RECORDAÇÕES DA TERRA NATAL! 

Professor Mestre Ciro José Toaldo

            Na vida um dos fatos mais importantes diz respeito ao que trazemos na memória, onde há possibilidade de revisitar o passado e rememorar os bons acontecimentos que proporcionam o deleite do viver!  

            Obviamente que nem todas as recordações serão positivas, entretanto, vamos aprendendo que as negativas devem ser apagadas até mesmo com ajuda de um profissional.

Rememorar o local onde nascemos, bem como os bons tempos de infância, adolescência e juventude torna-se fundamental para o equilíbrio humano, sobretudo na fase adulta.

Como neste pequeno artigo desejo recordar fatos ligados com a minha Terra Natal, antes de tudo, escrevo que nasci em um pequeno lugar, chamado Capinzal, no meio oeste catarinense. Nasci em uma casa de madeira, situada na Rua Carmelo Zocolli, ainda de número 816, onde reside minha mãe. O parto foi normal e contou com ajuda de uma parteira de nome Clemência. Não posso deixar de registrar que muito próximo de nossa casa, situava-se um grande frigorifico e uma enorme madeireira, ambos estão desativados, mas em minha memória, nunca foram desativados.

 Recordo do Colégio Mater Dolorum, também próximo de nossa casa, talvez cerca de quase um quilômetro de distância. Foi neste educandário que me tornei estudante e, após estar formado fui professor, aliás, tive o privilégio de lecionar para as minhas irmãs!

Caso você, amigo leitor desejar, busque no Google a imagem de uma linda igreja que é a de São Paulo Apostolo, também situada em Capinzal, muita linda, com uma cúpula invejável e que têm inúmeras histórias, alguns livros e documentários que foram elaborados para transcrever toda sua história, incluindo imagens de sua fundação e participação de toda a comunidade que ajudou na construção deste templo religioso. Destaco que a sua edificação foi possível, graças ao exímio trabalho de meu bisavô paterno, José Zortéia que projetou e conduziu os trabalhos de engenharia desta Igreja, sobretudo de sua cúpula.

Outros pontos turísticos que podem ser visto por meio do Google: Ponte Pênsil, obra de engenheira fantástica, ela liga duas cidades: Capinzal e Ouro! Há uma sensação indescritível ao ser feita sua travessia, além da adrenalina é possível observar os encantos naturais que são lindíssimos!

A margem do imponente Rio do Peixe, antes da Ponte Pênsil, ainda encontra-se a Estação Ferroviária de Capinzal, apesar de desativada e os trilhos se encontrarem encobertos pelo matagal, os moradores mais antigos guardam em suas memórias o constante transito das locomotivas com seus vagões que desciam para o Rio Grande do Sul ou subiam para São Paulo, pois, tratava-se da imponente e histórica ‘Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande’ que passava por Capinzal, acabando por estar ligada com as origens deste município.

Como um lugar interiorano, recordo dos inúmeros ‘bares’, onde havia as máquinas que fabricavam sorvetes com sabor inigualável, como o feito no bar do Seu Arlindo e de sua esposa (Dona Amante).

No centro da cidade, a rua principal é a quinze de novembro, onde havia o Bar do Canhoto e seu excelente pastel; um pouco mais para cima, na Lanchonete do Lancini, encontravam-se lanches maravilhosos!

Mas, a principal sensação, nos finais de semana, era assistir filmes e buscar um ‘namoro’ no cinema da cidade, primeiro chamado de ‘Cine Glória’, depois se designou ‘Cine Odete’. Saindo do cinema, poderíamos ir ao ‘Sobrado Vinte e Cinco’, era uma boate bem badalada, caso não se conseguia nada ali, a solução era ir para a outra boate, tendo o hilariante nome de ‘Inferninho’.

São muitas as recordações de infância e adolescência, sobretudo quando aos domingos nossa mãe nos levava na casa de sua irmã Ilda, nossa tia, que residia na Rua Linda Santos, próximo de sua casa havia a Serraria Mollin onde a serragem era lançada no Rio Capinzal e nós brincávamos de escorregar até cair nas águas limpas daquele Rio.  

Essa é uma pequena recordação de minha Terra Natal. Elas estão ‘vivas’ na memória e ajudam a manter meu passado. Quiçá a geração mais nova também tenha o privilégio, no futuro de desfrutar das alegrias proporcionadas por sua boa vivência!

Confesso que acabei demorando, mas compreendi e aprendi que o importante é viver bem cada momento da existência, assim, poderemos ter boas recordações. Caso aceite fica um conselho: viva bem enquanto tiver tempo, não faça extravagância, afinal de contas, mesmo que tenhamos outras ‘vidas’ futuras, tudo será contado a partir deste plano que nos encontramos, portanto, viva bem para ter boas recordações do seu passado. A vida é o aqui e o agora! Bora ser feliz!

Um abraço a todos e fiquem em paz!