1.1    O PROJETO GENOMA HUMANO

O Projeto Genoma Humano foi iniciado, oficialmente, no ano de 1990, no entanto décadas atrás pesquisadores desenvolveram projetos para estudar a genética humana, mas não fora levado adiante.

No ano de 1983 teve-se a primeira atitude em mostrar o interesse de estudar o genoma humano, decisão esta tomada pelo Departamento Americano de Energia. Já no ano de 1984 surgiu o interesse de se estudar o sequenciamento do genoma humano e só no ano de 1986, que Charles De Lisi afirma que o projeto apresentado é muito importante pra o crescimento da ciência, decidindo então patrocinar tal projeto.

O Projeto Genoma Humano fora criado com o intuito de estudar e decodificar o DNA, o qual possui 3,2 bilhões de pares de bases, identificando todo os genes humanos e descobrindo a função de cada gene no nosso organismo. Tinha a intenção ainda, de melhorar a capacidade computacional para dar suporte a futuras pesquisas de aplicação comercial.

O Projeto fora coordenado durante 13 anos pelo Departamento de Energia do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, embora tenha sido projetado para ser concluído com 15 anos. O fator que ajudou no adiantamento de sua conclusão foram os avanços tecnológicos, com os quais não contávamos há umas duas décadas.

Ao Pensarmos na criação do Projeto Genoma Humano, pensamos nos norte americanos, por sua base de pesquisa e estudo encontrar-se instalado nos Estados Unidos da América, no entanto o Projeto não só pertence à este, mas sim a vários outros países interessados no estudo da genética. Pois o Projeto Genoma Humano, apesar de se ter cogitado a sua patenteabilização, é custeado por um grande grupo de sete países desenvolvidos, que são: Estados Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Itália, Canadá e França, mas todos sendo comandados pelos Estados Unidos da América; sendo assim, muito bem custeado.

Segundo o pesquisador Renato Dubecco, o Projeto Genoma Humano fora dividido em duas etapas, as quais são: 1ª – entender em que consiste o genoma, quais seus genes e como ele se desenvolve, tendo a partir dessa descoberta a resposta para os “defeitos” genéticos e a terapia necessária para seu tratamento; 2ª – observam-se as variações gênicas de cada ser, determinando quais os genes responsáveis por determinada característica, tais como estatura, peso, cor dos olhos, cor do cabelo, comportamento, inteligência, etc.

As principais metas alcançadas pelo Projeto Genoma Humano foram:

. Identificar todos os genes humanos;

. Determinar a sequencia dos cerca de 3,2 bilhões de pares de bases que compões o genoma Homo sapiens;

. Armazenar a informação em bacos de dados;

. Desenvolver ferramentas de análise dos dados;

. Transferir tecnologia relacionada ao Projeto para o setor privado;

. Colocar em discussão os problemas éticos, legais e sociais que pudessem surgir com o Projeto.

Muitos outros projetos, hoje, encontram-se em desenvolvimento graças as descobertas do Projeto Genoma Humano, como os projetos de sequenciamento de micro-organismos dos chimpanzés, ovelhas, gatos, cachorros, os quais já foram ou estão sendo  completados.

No entanto essa poderosa arma científica entra em atrito constante com a ética e privacidade do homem e da sociedade num todo. Desafio este que abrange a privacidade, respeito e honestidade no uso de informações genéticas de uma pessoa. Pois ao ser descoberta a causa de determinada doença e a chave de sua cura, estaremos expondo a pessoa que foi estudada e ao mesmo tempo poderemos expô-la a algo que lhe afete psicologicamente, moralmente ou espiritualmente.

Não só partindo dessa premissa, mas vendo por outro ângulo, como o de uma vida que está sedo gerada e violada sem o direito de escolha. Pois, com a descoberta do funcionamento de alguns genes, possibilitou aos estudiosos descobrirem como modificar, retirar ou extinguir determinada característica de uma pessoa. É dada ao homem a escolha de determinadas características que ele quer que seu filho venha a ter ou não.

A ciência vai além e diz que dentro do mapeamento genético foram descobertos genes que caracterizam a personalidade de uma pessoa e a predisposição a determinados vícios ou doenças que possam se desenvolver no decorrer de sua vida, e afirmaram que seria possível remover essas características “ruins”. Mas a í pensaríamos, em que espécie o homem se transformaria?! Pois seríamos uma nova espécie, capazes de resistir a doenças, vícios, dentre outros problemas. Como que direito o homem pode modificar o que a natureza criou, ou para os religiosos, o que Deus criou?