O ETERNO MOMENTO

"Às vezes, algum pássaro, um cavalo, salvam as ruínas de um anfiteatro". - Borges

O momento é a manifestação do eterno presente. Uma dádiva, assim como o são os nossos sonhos. Criações divinas. O escritor Augusto Vieira Neto costuma dizer que o que fica da vida, são os momentos vividos com intensidade.
Todos os encontros são transcendentais. Neles está a oportunidade de mergulho no acaso. Deve ser curtido, assimilado intensamente e principalmente compreendido. O "quantum" que se manifesta no momento em que ocorre deve ser interpretado pelo coração. A assimilação do instante vivido nos propicia tatear o lado mágico da vida.
Viver o momento que ocorre é como se deixar levar pelo doce sabor das águas de um rio. A vida não é um concurso. É uma série de atos independentes. O homem vive no tempo e na simetria do momento que se expressa em fractais.
Ao se referir sobre o uso do momento, o sábio Platão relata: "fazer aquilo para que és feito e conhece-te a ti mesmo." Arremata Epícuro: "nem a previdência nem a preocupação com o futuro são peculiares ao sábio".
Filosofando sobre futuro e o momento, disse Montaigne: "o temor, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora, então, já não o sejamos mais." Conclui o seu pensamento arrematando: "todo espírito preocupado com o futuro é infeliz".
Ante a beleza de um instante que passa, emitimos interjeições de alegria e de espanto. E elas estão cheias de ternuras e temores.
O futuro é uma muleta criada pelos nossos anseios!