Neste breve escrito por intermédio de puros devaneios, o autor não terá a ilusão de convencer mortal algum. As ideias não serão pautadas com a sobrecarga dos cursos acadêmicos. Tais, em sua maioria, empregam ‘exacerbada criatividade’ a qual não possuímos. Também não somos poeta, literato ou filósofo. Longe disso. Apenas ‘atirador do livre pensar’. Assim sendo era uma vez os SONHOS!

A natureza humana nos permite ousar com demasiada primazia sobre nossos sonhos, aos quais, em busca da realização perfeita nos enrolamos impecavelmente sobre as sombras do imaginável teórico e, portanto, admissível também no mundo real. Com isso, o sonhador de sonhos ganha algumas POSSIBILIDADES.
A primeira nos remete aos sonhos que podem virar realidade. Eles são necessários para nossa pesada existência. Aqui, “... o que se percebe não é nada, comparado ao que se imagina.” (BACHELARD, Gaston). Inventamos metáforas, as imagens são essenciais e tudo pode virar realidade. As crianças são boas nisso! Como geralmente ser adulto é apenas uma questão de idade, não cabe ao homem deixar de sonhar. A vida sem sonhos é um pesadelo constante. E não se pode dizer jamais a um indivíduo ou mesmo a um povo que seus sonhos são irrealizáveis. E ainda que se diga o sonhador de sonhos jamais deixará de sonhar. Viver é principalmente sonhar coisas impossíveis. Embora tal, não exista na mente de um verdadeiro sonhador.
A segunda é do sonhador que já não crê mais em sonhos. Ele diz ser adulto e responsável e a vida não é feita de sonhos, mas sim de trabalho. Muito labor. Seus sonhos já não querem dizer mais coisa alguma. Não passa de imagens confusas de seu dia a dia. O cansaço, a vida, as pessoas e o mundo em si, não é nada sem as coisas que ele diz ser real. A estes não devemo-nos chamá-lo de sonhador de sonhos. Nessa classe de ‘sonhadores’ estão os piores humanos. Sem delongas, costumam inverter seus sonhos com valores egoístas e desnecessários.
Na terceira, nos deparamos com os sonhadores que veem tudo como um passe de mágica. Ele sonha..., sonha e sonha! Mas nunca se esforça para realizá-los. Esquece-se que até mesmo as flores precisam ser regadas. As imagens são variáveis, porém, ele não vê como utilizá-la na prática. Nesse patamar estão as pessoas que só sabem sonhar sem serem sonhadores. Aqui também está uma parcela significativa da humanidade.
Na possibilidade inicial estão os homens sonhadores de sonhos que amam a vida e querem transformar o mundo sem perceber que ao homem também compete ser ‘camaleão’.
Na segunda, estão os seres que se dizem práticos, mas pouco entende do mistério da vida. Jogou ao lixo a primeira probabilidade e ignora a terceira interpretação. Sua mesquinha sabedoria não serve aos outros e nem mesmo a ele. A estes, deixo-lhes uma sagaz observação de um verdadeiro Sonhador de Sonhos: “... que adianta ser o homem mais rico do cemitério?” (JOBS, Steve. Criador da Empresa ‘Apple’).
Aos últimos, cabe o polo central dos humanos. Há um exagero com as imagens metafóricas. Confunde-se com os primeiros se afundam com os segundos. O mundo não os perdoa! É comum morrerem sem grandes realizações. Acreditam na felicidade mesmo sem saber como buscá-la.
Se eu fosse um poeta, os sonhos equivaler-se-iam a um mar de rosas por onde todos seriam capazes de tê-los nas mãos. Se fosse literato, poderia brincar com um mundo capaz de tudo ser realizado. Se fosse um filósofo schopenhaueriano, diria que tudo não passa de uma ilusão inútil e que os sonhos não valem à pena. Como pretendo cumprir meu pequeno papel de ‘atirador do livre pensar’, ainda sim, não importa como, tu tens, o Direito de Sonhar: ao menos por enquanto! ‘Afinal, há séculos a grande sacada é achar a chave que abre a fechadura da porta da frente’. Simples assim. Nada, além disso.

“Do autor, da Livre Fantasia do Direito de Pensar.”