A crescente violência
A violência cresce cada vez mais no mundo, e no Brasil, isso é mostrado quando vemos os números da violência na nossa sociedade, mas será que há uma ligação da pobreza e o desemprego com tamanha violência?
Ao lermos notícias sobre violência, veremos que muitos desses casos não tem nenhum relacionamento com a questão da pessoa ser pobre ou rico, isso significa que este índice não aumenta quando as pessoas ficam mais pobres, então a pobreza não é sinônimo de violência, pois, não significa que quando perdemos o emprego, temos que começar a roubar, a matar ou a praticar qualquer outro tipo de violência. Porém o que realmente causa violência é o aumento do consumo de drogas, principalmente entres os nossos jovens, que muitas vezes são desamparados de conselhos e parâmetros advindos de seus pais que cada vez mais dispõe de menos tempo para eles, fomentando vários outros tipos de violência.
Quando digo que não é a pobreza que influencia na violência, é porque ultimamente o que estamos vendo são crimes praticados por jovens de classe média e alta, influenciados pela formação familiar que tem muito a ver com estes acontecimentos, pois a preocupação de muitos pais dessas classes sociais está concentrada em ganhar cada vez mais dinheiro para manter seus status.
Os pais não tem mais tempo para dedicar aos filhos, dar conselhos, conversar, repreender e corrigir quando necessário, esquecem que a formação prescinde de um referencial e que este para os jovens são os pais, sem isso os jovens caem no vazio e buscam emoções para preencher este mundo, com a utilização de drogas e práticas de violência, ações estas transformadas em um grito do seu interior revelando a sua insatisfação com a vida, apesar de tudo o que tem, já que o principal lhes falta: amor e cuidados dos pais.
Os filhos por sua vez ficam entregues a televisão, vídeo games, internet, vadiagem e muitas outras coisas que levam estes jovens a um futuro nada promissor, continuam sendo vítimas desses pais que acreditam ser o bastante para seus filhos ter o dinheiro para gastar nos shopping centers, curtir baladas de finais semanas com os amigos, ter carros vistosos e que possam com isso ostentar a sua riqueza.
Se for válida a afirmação de que o homem é produto do meio, é indispensável interferir neste meio para solucionar seu reflexo que é a violência dos jovens dando-lhes segurança.
Mas como fazer esta interferência diante da realidade brasileira, onde a família já não se sente preparada para agir diante das atitudes de seus filhos que resultam em caso de polícia e esta se sente desrespeitada e desmotivada já que o policial além de receber um salário nada digno, arrisca sua vida para prender um traficante que dias depois é solto pelas brechas da lei, e passam a atuar através das milícias nas favelas, chamadas de comunidades, tomando para si o poder e a obrigação que deveriam ser do Estado, dando assim uma falsa segurança, onde a população local faz gatos de energia elétrica e TV à cabo, e os traficantes se tornam ídolos daquela comunidade e a violência passa a ser o pagamento pelos serviços prestados por estas milícias?
Acredito que nos falta a presença do Estado, que deveria cumprir com a população suas obrigações básicas previstas pela Constituição brasileira que diz no artigo 5º "...garantido aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade" e todos os demais direitos e garantias fundamentais constantes nessa Lei.