreensão própria das pessoas que servem aos que sofrem e que estão em desalento. Pediu-me para aguardar um instante, pois ela iria falar com o médico plantonista da UTI. Quando observei que o médico, ela e mais duas enfermeiras conversavam no final do corredor. O médico sentado em sua mesa espichou o pescoço como se estivesse me espiando e vieram todos em minha direção. Quando chegaram até mim novamente fui tomado por uma presença forte e determinada que me fez proferir as palavras certas: “Boa noite Doutor. Eu sou um médium espírita e vim aqui em nome de Jesus trazer uma energia para esta querida amiga que está enferma”. Para minha surpresa, o médico foi extremamente atencioso e gentil e pediu que eu o acompanhasse. E lá fomos nós. Adentramos na sala onde havia cinco ou seis leitos com pessoas em tratamento, e bem a minha frente estava minha amiga cheia de tubos em seus orifícios buco-nasais, pois mal conseguia respirar sem o auxílio destes. A mesma mantinha-se consciente e quando me viu esboçou uma tentativa de falar. Neste momento fui tomado pela presença irresistível da falange do Dr. Bezerra de Menezes, que sabiamente através de mim falou com ela e disse: “Não fale nada minha filha, nós viemos aqui trazer-lhe uma energia”; e neste breve instante entre o finito e o infinito, não lembro bem ao certo o que aconteceu. Só sei que fui tomado por uma poderosa energia e quando voltei a si estava ajoelhado ao lado do leito segurando a mão da jovem. Ainda ouvi quando os bons espíritos disseram e transmiti simultaneamente à paciente “Você irá para casa na sexta-feira”. Ainda pude observar uma mudança física no seu semblante, antes estava pálida como uma cera, agora já começava a ficar corada e com aspecto de grande saúde. Despedi-me emocionado ao ver o sorriso de esperança e certeza no rosto de minha amiga. Quando virei-me para trás pude observar certo espanto nos olhos e no rosto do médico, das enfermeiras e dos três pacientes que se encontravam nos leitos daquela UTI. Mais tarde, ficamos sabendo que após nossa ida domingo ao Hospital, já na segunda-feira, o estado de minha amiga e as demais três pessoas passou de gravíssimo para grave inspirando cuidados. Na terça-feira, passou para grave. Na quarta-feira, para regular; e assim por diante até que ela retornou para sua casa na sexta-feira. Disto tudo tiramos uma lição, a de que nunca devemos desistir da fé e da esperança, pois aqui viemos para realmente SERVIR, ajudando SEMPRE UNS AOS OUTROS, perfeitos ou imperfeitos, certos ou errados; cumprindo sempre seu dever para com o próximo.