Há muito tempo atrás, em um país muito distante chamado Brasil, mais especificamente no vilarejo de São Paulo houve uma grande catástrofe epidemiológica... corrigindo... ocorreu uma pandemia que prejudicou não somente o Brasil, mas todo o planeta Terra.

Bem, mas voltando ao vilarejo São Paulo, o governante deste lugar decretou que tudo deveria parar de funcionar e chamou este fenômeno de lockdown que foi, basicamente, fechar quaisquer tipo de comércio e demais estabelecimentos e afins.

O governante maior do nosso país tão... tão... tão distante não concordava com o governador de nosso vilarejo São Paulo, mas para ajudar aqueles que passavam fome instituiu um auxílio emergencial, mesmo assim, milhares de pessoas passavam fome.

Muitos parabenizaram e apoiaram o governador do vilarejo, mas outros criticavam, de forma negativa, dizendo que a economia do vilarejo, assim como do país todo era mais importante que a saúde pública.

Particularmente creio que se a economia para... o que ocorre é um grande colapso com um efeito dominó monstruoso, ou seja, sem comércios não há empregos, sem empregos nada de arrecadações de impostos e, assim por diante, o que se agrava é a ausência de subsídios para hospitais, postos de saúde entre outros estabelecimentos da área da saúde.

A economia de um país é o alicerce de todos os outros setores como a segurança, a saúde e educação, por exemplo.

Agora, iremos nos focar na história de um infame setor de nosso vilarejo, a educação.

O governador de nosso vilarejo chamado São Paulo mandou fechar as escolas e os professores foram dar aulas online em home office. Por um tempo alguns professores gostaram da ideia, inclusive eu, pois não havia o estresse de sermos ameaçados, chacoteados e agredidos como já ocorria presencialmente já por muitos anos.

Entretanto, o cérebro humano é uma caixinha de surpresas... as demandas educacionais se multiplicaram em um nível sem precedentes...busca ativa, metodologias ativas, de forma reativa, nossos corpos e cérebros ficaram voláteis e de tempos em tempos, durante o lockdown, professores explodiam como bombas-relógio. Foram muitas estafas, estresses e fobias adquiridas.

Mas o governador de nosso vilarejo deu declarações como: “não pago professores para ficarem em casa tomando suquinho de laranja”.

Ordinariamente, ou, de forma aviltante, nos fez trabalhar insultando-nos, mesmo sabendo que milhares de professores, não só de nosso vilarejo, mas de vários vilarejos e províncias, também, trabalharam vinte e quatro horas por dia para atenderem as necessidades acadêmicas de nossos estudantes.

Muitos professores se descobriram “youtubers” dando aulas de excelência tanto em seus conteúdos quanto em seus componentes gráficos e audiovisuais, mas, mesmo assim, tanto o governador quanto os demais cidadãos de nosso vilarejo não reconheceram os “mágicos dons” de professores que, mesmo em home office, preparavam conteúdos diversificados, gravavam aulas inusitadas e, mais, ligavam para os responsáveis para saberem como estavam os seus pupilos.

Lockdown foi uma temeridade tanto para os professores quanto para os alunos. Muitas famílias passaram fome, crianças e adolescentes foram abusados e, ou, maltratados em suas residências. Um sofrimento silencioso que cortava a carne e a alma de muitos..., mas com o lockdown... gritos foram abafados em nome de um sistema de contenção ineficaz.

Pragas, epidemias e pandemias sempre deixam marcas indeléveis, portanto, o lockdown ampliou estas marcas com as injustiças e as inúmeras violências sofridas por nossos jovens.

Muitos colegas do vilarejo concordaram comigo que se a economia estivesse a todo vapor, empregos seriam conservados, insumos hospitalares não faltariam e os alunos não voltariam às escolas com fobias, medos e indisciplinas agravadas...bastaria, somente, a obrigatoriedade do distanciamento social, uso de máscaras e assiduidade nos hábitos higiênicos. (profilaxia)

O presidente de nossa terra tão...tão... tão distante, onde tudo que se planta dá... até tentou alertar que tomando os devidos cuidados e deixando somente os idosos, pessoas com doenças crônicas e as crianças pequenas em casa (até 6 anos de idade), não faltariam recursos para equipar e dar assistências aos hospitais e demais estabelecimentos do setor da área da saúde.

As vacinas tardaram, mas chegaram a meu vilarejo e em outros vilarejos distantes. Meus colegas e eu fomos correndo tomar a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª doses e estendemos estes cuidados como os nossos familiares.

Mais de dois anos depois... cessaram o lockdown, mas o vírus ainda circula e tem mutações por todo planeta. Mudaram os governantes e espero que estes novos gestores tanto do meu país quanto do meu vilarejo tenham mais discernimento, compaixão e firmeza de caráter, pois os cidadãos do meu país quanto do meu vilarejo chamado São Paulo precisam de “braços fortes” para guiar-nos e fazer com que meu país não fique mais tão... tão... tão distante... da realidade.