MÃE É MESMO SEM NOÇÃO


Estamos vivendo num mundo em que está ficando tão comum sermos assolados por um terremoto, um tsuname, que nem percebemos os perigos, as fatalidades do dia-a-dia. E porque será que mãe acha que o perigo só atinge aos filhos?
Era segunda-feira e, pra variar estávamos atrasados. Calculei o tempo, mas como sempre, ele foi insuficiente.
- Vamos menino! Será possível? Todo dia a mesma coisa! Por sua causa vamos chegar atrasados de novo!
Saímos. Eu na frente apressada como sempre, meu filho (18 anos) atrás.
- Me espera mãe, calma!
- Olha direito menino, cuidado com os carros!
- Tá bom mãe, pára! Não sou mais criança!
- Passa logo para a calçada. Sai do meio da rua!
Ele subiu na calçada e eu, continuei a caminhar calmamente, quando vi que um carro parado do outro lado da rua começou a vir em minha direção. Subi na calçada mas, o carro continuou vindo pra cima de mim. Comecei a gritar:
- Você tá louca?
Não consegui desviar, fui ao chão e, por muita sorte os pneus do carro passaram raspando meu braço, até parar.
Meu filho entrou em desespero, começou a bater no vidro do carro, gritando:
- Sua louca, minha mãe tem problemas na coluna, ela não pode se machucar!
A motorista veio em meu socorro, mais desesperada do que eu mesma. E eu, para espanto de todos, me levantei bruscamente, tudo para tentar acalmar meu filho, fazendo o possível para tranquilizá-lo.
A motorista tentou se justificar, dizendo que faltou o freio, que ela não conseguia parar o carro.
Tive sorte também por ela estar apenas manobrando o carro e, por essa razão, não apertou muito o pé no acelerador.
Meu filho saiu, descontrolado, de volta para nossa casa, para trazer minha irmã, querendo a todo custo que eu fosse ao hospital.
Eu, como de costume, fui atrás dele gritando:
- Cuidado! Olha os carros!
Seria trágico, se não fosse cômico.
Fiquei uns 15 dias sem conseguir me virar na cama, de dor no ombro.
E agora, quando saímos à rua, ele agarra o meu braço dizendo:
- A senhora é muito distraída!