Genocídio: o surgimento da palavra e como é presente na sociedade brasileita

Genocídio foi um termo criado em 1944, segundo uma pesquisa do governo americano, com o objetivo de designar crimes que objetivam a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais e/ou religiosos. O Criador da palavra chamava-se Raphael Lemkin combinando a palavra grega geno, que significa raça ou tribo e cídio que quer dizer matar. Definindo genocídio como um plano coordenado, com ações de vários tipos, que objetiva à destruição dos alicerces fundamentais da vida de grupos nacionais com o objetivo de aniquilá-los.

O genocídio tem como objetivo destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial, ou religioso. Por meio de assassinato de membros do grupo, causando danos à integridade física ou mental de membros do grupo, impor ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição física total ou parcial; impor medidas que impeçam a reprodução física dos membros, e transferir a força crianças de um grupo para outro.

O âmbito que se deseja abordar é a realidade brasileira quanto ao racismo e como o racismo institucionalizado e negado por parte da população afeta a população negra. Atualmente no Brasil se tem uma grande porcentagem de mortes da população jovem, nos homicídios os homens são os mais afetados, correspondem a 93,3% dos homicídios como afirma o Mapa da Violência 2014. Já os jovens negros morrem 146,5% a mais do que jovens brancos. Enquanto no período de 10 anos a taxa de homicídios se manteve, a de brancos baixou significativamente, o homicídio de negros aumentou proporcionalmente. O índice de vitimização negra nesses dez anos foi de 79,9 para 168,6, o que significa que para cada jovem branco assassinado, há 2,7 jovens negros vítimas de homicídio.

Esse cenário marcante apresentado gera debates sobre genocídio, sendo tão alarmante que ativistas e especialistas têm denominado o fenômeno como genocídio da juventude negra. Segundo a plataforma política Jovens Contra a Violência, o problema da desigualdade social no Brasil não se relaciona somente com as questões socioeconômicas, mas perpassam por dimensões socioculturais e étnico-raciais. Para enfrentar esse problema, que gera o extermínio de uma parcela da população (a de negras/os) – é preciso assumir que somos uma sociedade racista e, ainda, que o racismo é praticado pelo próprio Estado.

Referências:

BRASIL. Belo Horizonte. Juventudes Contra a Violência. Enfrentamento ao genocídio da juventude negra. Disponível em:< http://juventudescontraviolencia.org.br/plataformapolitica/quem-somos/a-plataforma/> Acesso em: 04 de agosto de 2015.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Washington, DC. O que é genocídio. United States Holocaust Memorial Museum. Disponível em: < http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007043> Acesso em: 03 de agosto de 2015

WAISELFISZ. Julio Jacobo. Mapa da Violência 2014. Os Jovens do Brasil. Disponível em: <http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil_Preliminar.pdf> Acesso em:03 de agosto de 2015.