Nem sempre as mudanças significam aprendizagens
Publicado em 02 de agosto de 2012 por Magda Dantas Calíope Sobreira
Nem sempre as mudanças significam que aprendemos. Muitas vezes elas só encobrem os nossos medos e fragilidades, através de artifícios e truques comportamentais sem qualquer profundidade. Mas o ser humano é pródigo na arte de enganar-se e ao outro e essa habilidade pode mantê-lo seguro e a salvo de qualquer invasão de privacidade. Especialmente quando estão em jogo, seus sentimentos, desejos e valores.
É engraçado observar como se comportam certas pessoas que se dizem adultas, só porque passaram dos vinte e poucos anos. Até parece que a idade é um atestado de experiência e maturidade, o que até poderia ser se não se levasse em consideração o livre arbítrio do ser humano em optar pelo o fingimento e a dissimulação em detrimento de uma aprendizagem.
O fato é que as verdadeiras aprendizagens requerem mudanças legítimas e sinceras, de outra forma, constituiriam apenas, máscaras comportamentais momentâneas ou circunstanciais.
Para haver aprendizagem real e consistente, além de legítima ela deve ser espontânea, portanto, deve ser desejada pelo ser humano. Quando circunstâncias alheias à sua vontade o conduzem a uma determinada aprendizagem, esta poderá ser legítima, mas não será necessariamente, autêntica, porquanto não foi espontânea ou seja, desejada. É necessário que queiramos busca-la, que queiramos construí-la a partir das nossas experiências de vida, sob todas as circunstâncias.
Aprendemos quando nos permitimos conhecer, refletir e incorporar conhecimentos diversificados sobre o nosso mundo interno, cheio de subjetividades e suas relações com as subjetividades do “outro”, dentro de um contexto maior que é o mundo exterior que os engloba.
“Simulamos” aprender, quando construímos nossas experiências sem um vínculo real com a “verdade”, apenas tomando-lhe emprestado a força do seu significado na representação social.