CRÔNICA: A PAZ PARA MIM, PARA TODOS: COMO CONSTRUIR UMA CULTURA DE PAZ NA ESCOLA

Texto produzido e divulgado em abril de 2023 em Santa maria do Uruará - Pará

Por: Sydney Pinto dos Santos[1]

Rosângela de Souza Esquerdo[2]

A Paz, uma palavra tão pequena, mas com um significado extraordinário na vida daqueles que sabem conduzi-la. Formada apenas com três letrinhas, mas que poderiam se fundamentar em outras três palavras: P de paciência, porque a paciência é fundamental para atingirmos nossos objetivos, sejam eles os mais simples. A de amor, ah sim este é primordial, por isto fica no meio da palavra PAZ, porque ele equilibra quaisquer contendas e conflitos; e Z de zelo, o zelo pode imperar e designar o grande cuidado que temos em relação a algo ou alguém.

Assim, a paz vai se construindo, quando temos e desenvolvemos Paciência, Amor e Zelo, uns pelos outros numa dimensão mais profunda da construção do ser social, do indivíduo cidadão, da pessoa altruísta. Dito isto, a conexão com a paz e as pessoas no mundo é fundamental para o bem viver, para o bem-estar, para o crescimento pessoal em sociedade.

Há muito tempo, homens egoístas e pessimistas, transformaram o mundo, em palcos de conflitos, não conflitos por interesses coletivos, mas próprios, desconfigurando a própria geografia a história da humanidade. Com isto, levando à morte, fome, miséria e perseguição de milhões de pessoas; sem trazer nada em troca de construtivo para àqueles momentos tenebrosos e de grandes incertezas.

Hoje, vivemos as agonias impetradas pelas facções criminosas, pelas milícias ou esquadrão da morte, pelo tráfico de drogas, pelos embates pelo poder a todo custo, pela corrupção e criminalidade, o qual passa não acatar a Paz, o Amor e o Zelo, como essenciais elementos para o bom convívio e diálogo entre as pessoas.

Estes elementos negativos, trouxeram em seu bojo, mais dúvidas e desesperanças, do que oportunidades e expectativas nos projetos de vida das pessoas e dos milhões de alunos que saem do processo educacional para a construção de uma sociedade sadia, eficiente e criativa.

Porém, há uma saída para todos aqueles que acreditam que a Cultura da Paz é fundamental para a construção de uma nova era, de uma nova sociedade, de uma nova cultura. E isto, deve iniciar na escola, com alunos, famílias de alunos, professores e profissionais da educação. Pois, enquanto polícia cuida segurança, médicos e profissionais da saúde, cuidam da recuperação e cuidados com a saúde; podem desde muito cedo cuidar da educação e, consequentemente da paz.

Pois, onde não há paz, não há segurança, onde não há saúde, as pessoas não estão em paz; mas onde há educação, pode gerar a paz e segurança, e existindo isto, vai existir saúde física e mental. Assim, acreditamos está no lugar certo, para se fazer as coisas certas uns para com os outros, e este lugar é a escola.

A escola, mais de que muitos outros lugares, constrói a paz, onde não há armas, não deveria nem próximo ter drogas; não haver intrigas de interesses, mas que prevalecesse o bom sendo, o diálogo, a construção do saber, imperasse as inter-relações pessoais de forma respeitosa, com grande possibilidade de socialização e compartilhamento das ideias e estratégias do bom viver.

Paz, não pode ser apenas momentânea, ela deve prosseguir e segui na vida da sociedade e em todos os lugares, em especial na escola como laboratório desta, como se fosse uma necessidade físico-biológica, como tomar água, se alimentar, tomar sol, tomar banho, etc. Ela deve está no seio da família, da igreja, da escola, dos meus grupos de convívio, para que assim dê frutos maravilhosos e saudáveis.

A paz na escola, faz com que professores sejam mais do que professores, sejam cuidadores, mediadores, e até “pais” daqueles que não encontram respostas nas suas aflições emocionais no espaço familiar; sejam “medicadores” preliminares quando necessitam de auxílio imediato; sejam treinadores e técnicos, quando exigem na esportividade uma ação neste tema.

A paz na escola, faz com que alunos, sejam mais do que alunos, sejam filhos emprestados por um momento de formação; sejam parte de uma outra família fora da família; sejam pessoas de paz quando entendem que sua profissão no futuro dependeu de alguém de dentro da escola, quando aprendeu a ler, escrever e aprender outras instruções, focando no desenvolvimento de suas habilidades e capacidades particulares e coletivas.

A paz na escola, faz com que a própria escola seja um ambiente ou espaço agradável do ponto de vista de aconchego e vivência. Pois, quantos alunos, não querem voltar, depois das aulas, para seus ambientes tóxicos, nos quais são criados. Ambientes desagregados, desregulados, cheios de brigas e discussões; espaços cheio de tristeza, por que pais e meses não se entendem; ou filhos e pais não conversam mais sobre os problemas que envolvem os primeiros.

A paz na escola, é vivida e aprimorada, quando envolve emoções e afetividade entre professores e alunos, e entre alunos e todo o restante da escola. Seja, entre eles mesmos, quando os alunos encontram a paz nas conversas e interações com os colegas; e/ou com seus amiguinhos do dia a dia.

Na escola, a paz pode reinar, quando os alunos, alguns famintos, veem na alimentação escolar um refúgio ou um escape para a sua fome ou saciedade, ou pela falta de assistência neste quesito no espaço familiar. Pois, com fome é muito difícil aprender de uma forma significativa e atrativa, como todos sabemos. Pois, o rendimento na aprendizagem é ínfimo e a paz interior do aluno, fica incomodada.

Na escola, a paz se faz com professores responsáveis pelo ensino, alunos atraídos pelo aprendizado; pais focados no interesse futuro de seus filhos; profissionais da educação movidos pela esperança de mudança para uma P-átria, A-mada, Z-elosa com seus filhos e futuros empreendedores da sociedade.

Mas, qual seria o mundo ideal com paz que gostaríamos de construir para os nossos entes, afim de possibilitar mais que amor, harmonia e gentileza em suas vidas futuras, dentro de um contexto em que a escola, junto com a família fossem os principais meios idealizadores e guardiões deste processo?

Portanto, a cultura de Paz na escola é fundamental e extraordinariamente essencial, para que assim possamos todos juntos construir mais do que uma sociedade pacífica e cheio de amor, mas também de liberdade e humildade; uma sociedade escolar fomentada no “saber respeitar o outro” em suas manifestações diversas, cultivar o interesse não apenas pelo desenvolvimento das habilidades; porém, do progresso e da manutenção da PACIÊNCIA, do AMOR e do ZELO uns para com os outros.

 

“A paz na escola é algo definido pelo respeito, aceitação e pela forma altruísta de cada ator deste ambiente numa visão construtiva para com o seu próximo. Pois, não adianta ter tudo ou querer tudo, se não consigo nem torcer pelo sucesso do meu vizinho”. (Prof. Sydney Pinto)

 

[1] Professor – pedagogo da rede pública de Ensino de Prainha – Pará.

Pós-graduado em Gestão Escolar pela UFOPA (2013)

Pós-graduado em Metodologias de Língua Portuguesa e Estrangeira pela UNINTER. (2015)

Mestrando em Educação com Especialização em Educação Superior (FUNIBER-UNIB).

 

[2] Professora da rede pública de Ensino de Prainha – Pará. Licenciada em Letras.