Mulher

 A imagem da mulher passa por várias formas e significados ao longo da história, contribuindo para uma posição de fragilidade, submissão e inferioridade ao homem, principalmente na antiguidade, idade média e moderna.

Nos séculos passados, o cenário da participação feminina no cotidiano de uma sociedade estava envolvido nas atividades de cuidar da casa e da família, sem contar que, eram tidas como “escravas”, objetos sexuais, ser que não merece consideração, propriedade do pai, que arranjava um enlace matrimonial para a filha, e depois do marido que contava com uma boa esposa, mãe e dona-de-casa, elas não podiam trabalhar e nem exercer um poder.

As mulheres sofriam bastante e ainda sofrem por discriminações, abusos, preconceitos e violências. Mesmo não havendo ainda igualdade entre ambos dos sexos, as mulheres conseguiram o direito de impor-se, de serem honradas e ativas numa sociedade.

Foi com muita força, firmeza, coragem e luta que as mulheres buscaram por direitos iguais, passando por processos de mudanças e mostrando para aqueles que ainda acreditam que lugar de mulher é no fogão, que embora sejam frágeis e sensíveis são acima de tudo fortes, guerreiras, hostilizam por uma vida melhor, pelo seu reconhecimento e que são capazes de muito mais.

São grandes e muitas as conquistas femininas na história do Brasil, dentre elas estão à escolaridade, o direito de votar, sendo uma das principais, quando Getúlio Vagas permitiu o direito de participar das votações apenas para aquelas que eram casadas (com o consentimento dos maridos), viúvas e solteiras com renda própria, por meio do Código Eleitoral Provisório, estabelecido pelo Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932. Tal limitação só foi eliminada em 1934, onde o código regressou unicamente obrigatório o voto masculino. Finalmente, no ano de 1946, com uma nova modificação, o voto feminino torna-se também obrigatório. A lei do divórcio, as participações na política e no mercado de trabalho, a lei Maria da Penha, que intimida muitos homens que se acham donos de suas companheiras, assim espancado-as, humilhando-as e até tirando-lhes suas vidas. Foram outras grandes vitórias, que às decidiram não ser mais comandada pelo homem, passaram a buscar também um grande  êxito profissional, assim deixando um pouco de lado a formação de famílias e, sobretudo a geração de filhos, para que sua jornada não fosse demorada ou mesmo suspendida.

E foi dessa maneira que conquistaram não só sua independência (embora algumas sejam dependentes financeiramente dos homens), mas o seu espaço, sua própria autonomia, liberdade e o seu devido respeito.

A realidade destes desenvolvimentos tem sido percebida pela posição que muitas delas hoje se encontram. Graças a tantas alterações significativas que agora elas têm graduação, especialização e até progridem em suas carreiras, antes dominadas apenas pelos homens. Além de ser a maioria, são também as mais disciplinadas para estudar, o Brasil é um deles que em todos os níveis de ensino, as mulheres têm presença crescente.

Há uma diferença enormemente das mulheres de hoje com as de cinquenta, sessenta anos atrás, cujas condições femininas no mercado de trabalho e nos vínculos pessoais melhoraram muito.

As injustiças e as discriminações eram tantas, que no dia 8 de março de 1857, cerca de 130 operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque foram queimadas vivas, porque reivindicaram por melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária e salários iguais aos dos homens. Contudo em 1910, numa conferência internacional feminina na Dinamarca, ficou decidido em homenagem àquelas mulheres, que o dia 8 de março seria comemorado o Dia Internacional da Mulher.

Mas eis a questão, se as mulheres precisaram ser queimadas para conseguirem um significado, quantas precisarão morrer para que o Dia Internacional da Mulher tenha tantos outros significados? Quantas precisarão morrer para que possamos celebrar uma bela data para enobrecermos as novas conquistas que elas têm feito por uma sociedade justa e digna?  O seu dia deve ser comemorado todo dia 8 de março, abril, maio, junho... Enfim todos os dias, porque todo dia é dia da MULHER.

Nas últimas décadas, elas mostraram competência e qualificação no trabalho, encontrando-se no mundo dos negócios, realizam várias tarefas ao mesmo tempo. Dilma Rousseff, atual Presidenta da República do Brasil, primeira imagem feminina na presidência do país, marca a história democrática e a luta por igualdade social. Temos mulheres que não conquistaram posição apenas na política, são jogadoras de futebol, motoristas, pedreiras, policiais, mecânicas entre muitas outras profissões. São vários os papéis das mulheres na sociedade. A partir daí deixou-se um pouco de acreditar que elas só deveriam cuidar da casa, mas mesmo assim sua capacidade é subjulgada pelo machismo, preconceito e pela pouca valorização, principalmente nas questões do ganho salarial que na maior parte é de valor secundário e bastante desigual, nas oportunidades, nas músicas que cada vez mais trazem em suas letras “mulheres frutas, periguetes, cachorras, safadas...”, rótulos que fazem sucesso entre o público masculino, limitando-as na adoração de seus corpos. Além de serem ainda vítimas da violência doméstica, exemplos não faltam contra o gênero feminino que prevalece nos pensamentos de muitos homens.

Entretanto, restam muitas barreiras a serem derrubadas e vencidas. As mulheres não podem ser vistas de modo diferente e sim de forma igual a todos dentro da sociedade, independentemente de sua classe social, geração, raça, etnia e sexualidade. Todas merecem respeito e admiração, devemos aprender a evoluir de maneira correta, reconhecendo o que há no sexo oposto, deixando para trás os hábitos passados, sendo assim a solução, para então tomarmos rumos a um futuro igualitário e civilizado.