SINOPSE DO CASE: Carol, a bem amada
Por Haroldo Lima de Melo Neto | 27/02/2024 | DireitoSINOPSE DO CASE: Carol, a bem amada[1]
Haroldo Lima de Melo Neto[2]
Moacir Antonio Col Debella[3]
- DESCRIÇÃO DO CASO
A plácida reunião de família, com a tradicional troca de amenidades, foi interrompida quando Carol, bela nos seus 40 anos bem administrados anatomicamente, revira os olhos para o teto e comenta a respeito do delicioso encontro com o gerente da padaria, casado e pai de três filhas.
Os demais, entre invejosos e espantados, embora já acostumados com as notícias de suas aventuras amorosas, olham-na calados. De repente, sua irmã mais velha, Helena, visivelmente transtornada, atira-se sobre ela.
O caso não chegou a originar Boletim de Ocorrência, embora a agressão tenha sido violenta e somente não ocasionou consequências maiores pela rápida ação de dois cunhados.
Helena “não podia se conformar com o desrespeito à memória do pai que, graças a Deus, não estava ali para presenciar aquela sem-vergonhice”. O que sobrava a uma faltava à outra, e a rigidez do superego se incumbia de escancarar a realidade.
- JUSTIFICATIVAS
Diante do ocorrido, Carol que veio em qualquer limite frente à reunião em família que acontecia visivelmente é fortemente influenciada em sua personalidade por seus instintos e desejos, o que Freud denominou de Idílica.
Como uma de suas principais características, sua personalidade naturalmente é algo particular e que se desenvolveu por meio de sua individualidade pessoal junto de fatores externos vividos, mas que segundo a teoria da subdivisão da personalidade de Freud em Ego, o ID e o Superego, nota-se que há um desequilíbrio entre estes três elementos.
Enquanto que o para Freud, o Ego trabalha como quase que um mediar, o ID, guiaria o individuo por meio de seus instintos e busca de satisfação de suas próprias necessidades. Porem o Superego traz o oposto como que proporcionasse a possibilidade de se equilibrar o sistema, sendo ele, o conjunto de todas as regras e valores até então aprendidos e vivenciados pelo próprio individuo, meio que possibilidade freiar impulsos e o que nos permite identificar erros cometidos. O Ego aqui tem como principal papel, avaliar que melhor decisão devera tomar influenciada por ambos.
Não apenas possa ser considera uma pessoa Idílica, ou seja, fortemente influenciada por seus desejos, mas Freud também revelou o conceito de realidade psíquica em que segundo Evelin Pestana (2013), trata-se de:
Para além da realidade dos fatos, Freud descobriu a realidade psíquica, uma realidade particular, fomentada pelo encontro de nossos desejos mais primitivos e traços da realidade aos quais nos ligamos na busca pelo prazer, ou pela dor, quando esta ainda é a única forma pela qual podemos nos reconhecer. A realidade que cabe ao humano é essa mescla de sonhos, desejo e fragmentos da realidade, aproveitados para compor uma memória emocional muito particular a cada um. Se não podemos chegar à última palavra da realidade dos fatos, podemos chegar às múltiplas palavras que compõem nossa realidade psíquica. A realidade interior é mais rica que a realidade exterior.
Sendo assim, a verdadeira realidade psíquica surge quando o ID prevalece sem que o Superego possa vir a intervir.
Cabe ressaltar que diante do ocorrido, que como natural ao ser humano a percepção de outras pessoas e de seu ambiente, estaria Carol percebendo seu ambiente diferente das demais pessoas. Pois enquanto que deveria ter obtido a interpretação de um ambiente familiar e respeitoso, acabou optando e sentindo-se a vontade para falar de suas aventuras amorosas demonstrando a ausência de qualquer controle sobre suas impulsos.
A percepção, segundo Robbins, SP (2002) pode ser definida como o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais, com a finalidade de dar sentido ao seu ambiente.
Diante dos fatos apresentados, Helena possui comportamento oposto a Carol, onde a mesma consegue discernir a perceber seu ambiente, havendo um equilíbrio em sua personalidade de acordo com a teoria de subdivisão de personalidade de Freud.
REFERÊNCIAS
PESTANA, Evelin. Realidade Psíquica. Disponível em < http://www.leandromotta.psc.br/noticias/110-realidade-psiquica>. Acesso em 11 out. 2016.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Humano nas Organizações. 2002.